Selecção e tradução por Júlio Marques Mota
A Alemanha elimina a Argélia
A bajulação mediática no que diz respeito à comunidade argelina é um caso de escola
Jean Ansar; Revista Metamag, 01/07/2014
A equipa argelina teve um muito bom comportamento no Mundial. É eliminada mas sai de cabeça erguida da competição desportiva. É o único comentário objectivo a fazer. Esta saída deveria pôr fim, em parte, à instrumentalização política desta equipa que tem sido feita pelos jornalistas da propaganda permanente. Aparentemente não é o caso.
Com efeito enquanto que se sonhava ver assim os simpáticos argelinos eliminar os “ boches”, recordava-se que finalmente estes jogadores eram quase todos Franceses de gema ou tinham escolhido não viver na Argélia mas sim em França. Até há pouco, o número de jogadores locais sempre tinha sido superior ao dos jogadores de dupla nacionalidade . Que os jogadores franceses de origem argelina se formem, se treinem e joguem em França não levanta nenhuns problemas. Mas como é que a FIFA pode aceitar que uma equipa nacional – a Argélia – seja um composto de 16 jogadores de primeira nacionalidade francesa sobre os 23 seleccionados?
É justamente se, levado pela sua vontade de provar que esta equipa é também a nossa, alguns comentadores franceses não estariam eles praticamente a gritar “a Argélia é a França” e de celebrar o renascimento sobre o terreno de uma espécie de Argélia francesa? Tomam-se sempre riscos quando se faz demasiado, sobretudo quando efectivamente não se domina muito o tema. O jogo entre a França e a Argélia não terá lugar, em quartos de final do Campeonato do mundo. Conhecem-se muito quem se sente aliviado escreve o site Boulevard Voltaire : “os proprietários de automóveis, os assalariados que se levantam cedo, o ministro do Interior, os prefeitos, os nossos polícias e todos os que teriam estado primeira linha, nesta Sexta-feira, para fazer face a um movimento de vingança que teria emergido provavelmente de segmentos sociais inteiros do nosso país.” A situação de eliminação evita um problema a Didier Deschamps. Mas quid do jogador que a França inteira é considerada adorar, o franco-argelino Karim Benzema, o único jogador francês a não cantar Marseillaise?
O treinador teria podido alinhar um jogador que reconhece que a França é apenas uma escolha desportiva e que a Argélia é o país do seu coração? Benzema teria podido jogar a 100% das suas possibilidades contra uma equipa que prefere relativamente à do seu país de nascimento? Teria podido considerar como verdadeiros adversários os jogadores cujas convicções compartilha, em período de ramadão, mesmo as convicções religiosas?
Com esta equipa emigrada eliminada, as coisas ficaram mais simples. Tudo é feito o para fazer esquecer as profusões antifrancesas à saída dos jogos e para prender e interrogar adeptos argelinos que afirmam que agora são adeptos dos azuis. Depois de terem apoiado o país do coração, das origens e dos seus pais, apoiam o país escolhido, o país de adopção. Tudo se torna normal no melhor dos países anti-racistas possíveis até aos próximos incidentes.
O futebol é explorado ad nauseum, como uma operação para siderar as populações, para fazer esquecer o importante. Parte-se novamente como previsto na França multirracial e a propaganda jornalística contra os maldosos de extrema-direita. O futebol última esperança contra a Frente nacional, é pois confirmado.
Então infelizmente, há os Alemães, ainda eles, que arriscam uma vez mais eliminar a França e de aplicar um golpe aos valores da democracia e da república. Os alemães que podem fazer o jogo dos maldosos racistas. Decididamente são incomestíveis estes alemães !
Jean Ansar; L’ALLEMAGNE SORT L’ALGÉRIE : LES MÉDIAS DÉÇUS, La flagornerie médiatique vis-à-vis de la communauté algérienne est un cas d’école Revista Metamag, 01/07/2014
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Ver o original em:
http://metamag.fr/metamag-2155-L’Allemagne-sort-l’Algerie–les-medias-decus.html