REVISTA DA SEMANA por Luís Rocha

revista semana

Revista da semana

De 22/11 a 28/11/2015

INDICE DOS ARTIGOS PUBLICADOS

1- XXI Governo Constitucional

2- As farpas da posse. 10 de Cavaco, 14 de Costa

3- Obstáculos e desafios da agenda prioritária do novo governo PS

4- Costa admite enviar Orçamento só ao novo Presidente

5- Programa do XXI Governo Constitucional 2015 – 2019

6- Impostos – Novo Governo: 10 mudanças fiscais que aí vêm

7- Novo Banco. Venda ”vai decidir-se entre Santander e fundos”

8- Contratação de Sérgio Monteiro gera polémica na CGD e no Banco de Portugal

9- Instituições internacionais dizem que Portugal ainda não está em “território seguro”

10- Em Maio de 2016 os alunos já não fazem exames no 4.º ano

11- Candidaturas às Presidenciais terminam a 24 de Dezembro

12- 25 de Novembro de 1975

13- França: depois do terror, a deriva securitária

14- Hollande defende “grande coligação” contra ‘jihadistas’, Putin concorda em cooperar

15- Como o Estado Islâmico está a ser bombardeado mas não invadido

16- Crise da dívida não foi uma crise da dívida?

17- Sociedade – Uma campanha bruta

18- Vietname : Os filhos do pó

1 – XXI Governo Constitucional

Quem são os 17 (+1) que nos vão governar

Primeiro Ministro – António Costa

http://expresso.sapo.pt/dossies/diario/2015-11-24-Antonio-Costa-o-homem-que-se-recusa-a-acreditar-nos-impossiveis-1

Ministro adjunto – Eduardo Cabrita, braço político de Costa

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-adjunto-Eduardo-Cabrita-o-homem-de-mao-de-Costa

Ministro da Defesa – José Azeredo Lopes, da comunicação para a Defesa

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-da-Defesa-Azeredo-Lopes-de-comunicador-para-a-tropa

Ministro dos Negócios Estrangeiros – Augusto Santos Silva: um europeísta, polémico, vai chefiar a diplomacia

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-dos-Negocios-Estrangeiros-Santos-Silva-um-homem-polivalente

Ministro das Finanças – Mário Centeno, de “ministro-sombra” a ministro das Finanças

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-das-Financas-doutorado-em-Harvard-polemico-liberal

Ministro da Economia – Manuel Caldeira Cabral, um independente próximo do PS

http://expresso.sapo.pt/economia/2015-11-24-Ministro-da-Economia-Manuel-Caldeira-Cabral-economista-de-Seguro-e-Costa

Ministra da Administração Interna – Constança Urbano de Sousa, uma especialista em segurança e emigração

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministra-da-Administracao-Interna-Constanca-Urbano-de-Sousa-a-segunda-vez-com-Costa

Ministro da Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – Vieira da Silva volta à Segurança Social

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-da-Seguranca-Social-Vieira-da-Silva-de-volta-ao-lugar-onde-foi-feliz

Ministra da Justiça – Francisca Van Dunem, a primeira mulher negra a chegar a ministra

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministra-da-Justica-Francisca-Van-Dunem-uma-das-surpresas-de-Costa

Ministro da Saúde – Adalberto Campos Fernandes, um médico com fama de gestor

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-11-24-Ministro-da-Saude-Adalberto-Campos-Fernandes-o-medico-que-contestou-o-caminho-mais-facil

Ministro do Planeamento e Infra-estruturas – Pedro Marques, um economista com experiência na Segurança Social

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-do-Planeamento-Pedro-Marques-um-dos-homens-da-reforma-de-2007-da-Seguranca-Social

Ministro do Ambiente – Matos Fernandes, um ministro com uma encomenda em particular

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-11-24-Ministro-do-Ambiente-Joao-Matos-Fernandes-um-homem-de-consensos-para-acalmar-a-crispacao-nas-aguas

Ministro da Educação – Tiago Brandão Rodrigues, o ministro que estudou o cancro

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-da-Educacao-Tiago-Brandao-Rodrigues-um-dos-mais-novos-de-sempre

Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – Manuel Heitor

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-do-Ensino-Superior-e-da-Ciencia-o-regresso-do-discipulo-de-Gago

Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa – Maria Manuel Leitão Marques, a catedrática que criou o Simplex, chega a ministra

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministra-da-Presidencia-Maria-Manuel-Leitao-Marques-a-senhora-Simplex

Ministro da Cultura – João Soares, a surpresa

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-da-Cultura-Joao-Soares-finalmente-o-Governo

Ministro da Agricultura – Capoulas Santos, um repetente na Agricultura

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministro-da-Agricultura-Capoulas-Santos-o-regresso-do-melhor-eurodeputado-da-area

Ministra do Mar – Ana Paula Vitorino, dos Transportes para o Mar

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-24-Ministra-do-Mar-Ana-Paula-Vitorino-do-betao-para-o-oceano

2 – As farpas da posse. 10 de Cavaco, 14 de Costa

Texto de David Dinis/Observador (26/11/2015)

Foram duros, os discursos da Ajuda. Para ajudar a ler nas entrelinhas, aqui estão as farpas atiradas de lado a lado – e a devida tradução. A leitura, claro, não responsabiliza os protagonistas.

Foto de Hugo Amaral/Observador

Foram duros, os discursos da Ajuda. Para ajudar a ler nas entrelinhas, aqui ficam as farpas atiradas de lado a lado, explicando antes de cada frase o que Cavaco e Costa quiseram dizer (um ao outro, mas não só). A leitura, claro, não responsabiliza os protagonistas. E o número só traduz o tamanho de cada discurso – maior o do primeiro-ministro do que o do Presidente.

Cavaco Silva, Presidente da República

1 – Esta foi uma crise política – e ela foi provocada pela esquerda: […]

2 – À esquerda não há acordos, os papéis são omissos e as dúvidas subsistem. […]

3 – PCP e BE são “responsáveis” pelo novo Governo.[…]

4 – As caras mudam, as regras não.[…]

5 – Um caderno de encargos para quatro meses (de Cavaco em Belém). “Que respeite as regras europeias de disciplina orçamental aplicáveis aos países da Zona Euro”;[…]

6 – Nada de afrontar os mercados e credores.[…]

7 – Há mais vigilantes – OCDE, Conselho Finanças Públicas (CFP) e Banco de Portugal.[…] 8 – O modelo económico do PS não serve:[…]

9 – Uma ameaça de demissão pendente – e uma legitimidade maior. “Não abdicando de nenhum dos poderes que a Constituição atribui ao Presidente da República[…]

10 – Uma exigência final – negociar na concertação antes de aprovar medidas (como salário mínimo e leis laborais). […]

António Costa, primeiro-ministro

1 – Consciente da exigência (não é preciso que lhe lembrem).[…]

2 – Confiante, também no Bloco e PCP.[…]

3 – A legitimidade do Governo é incontestável:[…]

5 – Isto não foi um golpe, foi “normal”.[…]

6 – O Governo responde só perante o Parlamento (não perante o PR).[…]

7 – Por isso, é com o Bloco e PCP o seu compromisso (não com o PR).[…]

8 – O Governo vem para durar.[…]

9 – … Quer queira, quer não. “Hoje empossado por Vossa Excelência, senhor Presidente, o XXI Governo Constitucional torna-se o Governo de Portugal“.

