Revista da semana
De 03/01/ a 09/01/2016
Esta foi a semana do dia de “Reis”. Quem sois vós? quem sois vós? Sou rei, sou Rei (dizia Jô Soares em programa de televisão). Em monarquia ser “Rei” significava o “poder absoluto” (em algumas monarquias ainda existentes já não é assim). Em regime republicano “ditatorial” quem manda tem também o poder absoluto (é um regime autoritário em que os poderes legislativo, executivo e judiciário estão nas mãos de uma única pessoa ou grupo de pessoas, que exerce o poder de maneira absoluta sobre o povo).
De 1926 a 1974 vivemos e conhecemos bem o exercício desse poder. No regime republicano dito “democrático” o “povo” elege os seus representantes a quem dá o poder de governar o país nos interesses dos seus cidadãos. Esta é a teoria. A prática é bem diferente. Quem depois está no poder trata os cidadãos com o critério de que “somos todos iguais, só que uns são mais iguais que outros…).
A governação hoje e sempre dependeu dos interesses económicos internacionais. Fazem-se acordos e guerras em prol desses interesses, subjugando e explorando os Estados/cidadãos mais pobres e desprotegidos.
Veja-se a situação de pobreza económica/financeira de alguns dos países ditos pertencentes à União Europeia, como é o caso dos inicias “PIGS” (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) e que agora se vai estendendo a outros países, que se deixaram enredar nas prometidas benesses de pertencer à U.E. Pertencer ao Grupo obriga a regras que escravizam quem não tem uma economia forte ou totalmente dependente de outros países e do contexto internacional como é a nossa.
Temos um novo governo que na área financeira, tal como os anteriores, depende totalmente do exterior que lhe impõe as suas condições. Veja-se o caso da obrigação imposta aos cidadãos portugueses, para pagar os erros (roubos) cometidos pela Banca.
Com a última situação verificada (BANIF) os portugueses já suportaram até agora cerca de 20 mil milhões de Euros, o que representa cerca de 11% do nosso PIB. Acresce a esta situação os constantes empréstimos a que temos de recorrer para fazer face às despesas correntes do Estado, empolando a nossa dívida pública em valores que, actualmente, significam cerca de 128% do PIB.
Espero que este governo entenda que a dívida tem de ser renegociada e as despesas do Estado restritas ao essencial (privilegiando os mais necessitados). Se o não fizer torna-se incontrolável governar o país nos interesses dos seus cidadãos.
Por esta razão começo a revista desta semana com a polémica divulgada pela comunicação social sobre o caso BANIF, as notícias da venda de empresas públicas e privadas a preço de saldo e a situação dos desempregados.
ARTIGOS PUBLICADOS
1 – Caso BANIF
2- Empresas Públicas e privadas a preço de saldo
3 – Desempregados – humilhação quinzenal
4- Fim das execuções fiscais de casas de família
5 – Banca Portuguesa – Sabe se o seu nome consta na “lista negra” da banca?
6 – Parlamento aprovou reposição dos quatro feriados retirados em 2012
7 – O pior Cavaco de sempre… no mês da saída
8 – Transportes de Lisboa e Porto ficam no Estado
9 – Governo anuncia tabelas de retenção da sobretaxa. Saiba quanto vai pagar todos os meses
10 – Petróleo em mínimos históricos mas combustíveis não mexem. Porquê?
11 – A luta pela supremacia no mundo árabe-islâmico
12 – Canadá justifica manutenção do acordo de venda de armas à Arábia Saudita
13 – “Dinheiro de sangue” é o que os republicanos andam a fazer com as armas
14 – Bomba H. Porque é tão temida, quem a tem e outras ameaças
15 – Provas aferição já este ano para os alunos do 2.º, 5.º e 8.º Exames nacionais só no 9.º
16 – Como poupar mais de 1300 euros? Aceite o desafio das 52 semanas
17 – “Vamos cantar as janeiras”?
1 – Caso Banif – BCE recusou oferta para o Banif que poupava 1,7 mil milhões ao Estado – Artigo de Cristina Ferreira/Público (08/01/2016)
Fundo norte-americano Apollo, dono da Tranquilidade, avançou com oferta que penalizava menos os contribuintes.
Rejeitada a solução de venda do Banif pelo BCE, pelo Banco de Portugal e pelo Ministério das Finanças avançou-se para a resolução a 20 de Dezembro
O Banco de Portugal impôs ao Governo a solução Santander para o Banif em detrimento de uma oferta da Apollo, dona da Tranquilidade, que teria imputado perdas máximas aos contribuintes da ordem dos 700 milhões de euros, ou seja, quase quatro vezes menos do que o dinheiro que o Estado tem agora em risco na operação.[…]
A entrega do Banif ao Santander surgiu como uma imposição das autoridades europeias que procuram aproveitar os problemas da banca portuguesa para impor uma consolidação com os grandes bancos espanhóis. O Santander já veio assumir que a operação Banif possibilitou subir para 14,5% a sua presença em Portugal. Depois do Banif, as pressões europeias inclinam-se para vender o Novo Banco a outra entidade espanhola. E o Santander volta a estar na linha da frente, seguido do BBVA e do Banco Popular. E há quem admita no supervisor envolver o La Caixa, grande accionista do BPI.[…]
Ler o artigo em: http://www.publico.pt/n1719534
2- Empresas Públicas e privadas a preço de saldo- Espanhóis têm sido os mais activos nas compras de empresas em Portugal – Artigo de Luís Villa Lobos/ Público (04/01/2016)
Entre 2011 e 2015, Espanha protagonizou o número mais elevado de aquisições da maioria do capital de empresas presentes em Portugal. Maiores negócios vieram da França/Luxemburgo, China e Brasil.
