A NOSSA RÁDIO – CELEBRANDO EUGÉNIO DE ANDRADE – O INOMINÁVEL

Eugenio_de_Andrade_por_Emerenciano_1988
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O INOMINÁVEL

Poema de Eugénio de Andrade (in “Ofício de Paciência”, Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 1994; “Poesia”, 2.ª edição, org. Arnaldo Saraiva, Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 2005 – p. 497)
Dito pelo autor (in CD “Eugénio de Andrade por Eugénio de Andrade”, Numérica, 1997)

Nunca
dos nossos lábios aproximaste
o ouvido; nunca
ao nosso ouvido encostaste os lábios;
és o silêncio,
o duro espesso impenetrável
silêncio sem figura.
Escutamos, bebemos o silêncio
nas próprias mãos
e nada nos une
— nem sequer sabemos se tens nome.

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