10 – O Governo cumprirá os compromissos.[…]

11 – Mas vai mesmo mudar de políticas. “O respeito do sentido claro da votação popular exige que o Governo assuma como sua linha de orientação a mudança das políticas, dando prioridade ao crescimento económico, à criação de emprego, à redução das desigualdades”.

12 – O passado não será esquecido.[…]

13 – A missão: provar que há mesmo uma alternativa (ao contrário do que dizem Passos e Cavaco). “A austeridade não gera crescimento, nem a desvalorização interna prosperidade.[…]

14 – Moderação – a promessa que tem uma exigência (a Passos e Cavaco). “Não é de crispação que Portugal carece, mas sim de serenidade.[…]

Ler todo artigo em: http://observador.pt/2015/11/26/as-farpas-da-posse-10-de-cavaco-14-de-costa/

3 – Obstáculos e desafios da agenda prioritária do novo governo PS

Márcia Galrão/Económico (25 Nov 2015)

Orçamento do Estado à venda do Novo Banco, os primeiros meses adivinham-se difíceis mas decisivos para o governo de Costa.

O Governo está a postos, os ministros escolhidos, os acordos e as negociações em velocidade cruzeiro. Agora, António Costa vai colocar os olhos nos primeiros grandes desafios que terá pela frente. A coabitação com Cavaco Silva antecipa-se difícil e, no Parlamento, há obstáculos previsíveis que terão que ser ultrapassados. Saiba quais.

1-medidas para prolongar a austeridade[…]

2 – orçamento do Estado para 2016[…]

3- privatização da tap[…]

4- novo banco e BANIF[…]

5 -combate ao terrorismo[…]

6- tribunal de contas e cmvm[…]

A presidência do Tribunal de Contas e da CMVM são dois dos cargos para os quais António Costa tem rapidamente de nomear novas caras. No TC, Guilherme D’Oliveira Martins já abandonou o cargo. E na CMVM, o mandato de Carlos Tavares terminou em Outubro. O sucessor terá por lei de ser uma mulher e Elisa Ferreira é um dos nomes mais falados para ocupar o lugar.

Ler todo artigo em: http://economico.sapo.pt/noticias/obstaculos-e-desafios-da-agenda-prioritaria-do-novo-governo-ps_235759.html

4 – Costa admite enviar Orçamento só ao novo Presidente

Texto de João Pedro Henriques/DN (28/11/2015)

Mário Centeno, que anteontem se tornou ministro das Finanças, foi o principal responsável pelo programa económico do PS e pelas projeções macroeconómicas daí resultantes. É quadro do Banco de Portugal  | foto de Leonardo Negrão/Global Imagens

Cavaco Silva deverá deixar Belém no dia 9 de março. Só depois é que haverá votação final da lei governamental

O governo de António Costa quer a aprovação final do Orçamento do Estado de 2016 em março – mas só depois de Cavaco Silva já não ser Presidente da República.[…]

O PS, acompanhado do resto da maioria de esquerda no Parlamento, terá poder para controlar o calendário. E objetivamente não fará diferença, para o desempenho orçamental do país, que o OE 2016 seja aprovado no dia 9 ou no dia 10, já havendo um(a) novo(a) Presidente. Mas politicamente poderá fazer toda a diferença.

Governo tem 90 dias para fazer chegar OE 2016 ao Parlamento […]

Ontem chegou ao Parlamento o programa de governo, que será discutido na quarta e na quinta-feira da próxima semana. Será o primeiro momento de confronto entre António Costa como primeiro-ministro e Pedro Passos Coelho como líder do maior partido da oposição.[…]

Ontem, a maioria de esquerda fez baixar à comissão de finanças, sem votação, projetos do PS referente à sobretaxa do IRS, eliminação de cortes salariais na função pública e sobre a contribuição extraordinária de solidariedade (CES) que já terão incidência orçamental no próximo ano. O requerimento pedindo que não fossem votados foi aprovado pela maioria de esquerda e pelo PAN. Projetos PSD-CDS sobre as mesmas matérias foram chumbados.

Ler todo o artigo em: http://www.dn.pt/portugal/interior/costa-admite-enviar-orcamento-so-ao-novo-presidente-4906213.html

ESFERA ARMILAR BANDEIRA PORTUGUESA

5 – PROGRAMA DO XXI GOVERNO CONSTITUCIONAL 2015 – 2019

ÍNDICE

  1. VIRAR A PÁGINA DA AUSTERIDADE, RELANÇAR A ECONOMIA E O EMPREGO ……….4
  2. Aumentar o rendimento disponível das famílias para relançar a economia………………………. 7
  3. Resolver o problema do financiamento das empresas………………………………………………….. 9
  4. Promover o emprego, combater a precariedade………………………………………………………… 17
  5. UM NOVO IMPULSO PARA A CONVERGÊNCIA COM A EUROPA ………………………… 27
  6. Defender uma leitura inteligente da disciplina orçamental……………………………………………. .28
  7. Um novo impulso para a convergência com a europa…………………………………………………. 36

III. UM ESTADO FORTE, INTELIGENTE E MODERNO ……………………………………………….. 40

  1. Melhorar a qualidade da democracia…………………………………………………………………………. 41
  2. Governar melhor, governar diferente…………………………………………………………………………. 45
  3. Garantir a defesa num território alargado …………………………………………………………………….50
  4. Segurança interna e política criminal……………………………………………………………………………55
  5. Agilizar a justiça……………………………………………………………………………………………………….66
  6. Fortalecer, simplificar e digitalizar a administração……………………………………………………….74
  7. Assegurar a regulação eficaz dos mercados…………………………………………………………………80
  8. Valorizar a autonomia das regiões autónomas………………………………………………………………85
  9. Descentralização, base da reforma do estado……………………………………………………………….87
  10. PRIORIDADE ÀS PESSOAS …………………………………………………………………………………….91
  11. Defender o sns, promover a saúde…………………………………………………………………………….. 92
  12. Combater o insucesso escolar, garantir 12 anos de escolaridade ………………………………… 101
  13. Investir na educação de adultos e na formação ao longo da vida …………………………………..112
  14. Modernizar, qualificar e diversificar o ensino superior ………………………………………………… 114
  15. Reagir ao desafio demográfico…………………………………………………………………………….. 120
  16. Promover a qualidade de vida………………………………………………………………………………….. 126
  17. Uma nova geração de políticas de habitação.. …………………………………………………………… 132
  18. VALORIZAR O NOSSO TERRITÓRIO ………………………………………………………………………140
  19. Mar: uma aposta no futuro…………………………………………………………………………………… 141
  20. Afirmar o «interior» como centralidade no mercado ibérico ……………………………………………154
  21. Promover a coesão territorial e a sustentabilidade ambiental …………………………………………161
  22. Valorizar a atividade agrícola e florestal e o espaço rural ………………………………………………172
  23. PRIORIDADE À INOVAÇÃO ……………………………………………………………………………………181
  24. Liderar a transição ……………………………………………………………………………………………………183
  25. Investir na cultura, democratizar o acesso …………………………………………………………………..197
  26. Reforçar o investimento em ciência e tecnologia, democratizando a inovação ………………….207
  27. Prioridade à inovação e internacionalização das empresas ……………………………………………213