Foto de José Sarmento de Matos – Santander fez a última grande investida no mercado português, ao garantir a compra do Banif por 150 milhões de euros […]
Desde 2011 (ano em que a troika de credores entrou em Portugal), as empresas espanholas asseguraram o controlo de 34 empresas no território nacional, segundo dados facultados ao PÚBLICO pela Transactional Track Record (TTR).
De acordo com esta empresa especializada na análise deste tipo de transacções, 2015 foi o ano com mais negócios espanhóis em Portugal, com dez aquisições realizadas entre Janeiro e Novembro. A este número é preciso somar, pelo menos, a compra do Banif pelo Santander, que não está ainda incluído nos cálculos feitos pela empresa (ver infografia).[…]
Esta foi a segunda investida espanhola no sector no espaço de poucos meses, já que em Setembro o Bankinter ficou com o negócio de retalho do Barclays no mercado nacional por cerca de 100 milhões de euros (montante que representa um forte desconto por parte do grupo inglês).
Outros sectores que se mostraram apetecíveis para o capital espanhol no ano que agora terminou foram o dos veículos automóveis, o da agro-indústria e o do imobiliário.[…]
Ao mesmo tempo, o Governo de coligação PSD-CDS liderado por Pedro Passos Coelho teve uma postura agressiva de privatizações, marcando não só a saída do Estado de várias empresas, como a entrada de novos intervenientes no mercado nacional. E, com isso, o executivo do PSD-CDS liderou grande parte das maiores operações destes últimos anos. Depois da venda da PT Portugal à Altice, e da fusão da Oi com o grupo Portugal Telecom (anunciada em 2013 e finalizada em 2015 por um valor de cerca de 3,58 mil milhões), o terceiro maior negócio no período em análise foi a privatização da Ana – Aeroporto de Portugal, ganha pela francesa Vinci em 2012 por 3,08 mil milhões de euros.[…]
Ler o artigo em: http://www.publico.pt/economia/noticia/espanhois-tem-sido-os-mais-activos-nas-compras-de-empresas-em-portugal-1719026
3 – Desempregados
3.1 – Taxa de desemprego na zona euro cai para 10,5% em novembro
Margarida Cardoso/Expressso sapo (07/01/2016) diz que de acordo com o Eurostat, o número total de desempregados na Europa a 28 totaliza 22,2 milhões de pessoas, 16,9 milhões das quais estão no perimetro da zona Euro.
Entre a população com menos de 25 anos, o desemprego caiu para 22,5% na zona Euro e 20% na UE a 28 comparativamente aos valores de 23,2% e de 21,5% registados em período homólogo de 2014.
Portugal, com uma percentagem de 12,4%, tem a quinta maior taxa de desemprego da EU, que em média caiu para 10,5% em novembro/2015.
Por países, a Alemanha (4,5%) República Checa (4,6%) e Malta (5,1%) apresentam as taxas de desemprego mais baixas. No extremo oposto, a liderança no desemprego é da Grécia (24,6%), seguida de Espanha (21,5%).
Ler o artigo em: http://expresso.sapo.pt/economia/2016-01-07-Taxa-de-desemprego-na-zona-euro-cai-para-105-em-novembro
3.2 – humilhação quinzenal – ARTIGO DE OPINIÃO – José Soeiro/Expresso sapo (08/01/2016)
Perder o emprego é quase sempre uma desgraça. Não é apenas o rendimento que se perde, é o quotidiano que se esfrangalha, é o isolamento que cresce e o sentimento de utilidade que fica em causa.
Quem recebe o subsídio passa ainda a ter de atestar, a cada quinze dias, a permanência na sua morada oficial, apresentando-se no centro de emprego, na Junta de Freguesia ou numa instituição que tenha protocolo com o Instituo de Emprego. Como se tivesse cometido um crime e fosse arguido com termo de identidade e residência. O não cumprimento, por duas vezes, da obrigação da apresentação quinzenal, resulta na anulação da inscrição no Serviço de Emprego e na perda do direito ao subsídio de desemprego.[…]
Em Portugal, tristemente, a maior parte dos desempregados já não tem sequer acesso ao subsídio de desemprego, porque teve trabalhos precários que não lhes permitem aceder àquela prestação ou porque estão desempregados há demasiado tempo e o subsídio já terminou. Nos centros de emprego, escasseiam as ofertas de trabalho. Perante isto, conceber os desempregados como uma espécie de preguiçosos, obrigados a demonstrar que procuram trabalho como quem procura água no deserto e a fazerem prova de vida quinzenal não serve a fiscalização. É apenas um desrespeito e uma humilhação inútil que as pessoas não merecem. Devia acabar.
