Selecção, tradução, nota introdutória e organização por Júlio Marques Mota, a partir de estatísticas oficiais
(CONTINUAÇÃO)
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5.4.5 Estrutura do mercado de trabalho dos jovens
A taxa de ocupação por classe de idade mostra-se claramente invertida no mercado do trabalho, com uma evidente perda de importância dos jovens. Nas fases recessivas, noutros lugares no mundo, a redução da procura de emprego reduz as possibilidades de entrada no mercado para os jovens que estão a entrar pela primeira vez no mercado de trabalho ; além disso, especialmente nos países com mais elevada segmentação das formas contratuais de trabalho, os jovens perdem mais facilmente o seu emprego, seja pela cessação do seu emprego a termo, seja pela redução das perspectivas de estes empregos se transformarem em contratos a tempo indeterminado.
A partir de 2008 a taxa de ocupação das pessoas com menos de 30 anos caiu quase 10 p.p. (de 39,9 para 29,4%), ao mesmo tempo que cresceu a incidência dos desempregados (de 7,1 para 12,3% da população correspondente) e a taxa de desemprego foi praticamente duplicada. A isto se acresce um ulterior crescimento da taxa de desempregados de longa duração, ou sobretudo daqueles que andam à procura de trabalho há mais de um ano, que agora representam 53,3% dos jovens à procura de trabalho. Particularmente crítica é a condição dos 25-29 anos, fasquia etária que inclui os jovens envolvidos na transição universidade-trabalho. Neste grupo a redução da taxa de ocupação em relação a 2008 foi de 11.6 p.p., com uma incidência elevada de desempregados e de força de trabalho potencial.
Nos últimos seis anos entre os jovens abaixo dos 30 anos perderam-se para lá de um milhão de postos de trabalho, o que corresponde a uma variação acumulada de 27,5 %. As dificuldades dos jovens manifestaram-se em todas as regiões, contudo com maior intensidade na Itália do Sul (- 33 % em relação a 2008). Entre os mais atingidos estão ainda estão os trabalhadores de contrato a tempo indeterminados (- 28 %), os trabalhadores com contrato de aprendizagem (- 44,2 %), e os trabalhadores em regime de tempo integral (- 33,3 %). Os empregados a tempo parcial, em contrapartida, registaram uma muito ligeira variação positiva, de acordo com uma tendência que caracterizou todas as faixas etárias mas que na realidade se deve ao crescimento sustentado do emprego involuntário, ou de trabalhos aceites por falta de ocasiões de emprego a tempo integral.
Tabela II – O mercado laboral dos jovens (15-29 anos)
(continua)
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