VII. MAIS COESÃO, MENOS DESIGUALDADES ………………………………………………………….224

  1. Garantir a sustentabilidade da segurança social …………………………………………………………..224
  2. Melhor justiça fiscal …………………………………………………………………………………………………..230
  3. Combater a pobreza ………………………………………………………………………………………………….234
  4. Construir uma sociedade mais igual …………………………………………………………………………….239

VIII. UM PORTUGAL GLOBAL ………………………………………………………………………………………246

  1. Promover a língua portuguesa e a cidadania lusófona ……………………………………………………249
  2. Continuar portugal nas comunidades portuguesas …………………………………………………………256

Ler todo o programa em: http://static.publico.pt/DOCS/politica/ProgramaXXIGC.pdf

6 – IMPOSTOS – Novo Governo: 10 mudanças fiscais que aí vêm

Lucília Tiago/Dinheiro vivo (26/11/2015)

Mário Centeno, ministro das Finanças de António Costa. Foto: Leonardo Negrão / Global Imagens

1- IMI progressivo[…]

Quantos escalões de rendimento tem o IRS?

Em 2013, os escalões foram reduzidos de oito para cinco. O PS vai mudar este sistema.

2 – IRS com mais escalões[…]

3- Quociente familiar[…]

5 – IVA desce no OE[…]

6 -IRC não desce mais[…]

7 – Penhoras limitadas

A execução fiscal de casas que sirvam de morada das famílias vai ser proibida quando em causa estejam dívidas de valor inferior ao do bem que se pretende executar. Nas restantes situações, propõe-se a suspensão da penhora da casa, quando esta sirva de morada da família.

8- Coimas e inspeções limitadas[…]

9 – Compensação de créditos[…]

10- Imposto sobre as heranças[…]

O PS e os partidos mais à esquerda consideram que existe uma desigualdade entre a tributação do rendimento e do património e discordam  também que as mais-valias não realizadas em vida pelo titular dos bens escapem totalmente à tributação. Por este motivo, propõe-se a criação de um imposto sobre heranças de elevado valor. Este “elevado valor” foi balizado em um milhão de euros e a receita que for obtida através deste novo imposto sobre as heranças será consignada à segurança social.

Ler todo o artigo em: http://www.dinheirovivo.pt/economia/novo-governo-10-mudancas-fiscais-que-ai-vem/

7 – Novo Banco. Venda ”vai decidir-se entre Santander e fundos”

Texto de Tiago Figueiredo Silva/Dinheiro Vivo (28/11/2015)

Novo processo de venda do Novo Banco já está a ser preparado e deverá ser retomado nas próximas semanas. Fotografia: Álvaro Isidoro/Global Imagens

Ricardo Madeira, da consultora Roland Berger, admite que Fundo de Resolução compre ativos

A venda separada de negócios do Novo Banco poderá atrair um perfil de interessados mais alargado à operação, que vai arrancar, pela segunda vez, já no início do próximo ano, defende Ricardo Madeira. Santander e fundos internacionais são os principais candidatos. Em declarações ao Dinheiro Vivo, o senior project manager da consultora Roland Berger admite que o Fundo de Resolução poderá comprar alguns ativos do banco presidido por Eduardo Stock da Cunha, mas não acredita que o valor da venda atinja os 4,9 mil milhões de euros que foram injetados pelo Fundo de Resolução no Novo Banco.[…]

Certo é que dificilmente a venda do Novo Banco atingirá os 4,9 mil milhões de euros que foram injetados pelo Fundo de Resolução. “Não acredito que, nas condições de mercado atuais ou expectáveis no futuro, o valor de venda atinja os 4,9 mil milhões de euros”, estima.[…]

Ler o artigo em: http://www.dinheirovivo.pt/banca/novo-banco-venda-vai-decidir-se-entre-santander-e-fundos/

8 – Contratação de Sérgio Monteiro gera polémica na CGD e no Banco de Portugal

Cristina Ferreira/Público ( 27/11/2015)

Quando saiu da CGD Sérgio Monteiro cessou as suas funções na administração. O regresso ao grupo estatal passaria por assumir as funções de director.

A contratação de Sérgio Monteiro para vender o Novo Banco com a remuneração mensal da ordem dos 30 mil euros brutos (incluindo encargos além do salário) esteve ao longo desta sexta-feira a gerar polémica dentro do grupo CGD, mas também no Banco de Portugal (BdP), que o contratou. Isto porque a entidade liderada por Carlos Costa vai pagar a Monteiro o mesmo que este recebia como administrador da Caixa Banco de Investimento, ainda que tenha cessado as funções quando foi para o Governo.[…]

Ao contrário do BdP, a CGD está sujeita às mesmas regras aplicadas à função pública e as remunerações sofreram cortes nos últimos anos. O vencimento bruto (antes dos descontos de IRS e sem contribuições sociais) do presidente, José de Matos, é de 16.578,28 euros, enquanto o do vice-presidente, Nuno Fernandes Thomaz, é de 8.647,80 euros.

Já a remuneração atribuída aos vogais da administração é a seguinte: João Nuno Palma recebe 13.481,60 euros, José Cabral dos Santos 11.424,33 euros, Ana Cristina Leal 12.703,17 euros e Maria João Carioca Rodrigues 12.039,21 euros. O vencimento de Jorge Cardoso, que está nomeado para o Novo Banco, é de 13.887,00 euros.[…]

Quando o BES foi intervencionado, o Novo Banco recebeu uma injecção de 4900 milhões, dos quais 3900 milhões vieram de um empréstimo do Estado à banca. Quatro meses depois o BdP abriu um concurso público para alienar a instituição e chegou então a admitir que o negócio pudesse gerar um pequeno lucro para o Fundo de Resolução (venda acima de 4900 milhões), o que evitaria efeito sistémico nos restantes bancos.[…]

Ler todo artigo em: http://www.publico.pt/n1715797

9 – Instituições internacionais dizem que Portugal ainda não está em “território seguro”

Sílvia Amaro/Público (24/11/2015)

Standard & Poor’s defende que problemas ao nível da dívida pública não serão resolvidos numa legislatura.

