A lei, toda a lei, é criação do Poder. A Liberdade não conhece a lei. Só a Liberdade nos faz. Não a lei. Só na Liberdade, somos humanos, a crescer de dentro para fora. O Poder é a negação da Liberdade. Odeia a Liberdade. Odeia os seres humanos livres. A lei é a sua arma primeira. A mais utilizada por ele. A mais invocada. O Poder é uma fábrica de produção de leis. De produção de vítimas. De escravos. De sub-humanos. Tudo em nome da lei. Recorre constantemente à lei, como se ele não fosse o pai da lei. É. Não há lei que não tenha sido gerada pelo Poder. Só a Liberdade desconhece a lei. Fôssemos todas, todos, Liberdade, não haveria lei. A lei mata a Liberdade. É a principal arma do Poder. As populações que não querem ser-crescer Liberdade, pedem-exigem, leis. Com as leis, vem o Poder que asfixia-mata a Liberdade. A princípio estranhamos. Depois, habituamo-nos. Não queremos outra coisa. Somos Liberdade. Nascemos Liberdade. Esbarramos logo com a lei, concretizada numa infinidade delas. Impossível conhecê-las todas. Na nossa inocência de menina, menino, pensamos que a lei é da natureza das coisas. Descobrimos, mais tarde, que não. A lei é filha do Poder. A sua principal arma de domínio dos seres humanos, dos povos. Então, dissentimos, rebelamo-nos contra ela, ou submetemo-nos. Se nos submetemos, desistimos do Humano. Da Liberdade. Acabamos obedientes à lei. Finalmente, súbditos-escravos do Poder. Com aparente direito a escolher os nossos carrascos. Não há Poder que se perpetue, sem a lei. Uma infinidade delas. Todas com um único objectivo – condicionar, asfixiar, matar a Liberdade. A Ordem mundial é a afirmação da lei. Do Poder. A negação da Liberdade. Somos hoje tão domesticados, que já nem resmungamos. Somos até os primeiros a perseguir a Liberdade-feita-seres-humanos. Não os suportamos no meio de nós. Exigimos ao Poder que os mate. Em nome da Lei!
11 Maio 2015