Não canto porque sonho
Poema: Eugénio de Andrade (adaptado) [texto original >> abaixo]
Música: António Pedro Braga e Fausto Bordalo Dias
Intérprete: Fausto* com José Afonso (in LP “P’ró Que Der e Vier”, Orfeu, 1974, reed. Movieplay, 1999)
Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
o teu sorriso puro,
a tua graça animal.
Canto porque sou homem.
Canto porque és real.
Se não cantasse seria
o mesmo bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.
Canto porque o amor apetece.
Porque o meu corpo estremece…
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
por vê-los nus e suados.
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
por vê-los nus e suados.
[bis]
Porque o meu corpo estremece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o feno amadurece
por vê-los nus e suados.
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
por vê-los nus e suados.
Porque o meu corpo estremece
nos teus braços deslumbrados…
Nota: O verso “o mesmo bicho sadio” foi posteriormente modificado pelo autor, surgindo na edição canónica da poesia reunida (“Poesia”, Fundação Eugénio de Andrade, 2005) com a forma “somente um bicho sadio”.
* Fausto – voz e viola
José Afonso e Mafalda – vozes
Arranjos e direcção musical – Fausto
Produção – Adriano Correia de Oliveira
Gravado nos Estúdios Kírios, Madrid, em Abril de 1974
Técnicos de som – Pepe Fernandez e Paco Molina
Não canto porque sonho
(Eugénio de Andrade, in “As Mãos e os Frutos”, Lisboa: Portugália Editora, 1948 – p. 16-17; “Poesia”, 2.ª edição, org. Arnaldo Saraiva, Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 2005 – p. 21)
Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
o teu sorriso puro,
a tua graça animal.
Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
o mesmo bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.
Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
por vê-los nus e suados.