FRANÇOIS LENOIR/REUTERS

Diversas instituições financeiras internacionais alertam para “várias incertezas” relativamente à economia portuguesa. Apesar de ser ainda cedo para analisar ao certo se o novo Governo socialista irá reverter grande parte das medidas de austeridade impostas nos últimos anos, há diversas preocupações com a situação financeira nacional. Para além da consolidação orçamental ser “complicada”, o elevado endividamento do país e os altos níveis de crédito malparado são problemas que o novo Governo terá de enfrentar.[…]

De acordo com os últimos dados oficias da Comissão Europeia, a dívida pública nacional deverá atingir 128,2% do PIB este ano – um decréscimo de dois pontos percentuais face a 2014 – e deverá continuar a diminuir de ano para ano, chegando aos 121,3% do PIB no final de 2017.[…]

Também o défice português parece estar a seguir uma trajectória de diminuição. Depois de um défice de 7,2% em 2014, a Comissão prevê que este atinja o limiar dos 3% este ano e chegue aos 2,9% em 2016.[…] 

Ler o artigo em: http://www.publico.pt/economia/noticia/instituicoes-internacionais-dizem-que-portugal-ainda-nao-esta-em-territorio-seguro-1715488

10 – Em Maio de 2016 os alunos já não fazem exames no 4.º ano

Graça Barbosa Ribeiro/Público (27/11/2015)

Os projectos de lei do PCP e do BE foram aprovados na generalidade pela maioria de esquerda do Parlamento.

TEM VIDEO

Está decidido. Neste ano lectivo, os alunos que estão no 4.º ano de escolaridade já não vão fazer os exames finais de Português e Matemática. Os projectos de lei que definem esta alteração, apresentados pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP, foram aprovados na manhã desta sexta-feira no Parlamento, com os votos, também, dos deputados socialistas, dos do PEV e do PAN. Contra estiveram o CDS/PP e o PSD, que acusaram a maioria de esquerda de “abandonar os estudantes com dificuldades”.[…]

Durante o debate, as representantes do BE e do PCP prometeram colocar em discussão os exames nacionais do 2.º e 3.º ciclos. A do PS lembrou, a propósito do 4.º ano, que os socialistas são favoráveis “à aferição e monitorização das aprendizagens”.

Ler o artigo em: http://www.publico.pt/n1715759

11 – Candidaturas às Presidenciais terminam a 24 de DezembroLusa

Comissão Nacional de Eleições anunciou datas para a candidatura a Belém, onde o novo “inquilino” entrará no início de Março.

A Comissão Nacional de Eleições anunciou que a data limite para a entrega de candidaturas às eleições presidenciais é a 24 de Dezembro e que o edital das candidaturas admitidas será fixado a 06 de Janeiro.

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, marcou eleições presidenciais para 24 de Janeiro de 2016.

Caso nenhum dos candidatos obtenha mais de metade dos votos validamente expressos, realiza-se uma segunda volta, com os dois candidatos mais votados, a 14 de Fevereiro de 2016.

Pelo menos 22 pessoas já manifestaram publicamente intenção de concorrer à eleição presidencial, incluindo três com apoios partidários, nomeadamente Edgar Silva, apoiado pelo PCP, Marisa Matias, com o apoio do Bloco de Esquerda, e António Sampaio da Nóvoa, apoiado pelo Livre.[…]

Segundo a Lei Eleitoral do Presidente da República, a campanha eleitoral inicia-se no 14.º dia anterior ao dia das eleições e termina às 24 horas da antevéspera do dia marcado para a eleição.

Ou seja, a campanha eleitoral irá decorrer entre 10 e 22 de Janeiro de 2016.

O futuro Presidente da República toma posse a 9 de Março de 2016.

Ler o artigo em: http://economico.sapo.pt/noticias/candidaturas-as-presidenciais-terminam-a-24-de-dezembro_236106.html

 

12 – 25 de Novembro de 1975 (Por coincidência o XXI governo tomou posse 40 anos depois)

 “Tive de andar à bofetada para não haver disparos”: o dia em que Portugal esteve à beira de uma guerra civil

Texto de João Santos Duarte e grafismo de João Roberto/Expresso sapo (25/11/2015)

 

Ficou para a história como o dia que pôs termo a um dos períodos mais agitados do país – e que podia ter resultado num confronto que iria dividir Portugal ao meio. A 25 de Novembro de 1975, uma tentativa de golpe militar, nunca admitida pela esquerda radical, é frustrada pelos militares moderados das Forças Armadas. Quarenta anos depois, o Expresso falou com dois militares que estiveram de cada um dos lados da barricada e foi recuperar memórias do dia que deu como encerrada a revolução e abriu finalmente as portas à democracia[…]

Não era a primeira vez que saía de casa de forma inesperada, e durante aquele verão tinha mesmo saído várias vezes sem saber se regressaria, como contaria muitos anos mais tarde numa entrevista ao Expresso. A mesma onde dizia que, caso naquele dia 25 de Novembro tivesse saído perdedor, poderia ter sido preso, ou mesmo aniquilado. Mas aquele não tinha sido um verão qualquer. Passaria à história como o “Verão Quente de 1975”.

TUDO VIRIA A ACONTECER

Para se perceber como se chegou ao telefonema que acordou Ramalho Eanes naquela madrugada é preciso recuar alguns meses no tempo e fazer uma breve contextualização histórica. Ainda não tinha passado um ano desde que a revolução de 25 de Abril derrubara a ditadura do “Estado Novo”. Portugal vivia um dos períodos de maior agitação política e social de que há memória. A 11 de Março, um acontecimento acenderá o rastilho do que virão a ser meses em brasa. Dois aviões e dez helicópteros com paraquedistas vindos da base de Tancos atacam o Regimento de Artilharia de Lisboa, RALIS. Tratava-se de uma tentativa de golpe que tinha à cabeça António de Spínola, general que meses antes tinha abandonado a Presidência da República por não controlar os acontecimentos políticos e agora conspirava contra o Movimento das Forças Armadas, em conjunto com militares que ainda lhe permaneciam fiéis. O golpe acaba por sair frustrado e Spínola obrigado a fugir, primeiro para Espanha e depois para o Brasil. Mas o acontecimento seria o momento fundador do que se viria a denominar Processo Revolucionário em Curso (PREC).[…]

Ramalho Eanes faz parte de um grupo encarregado de preparar um plano que contrarie o avanço quer da “esquerda militar”, formada em torno do primeiro-ministro Vasco Gonçalves, quer dos “militares revolucionários” que apoiam o comandante do COPCON, Otelo Saraiva de Carvalho. O objetivo passa por reduzir progressivamente a influência dessas duas correntes. Em agosto, um grupo de oficiais encabeçado por Melo Antunes, um dos ideólogos da revolução de Abril, assina o “Documento dos 9”, onde se pede uma clarificação da situação política, com vista ao estabelecimento de um caminho que conduza a uma democracia representativa.

