Selecção, tradução, nota introdutória e organização por Júlio Marques Mota, a partir de estatísticas oficiais
(CONTINUAÇÃO)
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5.4.6 A situação dos NEET
A partir do ano 2000 e seus subsequentes anos, difundiu-se a definição dos NEET (young people Not in Education, Employment or Training) para classificar os jovens que não trabalham (desempregados ou inactivos), não estudam, ou seja, não participam em nenhum ciclo de instrução ou de formação.
Gráfico V – Quota dos Neet (15 – 29 anos)
Eis pois um retrato, pobre é certo, mas um retrato do mercado de trabalho na Itália. Face a isto ainda temos um primeiro-ministro que quer ainda mais flexibilidade, mais desregulação, mais despedimentos sem motivo e sem justificação. “Eu não recuarei nem um centímetro que seja” na desregulação agora pretendida do mercado de trabalho, um mercado já tão desregulado que leva os senhores do FMI a declararem : “ (…) A legislação até aqui tem estado centrada em aumentar a flexibilidade na margem, reduzindo as restrições quanto às contratações de curto prazo, e dinamizando a participação feminina com incentivos fiscais.
(…) mas as sombrias perspectivas de trabalho e a estagnação da produtividade exigem uma acção mais radical. Com 70% dos novos contratos a serem já contratos temporários, a adicional flexibilidade na margem terá muito pouco efeito quer na redução da dualidade quer na motivação para o investimento nos e dos trabalhadores.”
Políticas de austeridade, políticas de flexibilidade eis pois o que se reserva para a martirizada Itália a enterrá-la numa espiral recessiva ainda maior. Face ao exposto, uma só expressão nos é possível escrever: é criminoso o que se está a fazer, é criminoso o que Bruxelas, Washington (FMI) e Berlim (Merkel e os fanáticos do Bundesbank) estão a impor a toda a Europa e, neste caso específico, à Itália igualmente.
(continua)
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Para ver o ponto 5.4.5, deste capítulo Um Outro Olhar Sobre O Mercado De Trabalho Em Itália, publicado ontem em A Viagem dos Argonautas vá a: