NIRVANA, de ANTERO DE QUENTAL – tradução italiana de SIMONETTA MASIN

Imagem1

 

 

NIRVANA, de ANTERO DE QUENTAL

 

A Guerra Junqueiro

 

Para além do Universo luminoso,

Cheio de formas, de rumor, de lida,

De forças, de desejos e de vida,

Abre-se como um vácuo tenebroso…

 

 

A onda desse mar tumultuoso

Vem ali expirar, esmaecida…

Numa imobilidade indefinida

Termina ali o ser, inerte, ocioso…

 

 

E quando o pensamento, assim absorto,

Emerge a custo desse mundo morto

E torna a olhar as coisas naturais,

 

 

À bela luz da vida, ampla, infinita,

Só vê com tédio, em tudo quanto fita,

A ilusão e o vazio universais.

 

 

Antero de Quental em Sonetos Completos

 

 

 

NIRVANA

 

A Guerra Junqueiro

 

Al di là dell’Universo luminoso,

Pieno di forme, di rumori, di lotta

Di forze, di desideri e di vita,

Si apre come un vacuo tenebroso.

 

 

L’onda di quel mare tumultuoso

Viene lì a espirare, sbiadita…

In una immobilità indefinita

Termina lì l’essere, inerte, ozioso…

 

 

E quando il pensiero, così assorto,

Emerge a stento da quel mondo morto

E torna a guardare le cose naturali,

 

 

Alla bella luce della vita, ampia, infinita,

Solo vede con tedio, in tutto quanto fissa,

L’illusione e il vuoto universali.

 

 

Trad. italiana de Simonetta Masin

Leave a Reply