As semanas que se seguem são de vitórias para os “moderados”. No início de setembro, Vasco Gonçalves, próximo do PCP, é substituído no cargo de primeiro-ministro do governo provisório por Pinheiro de Azevedo. O Conselho da Revolução é remodelado a favor do “Grupo dos Nove”. O passo seguinte passa por mexer no influente comando da Região Militar de Lisboa, que está nas mãos de um homem que alcançou notoriedade como o principal estratego do golpe de 25 de Abril de 1974, líder de uma corrente militar onde iam desembocar várias tendências políticas de extrema-esquerda: Otelo Saraiva de Carvalho.

Otelo Saraiva de Carvalho, comandante do COPCON em 1975

A 20 de novembro é proposta a substituição de Otelo, comandante do poderoso COPCON (Comando Operacional do Continente), pelo tenente-coronel Vasco Lourenço. Apesar de várias resistências, a medida acaba por consumar-se dias depois, já na madrugada de 25. Seria a gota de água para a esquerda mais radical. Durante meses tinham corrido rumores de golpes iminentes de parte a parte. Os jornais anunciavam em primeira página ações que seriam lançadas no dia seguinte, e que nunca chegariam a concretizar-se. Até que se chega a 25 de Novembro. E vários telefones começam a tocar de madrugada.

A REVOLTA DOS PARAQUEDISTAS

“Eram cerca das 6h quando o meu telefone de casa tocou”, recorda hoje, em declarações ao Expresso, o general Loureiro dos Santos, na altura tenente-coronel. Do outro lado estava o homem que mandava no Regimento dos Comandos da Amadora, o major Jaime Neves. “Os paraquedistas ocuparam as bases aéreas”, disse-lhe. A “ala moderada” via nos acontecimentos o início de um golpe militar da esquerda radical.[…]

A resposta a um eventual golpe da esquerda radical é posta em marcha. Loureiro dos Santos e Ramalho Eanes faziam parte de um grupo de oficiais que há vários meses preparavam um plano de ação, caso esse cenário se viesse a colocar. O primeiro dirige-se de imediato para Belém, o segundo passa ainda pelo Estado-Maior General das Forças Armadas, no Restelo, antes de rumar à Presidência. São 09h quando o Presidente da República, general Costa Gomes, começa uma reunião de emergência com o Conselho de Revolução e o cenário é analisado. Além do controlo das Bases e do Comando Aéreo, as tropas do RALIS tinham também ocupado posições nos acessos à autoestrada do Norte, no aeroporto da Portela e no DGMG (Depósito Geral de Material de Guerra), em Beirolas. A resposta iria passar pela Amadora, onde se situa o Regimento de Comandos.

Pela hora do almoço, o Estado-Maior General das Forças Armadas emite finalmente uma nota em que dá conta dos acontecimentos, e avisa os sublevados que usará a força, caso seja necessário. Mas só depois das três da tarde o presidente Costa Gomes dá finalmente luz verde à ofensiva. O posto de comando é instalado então na Amadora, liderado pelo tenente-coronel Ramalho Eanes. Loureiro dos Santos permanece em Belém. “De acordo com o plano, eu faria de elo de ligação entre os dois lados. Receberia as informações vindas do comando operacional, e depois transmitia as indicações do presidente”, recorda ao Expresso. É decretado o estado de sítio parcial na região de Lisboa, algo que nem acontecera do golpe dos capitães de 25 de Abril de 1974.[…]

“ESTAVA AFLITO, NÃO SABIA O QUE HAVIA DE DIZER NA TELEVISÃO”

As forças chegaram bem cedo aos estúdios da RTP, no Lumiar. Tão cedo que, à mesma hora, estavam ainda a tocar os tais telefones em casa dos vários militares a avisar das ações dos paraquedistas. Ao comando dos homens que se dirigiram para a televisão pública estava o capitão Manuel Duran Clemente, segundo-comandante da EPAM, Escola Prática de Administração Militar, que tinha a missão de garantir a segurança da RTP em caso de agitação ou sublevação no país. E, ainda que involuntariamente, garante agora o próprio, o seu rosto acabaria por ficar na memória coletiva como uma das caras que marcou aquele dia 25 de Novembro.[…]

Horas depois, com a guarnição de segurança ainda a controlar os estúdios, Duran Clemente decide dar tempo de antena na televisão aos representantes dos paraquedistas, para que possam explicar o que se está a passar. Interrompe a emissão da “Telescola” e entra ele próprio em casa dos portugueses. Mas não de todos. Enquanto a sul do emissor da Lousã os espectadores viam e escutavam nas suas casas as palavras do militar, a norte a RTP Porto transmitia um filme com Danny Kaye, um famoso cómico norte-americano, “O Homem do Diner’s Club”. Do outro lado da barricada, a prioridade é agora deitar abaixo a emissão de Lisboa, custe o que custar. Não conseguindo entrar nos estúdios do Lumiar, uma força é enviada para o emissor de Monsanto, liderada pelo Major José Coutinho.[…]

“Confesso que estava aflito, sem saber o que haveria de dizer”, confidencia Duran Clemente, ao Expresso. “Então se isto tivesse sido um golpe preparado, eu não teria coisas escritas? Mas a verdade é que eu não tinha nada para dizer! Pensei: olha, vou dizer aqui qualquer coisa para ganhar tempo…”

“TIVE DE ANDAR À BOFETADA PARA QUE NÃO HOUVESSE DISPAROS”

O primeiro a cair foi o comando aéreo de Monsanto. A missão é confiada a Jaime Neves, que lidera os Comandos. Da Amadora partem cerca de 200 homens e 16 chaimites. À chegada acabam por não encontrar resistência, os ocupantes rendem-se de forma pacífica. Menos tranquila foi a operação lançada no regimento da Polícia Militar, na Ajuda, já na manhã do dia seguinte. Uma troca de tiros acaba por fazer três mortos: dois do lado dos comandos, e um aspirante da Polícia Militar.[…]

O comando da Polícia Militar acaba detido. No RALIS, em Sacavém, a situação permanece tensa, com centenas de populares concentrados à porta das instalações. Mas a balança começa a pender, em definitivo, para o lado dos que se dizem “moderados”. Contam ainda com um apoio de peso: uma coluna de blindados da Escola Prática de Cavalaria sai de Santarém, liderada pelo capitão Salgueiro Maia, e fica estacionada no Depósito Geral de Material de Guerra, perto do RALIS. O Regimento acaba também por ceder. Em menos de 48 horas, a sublevação dos paraquedistas é controlada.

