Auran Derien, SYRIZA : SUR LE GÂTEAU DE QUI? Négocier, mais pourquoi?
Revista Metamag, 22 de Junho de 2015
Não se decidem a sair do goulag europeu. Porquê? As soluções alternativas existem e eles “prometeram” permanecer ao serviço do povo. Excepto a resposta clara e precisa que formularia uma vítima das revoluções de cor – ninguém desobedece às ordens dadas pelos cúmplices do império sob pena de morte para ele e os seus – pode acontecer que Syriza encarne a cereja sobre o bolo para todos os membros da zona euro.
Fazem o espectáculo, balbuciam frases todas elas feitas, exprimem sentimentos convenientes, com uma entoação de actores. Encontram os funcionários europeus, estas figuras altivas de que se pôde constatar, há pouco, até que ponto cada um está cheio de coragem. Durante este tempo, os responsáveis colocados à frente dos outros países europeus bem como a Comissão estão tranquilos para prosseguirem no seu programa de enfraquecimento da Europa, obsessão dos fanáticos anglo-saxónicos desde a época napoleónica.
Negociar, mas porquê?
A descida aos infernos da população grega é conhecida. O PIB caiu de quase 25% em 8 anos, o que lembra a que ponto os esforços para se levantarem são difíceis enquanto que os responsáveis da finança destroem tudo o que quiserem num abrir e fechar de olhos. As despesas públicas, desde a crise de 2007, reduziram-se mais de 18% enquanto que as receitas fiscais aumentaram de 2,5%. A dívida pública evoluiu muito razoavelmente, esta cresceu apenas de cerca de 20% sobre o mesmo período, e o excedente primário, cálculo pedido pelos agiotas, arrancou em 2011 e não cessa de se confirmar. Tudo isto é bem melhor que os resultados apresentados pela maior parte dos outros países da zona euro. A tal ponto que o “governador” colocado à cabeça do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, afirmava no ano passado (em Abril de 2014) que não havia nenhum problema para a renovação da dívida grega durante os próximos 10 anos.
A dívida grega
Até melhor informação, a dívida é detida em 40% pelo menos pelo M.E.E. da União Europeia, o resto está nas mãos do FMI e dos países da União. Em período de grandes enxurradas, graças à criação monetária imposta a ferros pelos “falsos moedeiros”, as taxas de juro são negativas, o peso global dos juros é por conseguinte fraco e a amortização estende-se sobre um prazo muito longo, quase uma geração (25 anos). Contudo os agiotas, quer sejam privados ou públicos, querem escravos para a eternidade. A dívida, é o controlo fácil sobre a humanidade, sobretudo quando a moeda não custa nada a produzir. Para obter as cláusulas favoráveis ao pagamento dos juros a partir do décimo ano após o início do empréstimo, e um prazo de isenção antes deste primeiro pagamento, é necessário preencher condições: impor aumentos de IVA, imposto unicamente pago pelas famílias residentes, que assim se empobrecem, diga-se de passagem; eliminar as reformas dado que o “gado” deve trabalhar até ao seu último suspiro, contrariamente aos que possuem a riqueza; privatizar para gerar lucros aos “falsos moedeiros ”, a quem é suficiente emitir dólares (ou euros) para comprar o que muito bem lhes apetece. Ora, Syriza prostrou-se em frente destes ídolos. Aumentou o IVA sobre certos produtos, reduziu as reformas – suprimiu a reforma antecipada – vendeu infra-estruturas, o porto do Pireu, os caminhos de ferro, os aeroportos. Os financeiros não são satisfeitos? Ou é um cenário para enganar?
A obsessão da revolução permanente
Assim como o império e os seus dependentes europeus destruíram os regimes árabes demasiado estáveis e independentes, do mesmo modo eliminam os que lhes não convêm na Europa. A substituição na Alemanha começou com as guerras mundiais. Na França, seguiu-se à partida de De Gaulle. Na Itália, o poder de Berlusconi foi desalojado para proveito de horrores ainda maiores. Na Espanha, o nível no qual se move o poder é de tal forma repugnante que as elites da América Latina meteram medo ao antigo responsável Felipe Gonzalez, que fugiu da Venezuela, sob os apupos de uma população cada dia mais lúcida. Há pouco, o império EUA tomou de assalto a Ucrânia, e doravante o abcesso de fixação encontra-se na Grécia, espectáculo que permite fazer andar os outros países ao ritmo de Bilderberg.
Não se poderia passar sob silêncio a chantagem de Goldman Sachs colocando à cabeça do BCE, Mario Draghi, cujo programa de emissão de moeda é um horror para a população mas um presente fantástico para todos os especuladores. Apesar das concessões, o espectáculo grego continua. Esconde-se assim a destruição da Europa, e a amplitude dada às negociações servirá para mostrar a eventuais “não conformes” de outros países que não há nenhuma possibilidade de alterar seja o que for sobre o pano de fundo . Alguns pontos de detalhe são susceptíveis de modificação mas o essencial deve ser decidido pelos responsáveis da missão do bem que, desde a guerra de secessão aos Estados Unidos, mostraram a sua aptidão a espalhar este bem sobre a terra.
O sociólogo James Petras recordou recentemente que o Syriza reconheceu a legitimidade da dívida externa de um montante aproximado de 350 mil milhões de dólares, enquanto que esta encontra a sua fonte nas habituais fraudes financeiras. O partido declarou que queria reembolsá-la. Syriza afirmou a sua vontade de permanecer na União Europeia e na zona euro. Passou um acordo com um partido favorável às infâmias da NATO. O ministro da defesa ofereceu à organização novas bases, em especial sobre a ilha de Carpathos. Bombasticamente propôs criar um espaço de defesa com Chipre e Israel.
No mesmo movimento, a Turquia é agitada pelos agentes habituais do caos, a Macedónia é posta em ebulição com um plano que já funcionou nos Balcãs e na Ucrânia, e qualquer país europeu é susceptível de conhecer os mesmos levantamentos organizados pelos demónios da sombra. Depois de que o IVA, as reformas, os bens públicos, todo o programa de pilhagem da Grécia tenha sido alcançado , será a vez dos outros países , pelo menos para o que lhes resta, porque a França e a Alemanha quase que já deram tudo.
O Syriza terá sido mais um engodo?
A sua função seria a de atrair descontentes para o grupo dos pseudo- contestatários que, realmente, se vergam sobre o essencial? Com Syriza, as alternativas são eliminadas por fragmentação da oposição. Ao mesmo tempo, permite dar lustro à liquidação da Europa, a partir de agora oferecida em prémio às populações que vêm do vasto mundo.