Imagem 1/17 – Último grito dos para-quedistas em Tancos (Arquivo Torre do Tombo)

QUEM ESTEVE POR TRÁS DOS ACONTECIMENTOS?

Quarenta anos depois, há ainda muitas dúvidas e interrogações sobre o que efetivamente se passou a 25 de Novembro de 1975, e sobre quem foi responsável pelos acontecimentos. A fação “moderada” dos militares não tem dúvidas em afirmar que houve uma tentativa de golpe militar por parte da esquerda mais radical. Quem estava do outro lado nega.[…]

Costa Gomes foi fundamental para evitar o risco de uma guerra civil no país.”

Duran Clemente garante que não houve golpe de esquerda. “Teimam em dizer que era um golpe de esquerda. Mas quem é que era o chefe do golpe de esquerda? Que plano é que havia? Nenhum!” Para o agora coronel na reforma, os paraquedistas agiram com fins de contestação militar e não com um objetivo político.[…]

Entre os perdedores acabou por estar Otelo Saraiva de Carvalho, embora nunca se tenha provado a sua responsabilidade no movimento dos paraquedistas. Na noite de 24 para 25 foi dormir para casa. No dia 25 ainda comandou o COPCON. Mas a 27 acaba destituído do cargo.

Já Ramalho Eanes é nomeado nos dias seguintes chefe de Estado-Maior do Exército e acaba por vir a ter uma carreira politica fulgurante. Sete meses depois dos acontecimentos é candidato à presidência da República e ganha logo à primeira volta com 61,5% dos votos.

O 25 de Novembro de 1975 marca o fim do Processo Revolucionário em Curso, que deixa para as páginas da história alguns dos meses mais conturbados da vida do país. Ainda assim, para muitos, como Duran Clemente, evitaram-se situações ainda mais graves. “Durante 48 anos uma garrafa esteve fechada com gás. Tirou-se-lhe a tampa. O que é que queriam? Muito pacíficos fomos nós durante o PREC…”

Ler todo o artigo em: http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-11-25-Tive-de-andar-a-bofetada-para-nao-haver-disparos-o-dia-em-que-Portugal-esteve-a-beira-de-uma-guerra-civil

13 – França: depois do terror, a deriva securitária

Félix Ribeiro/Público ( 26/11/2015)

A polícia francesa arromba portas de norte a sul do país em busca de radicais islâmicos. Aproveita as liberdades que lhes dá o estado de emergência, apoiada pela maioria dos franceses. Mas muitos queixam-se de islamofobia e de deriva securitária.

Aos receios de um Estado securitário, a polícia responde com números: 266 armas apreendidas em 1616 buscas é “um bom rácio” JOEL SAGET/AFP

Karim é uma das quase três centenas de pessoas em prisão domiciliária ao abrigo do estado de emergência em França, decretado duas horas e 40 minutos depois do início dos atentados em Paris. Dormia quando a polícia entrou no seu quarto. “Vão-me matar”, disse à mulher, vendo os feixes vermelhos das armas na parede da sua habitação parisiense. Não foi isso que aconteceu. “O senhor está preso, mas em sua casa”, disseram-lhe, momentos depois, para seu espanto. É “considerado muito radical” e foi visto a “congratular-se publicamente” com os ataques de Janeiro na capital. A esposa de Karim – não o seu nome verdadeiro – está convencida de que o crime é outro. “É porque somos muçulmanos”, conta à AFP. Chorava ao fazê-lo.[…]

A guerra interna de França ao terrorismo está a ser travada pela polícia. Fizeram-se já mais de 1600 operações de busca em pouco mais de dez dias, segundo os últimos números do Governo. As autoridades encontraram mais de 260 armas, incluindo um lançador de granadas. Pelo menos 165 pessoas foram detidas e outras 290 ficaram em prisão domiciliária, como aconteceu com Karim. Este volume de operações só é possível graças ao estado de emergência que o Presidente Hollande decretou na própria noite dos ataques e que foi entretanto prolongado até Fevereiro.[…]

Os muçulmanos são os alvos predominantes destas operações. A polícia fez buscas já em mais de 30 mesquitas. De tal maneira que o Colectivo contra a Islamofobia em França publicou já um guia prático para a denúncia de buscas e prisões domiciliárias indevidas. “Fixá-las na comunidade muçulmana multiplica as generalizações e cria um sentimento de medo, mesmo de psicose, em muitos muçulmanos”, diz à Al-Jazira Nabil Ennasri, escritor e responsável pelo Observatório do Qatar.[…]

A colisão entre liberdade e segurança tornou-se um lugar-comum no momento de se discutir a melhor forma de combater a ameaça jihadista moderna. Aconteceu o mesmo na França pós-Charlie Hebdo, no momento de aprovar nova legislação antiterrorismo. Volta a acontecer agora. Mais de 90% dos franceses têm uma opinião positiva sobre o actual estado de emergência. Em 2005, eram mais de 70% os que a aprovavam. Na opinião do filósofo Frédéric Gros, faz parte de um “primeiro momento de emoção legítima”. Segue-se outra fase, a da “vigilância e poder crítico do executivo na sua deriva autoritária”.[…]

Ler todo artigo em: http://www.publico.pt/n1715713

14 – Hollande defende “grande coligação” contra ‘jihadistas’, Putin concorda em cooperar

Observador (26/11/2015)

Vladimir Putin está disponível para “cooperar” na Síria, em resposta a François Hollande, que apelou em Moscovo para a criação de uma “grande coligação” contra o Estado Islâmico.

Foto de Yuri Kadobnov/Pool/Epa

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou estar disponível para “cooperar” na Síria, em resposta ao seu homólogo francês, François Hollande, que apelou em Moscovo para a criação de uma “grande coligação” contra o grupo extremista Estado Islâmico.

“Devemos fazer essa grande coligação para atacar o terrorismo (…), para que todos os países atuem contra o terrorismo e contra o Daesh [acrónimo árabe do grupo Estado Islâmico (EI)]”, declarou Hollande, no início do encontro com Putin na capital russa.[…]

Em apoio à luta do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, contra o terrorismo, Moscovo iniciou ataques aéreos em território sírio a 30 de setembro.

Na sequência dos mortíferos atentados do passado dia 13 de novembro em Paris, reivindicados pelo EI, a França anunciou esta semana que pretende criar uma grande coligação contra o EI, que integre as forças de vários países, nomeadamente Estados Unidos e Rússia.

O projeto desta grande coligação poderá ser abalado pelo abate, na terça-feira, de um caça-bombardeiro russo pela Turquia, país da NATO e membro da coligação anti-‘jihadista’, na fronteira com a Síria.

Segundo Ancara, o SU-24 russo violou o espaço aéreo turco dez vezes num período de cinco minutos ao longo da fronteira com a Síria, ignorando todas as advertências.

A par de Vladimir Putin, o chefe de Estado francês encontrou-se durante esta semana com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, com o seu homólogo norte-americano, Barack Obama, com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o chefe do Governo italiano, Matteo Renzi.

Ler o artigo em: http://observador.pt/2015/11/26/hollande-defende-grande-coligacao-contra-jihadistas-putin-concorda-em-cooperar/

15 – Como o Estado Islâmico está a ser bombardeado mas não invadido

Texto de Pedro Santos Guerreiro, Rui Cardoso e Helena Bento; Infografia de Jaime Figueiredo; Animação Carlos Pais/Expresso sapo (27.11.2015)

França, Rússia, Estados Unidos estão a bombardear os territórios do Daesh na Síria e no Iraque. Depois dos atentados de Paris, o debate sobre invasões por terra foi relançado. Veja como estão a decorrer as operações na região do autoproclamado Estado Islâmico a ser bombardeado (mas não invadido)

“No boots on the ground”, não haverá “botas no chão”, afirmou Barack Obama. Mas a discussão sobre a possibilidade de invasão por terra do território controlado pelo Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico, intensificou-se depois dos atentados de Paris. Por enquanto, os ataques dos americanos, dos franceses e dos russos estão a ser feitos pelo ar.

Ver o vídeo em: http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-11-27-Video.-Como-o-Estado-Islamico-esta-a-ser-bombardeado-mas-nao-invadido

16 – Crise da dívida não foi uma crise da dívida?

Texto de João Silvestre e de Jorge Nascimento Rodrigues/Expresso sapo (28/11/2015)

Os problemas no euro não começaram na dívida e, provavelmente, não vão acabar aí

Foto de Ralph Orlowski/Reuters

Manifesto de economistas europeus apresenta nova narrativa da crise em alternativa à visão da austeridade

Em matemática, se X é igual a Y e Y é igual a Z, logo X é igual a Z. E, claro, não é preciso demonstrar que uma coisa é igual a ela própria, é uma redundância. Mas na análise da crise da zona euro, principalmente quando se mete a política pelo meio, uma crise da dívida soberana pode não ser exatamente uma crise da dívida soberana. Estranho? Talvez não.[…]

No ponto de partida da grande crise financeira, em 2008, apenas Grécia, Itália e Bélgica registavam dívidas públicas superiores a 90% do PIB (ver quadro).[…]

APERTAR  POR APERTAR

A consolidação orçamental acabaria por ser brutal, com a zona euro a passar de um défice primário de €350 mil milhões em 2010 para apenas €10 mil milhões quatro anos depois. O aperto de cinto foi muito além das fronteiras dos países resgatados que, ainda assim, assumiram quase metade do esforço. Os cinco periféricos (Espanha, Grécia, Irlanda, Itália e Portugal) contribuíram com 48% e as duas maiores economias (França e Alemanha) com 45%. A economia germânica, por exemplo, f ez uma travagem brusca na política orçamental, com o défice a passar de 4% em 2010 para um valor ligeiramente positivo em 2012. O Governo francês não foi tão longe e reduziu o défice em dois pontos de 6,8% para 4,8%.

Alemanha e França, que, em vez de “puxarem” pela região, empurram-na para uma contração brutal equivalente a 4 pontos percentuais da economia (ver quadro), como revela o manifesto “Reinicializando a Zona Euro — Primeiro passo: concordar numa narrativa sobre a crise”. “A Comissão Europeia estima que a queda do PIB em Portugal teria sido 16% menor caso a mesma receita não tivesse sido seguida ao mesmo tempo nos restantes países da zona euro”, diz Paes Mamede.[…]

Ler todo artigo em: http://expresso.sapo.pt/economia/2015-11-28-Crise-da-divida-nao-foi-uma-crise-da-divida-

17 – SOCIEDADE – Uma campanha bruta

KATYA DELIMBEUF/ Expresso (28.11.2015)

A violência doméstica não é, infelizmente, um tema novo. Quando envolve figuras mediáticas, a atenção pública para este problema tende a aumentar. Um artista italiano concebeu uma campanha baseado neste princípio

A face da violência doméstica nunca é bonita. Adiciona cores de tons arroxeados e negros, e deixa marcas bem mais profundas, mesmo sem cor visível, dentro de quem a sofre.A violência doméstica pode tocar a todos, de todas as idades, credos e estratos sociais, já sabemos. Para dar mais impacto ao debate sobre este drama universal, e para assinalar o Dia Internacional de Luta pelo fim da violência contra a Mulher (assinalado esta semana), um artista e ativista italiano, Alexsandro Palombo, usou imagens de celebridades internacionais conhecidas no mundo todo para chamar a atenção. Fotografias cedidas de figuras como as atrizes norte-americanas Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, da britânica Emma Watson ou das cantoras Miley Cyrus e Madonna, desfiguradas pela violência, deram origem à campanha criada pelo italiano, sob o slogan “A vida pode ser um conto de fadas se você quebrar o silêncio. Nenhuma mulher está imune à violência doméstica”.

Kim Kardashian – ALEXSANDRO PALOMBO

A ideia é alertar as vítimas para denunciarem os seus agressores e não se esconderem por trás da vergonha. “O silência mata mais do que doenças ou acidentes.[…]

Palombo já chamou a atenção para outros temas importantes no passado através do uso de personagens conhecidas. Para uma campanha de apoio a vítimas de cancro da mama, usou imagens de princesas da Disney mastectomizadas, e para assinalar os 70 anos de Auschwitz, colocou as personagens da série “Os Simpsons” no campo de concentração austríaco. Abordagens de choque para chamar a atenção. Desde que funcione…

Ler o artigo em: http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-11-28-Uma-campanha-bruta

Por fim e como nas semanas anteriores publico um artigo de caracter geral de temas como ( história, cultura, ciência, novas tecnologias, etc.). Esta semana publico um artigo que relembra que há 40 anos saía da antiga Saigão o último contingente militar americano

18 – Vietname : Os filhos do pó

Há 40 anos saía da antiga Saigão o último contingente militar americano. Para trás ficava um país com as marcas da guerra e muitos filhos, conhecidos como “bui doi”, “filhos do pó”.

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post. Com a colaboração de Nga Ly Hien Nguyen, no Vietname, e Magda Jean-Louis e Julie Tate, em Washington

Os filhos abandonados pelos soldados americanos no Vietname cresceram com o inimigo no rosto, foram ostracizados, muitos acabaram nas ruas como sem-abrigo. Uma americana-asiática criou a Operação Reunificar e acredita que testes de ADN podem ser a última esperança para juntar pais e filhos. Mas nem todas estas histórias têm um final feliz.

Vo Huu Nhan estava no seu barco a vender legumes no mercado flutuante no delta do rio Mekong quando o telefone tocou. A pessoa que lhe ligava dos Estados Unidos tinha uma notícia estrondosa para lhe dar: uma base de dados de ADN ligava Vo Huu Nhan a um veterano da guerra no Vietname que poderia ser o seu pai.[…]

Quando o último contingente militar americano deixou a antiga Saigão — actual Cidade de Ho Chi Minh — entre 29 e 30 de Abril  de 1975, deixou também um país com as cicatrizes da guerra, um povo sem saber do seu futuro e milhares de filhos. Estas crianças — metade negras, metade brancas — foram fruto de ligações amorosas com empregadas de bar, com “hooch” (como eram conhecidas as vietnamitas que limpavam as instalações militares americanas), com engomadeiras e com as mulheres que enchiam os sacos de areia que protegiam as bases americanas. Chegam agora à meia-idade com histórias tão intricadas como as dos dois países que lhes deram vida. Cresceram com o inimigo no rosto, foram cuspidas, ridicularizadas, sovadas. Foram abandonadas, enviadas para longe para viverem com outros membros das famílias ou vendidas como mão-de-obra barata. As famílias que ficavam com estas crianças eram muitas vezes forçadas a mantê-las escondidas e a raparem-lhes os cabelos louros ou os caracóis que as denunciavam. Algumas foram enviadas para programas de reeducação em campos de trabalho forçado ou acabaram como sem-abrigo a viver nas ruas.

Eram conhecidos como “bui doi”, o que significa “filhos do pó”. Quarenta anos depois, muitos continuam no Vietname, demasiado pobres ou sem qualquer prova que lhes permita candidatarem-se ao Amerasian Homecoming Act, uma lei de 1987 que deu estatuto de imigrante americano aos filhos de soldados americanos. Agora, um grupo de americano-asiáticos (amerasian, na expressão inglesa que resulta da fusão das palavras “americano” e “asiático”) acaba de se lançar numa última tentativa para reconciliar pais e filhos com o apoio de uma nova base de dados de ADN num site de genealogia.[…]

O ADN de Vo Huu Nhan (em cima à direita) corresponde ao do pai, Robert Thedford Jr. vice-xerife reformado do Texas (em cima à esquerda)

Mais de 3 mil órfãos vietnamitas foram retirados do caos que se viveu nos últimos dias da guerra. A vida mudou com a lei de 1987, que permitiu a 21 mil americano-asiáticos e mais de 55 mil membros das suas famílias ficarem nos Estados Unidos. Os “filhos do pó” tornaram-se de repente “filhos de ouro”. Houve vietnamitas com posses a comprar americano-asiáticos para logo a seguir os abandonar mal chegavam aos Estados Unidos, diz Robert S. McKelvey, antigo marine e psiquiatra infantil, autor de The Dust of Life: America’s Children Abandoned in Vietnam (numa tradução literal “Os Filhos do Pó: As Crianças da América Abandonadas no Vietname”).[…]

O EMPRESÁRIO DANG VAN SON

Dang Van Son é um caso raro de sucesso na comunidade mestiça do Vietname. Em baixo à esquerda, uma fotografia da sua mãe

A rapariga do bar apaixonou-se, ou algo do género, por um oficial americano chamado Jackson que estava mobilizado na base de Long Binh, perto de Saigão, em 1967. Os dois montaram casa numa rua barulhenta da cidade. O soldado chegava à tarde e levava Nguyen Thi Canh para dar voltas no seu jipe. Pouco tempo depois, nascia um bebé.[…]

O CASAL NGUYEN THANH AN E LE THI MY THUY

Nguyen Thanh An e a mulher, Thuy, não sabem praticamente nada sobre os seus pais, apenas que eram soldados americanos

Quando Nguyen Thanh An viu pela primeira vez a sua futura mulher, Thuy, a vender bebidas na praia, soube instantaneamente que ela era mestiça — tal como ele.[…]

O FUNCIONÁRIO NGUYEN THANH TRUNG

Se algum dia Nguyen Thanh Trung encontrar o pai, tem apenas uma pergunta para lhe fazer: “Porque é que me deixaste aqui?”

Ela era educadora do jardim de infância. Ele era o contínuo da escola. Quando Nguyen Thi Ngoc Phuong conheceu o seu namorado mestiço, ficou com dúvidas por ele não ter estudos, e a sua estranha aparência — metade branco, metade vietnamita — deixava-a nervosa. Mas a família pressionou-a a assumir o compromisso. “A minha mãe disse: ‘Se queres ir para a América, devias casar com ele’”, recorda Phuong, de 47 anos.[…]

SANDY TRAN THI HUONG

Em baixo à direita, a foto do pai de Tran Thi Huong: tudo o que resta da relação dos pais. “Sandy” conseguiu localizá-lo, mas ele nunca quis conhecê-la

O seu nome é Tran Thi Huong. Mas chama-se a si própria “Sandy”. Foi esse o nome que lhe deu o pai, um sargento do Exército americano, antes de embarcar da base aérea de Cam Ranh, em 1969, deixando a namorada e a filha bebé para trás. Ele tinha ficado entusiasmado com o nascimento de Sandy, até tirou uma fotografia com ela. Mas partiu sem dizer adeus.

Essa fotografia — tudo o que resta do caso amoroso dos pais — foi levada para os Estados Unidos por parentes seus como uma espécie de relíquia sagrada. No ano passado, chegou às mãos da sua enérgica prima americana, Anh Tran, uma organizadora de eventos de Filadélfia, que tentou encontrar o pai de Sandy.[…]

A COSTUREIRA NGUYEN THI THUY

Nguyen Thi Thuy diz que a sua única motivação ao longo da vida foi encontrar o pai

Quando Nguyen Thi Thuy era criança, tomava conta de uma manada de búfalos-asiáticos da quinta da sua família adoptiva. Os animais eram os seus únicos amigos, afirma.

 Sendo meio negra, meio vietnamita, era constantemente apontada e ostracizada por colegas da escola e vizinhos, na cidade de Cu Chi. Um dia, um enorme grupo começou a persegui-la, chamando-lhe “negra americana”, atirando pedras e empurrando-a com paus.

Depois da guerra, a mãe de Thuy deu-a para adopção porque, defende-se, tinha medo do que os vietnamitas do Norte pudessem fazer-lhe quando descobrissem que tinha uma filha mestiça.[…]

A ideia de um dia encontrar o pai é a única coisa que a fez aguentar ao longo dos anos, diz. “Quando eu estava sozinha a tratar dos búfalos, olhava para o céu e pensava: ‘Ele deve estar num sítio muito distante. Não sei se ele alguma vez conseguirá encontrar-me e levar-me desta vida’.”

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post. Com a colaboração de Nga Ly Hien Nguyen, no Vietname, e Magda Jean-Louis e Julie Tate, em Washington

Ler todo o artigo em: http://www.publico.pt/mundo/noticia/os-filhos-do-po-1693279?frm=esp

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