Ler o artigo em: http://expresso.sapo.pt/blogues/jose-soeiro/2016-01-08-A-humilhacao-quinzenal
4- Fim das execuções fiscais de casas de família – Esquerda aprova fim de execuções fiscais de casas de família – Lusa/DN (08/01/2016)
Foto de Margarida Ramos/Arquivo Global Imagens – PS, Bloco de Esquerda, PCP, PEV e PAN aprovaram hoje na Assembleia da República, na generalidade, diplomas que pretendem garantir a proteção da casa de morada de família no âmbito de processos de execução fiscal.[…]
No entanto, o diploma do PS também prevê que, durante o período de manutenção de dívidas de uma família à Autoridade Tributária, o imóvel de habitação não possa ser vendido.
Ler o artigo em: http://www.dn.pt/portugal/interior/esquerda-aprova-fim-de-execucoes-fiscais-de-casas-de-familia-4970047.html
5 – Banca Portuguesa – Sabe se o seu nome consta na “lista negra” da banca? – Sandra Almeida Simões/Dinheiro Vivo (07/01/2016)
O Banco de Portugal disponibiliza, de forma gratuita, (https://www.bportugal.pt/pt PT/ServicosaoPublico/CentraldeResponsabilidadesdeCredito/ConsultaInternet/Paginas/NSA-CRC.aspx)
o acesso a uma base de dados que agrega toda a informação prestada pelas instituições bancárias sobre os créditos concedidos e os potenciais compromissos assumidos pelos clientes. O mapa de responsabilidades de crédito pode ser consultado por particulares e empresas. E também um instrumento fundamental para banca avaliar o perfil e o risco de cada cliente. Imaginemos que é cliente da instituição A e tem um compromisso de crédito de montante igual ou superior a 50 euros (conta de ordenado, crédito ao consumo ou habitação ou até cartão de crédito).
Ler o artigo em: http://www.dinheirovivo.pt/banca/sabe-se-o-seu-nome-consta-na-lista-negra-da-banca/
6 – Parlamento aprovou reposição dos quatro feriados retirados em 2012 – Dinheiro digital com Lusa (08/01/2016)
O parlamento aprovou hoje diplomas do PS, PCP, BE e PEV para a reposição, em 2016, dos quatro feriados nacionais retirados em 2012, com a abstenção das bancadas do PSD e do CDS-PP.[…]
No debate em plenário, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares anunciou que o Governo já tem o parecer favorável da Santa Sé para avançar com a reposição em 2016 dos dois feriados religiosos retirados em 2012, com efeitos a partir de 2013 – o de Corpo de Deus (móvel) e o dia 01 de novembro (dia de Todos os Santos).
Os feriados civis que vão ser repostos em 2016 são o dia 5 de Outubro, que assinala a Implantação da República, e o 1.º de Dezembro, Dia da Restauração da Independência.[…].
Ler o artigo em: http://dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=241916
7 – O pior Cavaco de sempre… no mês da saída
Extrato do artigo de Martim Silva e Bernardo Ferrão e Infografia de Sofia Miguel Rosa/Expresso (08/01/2015)
A sondagem deste mês (Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC, de 1 a 6 de janeiro de 2016) mostra um PS e um PSD quase colados nas intenções de voto. Mas mostra sobretudo um Presidente da República no seu valor mais baixo de sempre de popularidade dos políticos em Portugal não são propriamente amados hoje em dia.
Mas há aqueles políticos para quem os portugueses reservam no seu coração um desagrado e antipatia particulares.[…]
Em relação à intenção de voto, e tal como há um mês, PS e PSD estão praticamente empatados. No estudo da Eurosondagem, os partidos de António Costa e Passos Coelho registam variações muito ligeiras, ainda assim a queda dos sociais-democratas é superiorà dos socialistas. O que faz com que o PS esteja um ponto à frente do PSD (um valor claramente dentro da margem de erro técnica da sondagem).
Resultados globais: PS 26,3%; PSD 25,3%; BE 8%; CDS 5,9%; CDU 6,7%; PAN 1,7%; Outros 5,5%; não sabe/não responde – 21,1%
8 – Transportes de Lisboa e Porto ficam no Estado – Expresso Lusa (07/01/2016)
Foto António Contrim/Lusa – Decisão tomada no Conselho de Ministros desta quinta-feira confirma a reversão do processo de subconcessão das empresas de transporte público de Lisboa e do Porto, lançado pelo Governo de Passos Coelho
É oficial. Os transportes de Lisboa e Porto já não serão subconcessionados e as empresas que venceram o concurso não serão por esse fato indemnizadas, garantiu esta quinta-feira o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.[…]
Ler o artigo em: http://expresso.sapo.pt/politica/2016-01-07-Transportes-de-Lisboa-e-Porto-ficam-no-Estado
9 – Governo anuncia tabelas de retenção da sobretaxa. Saiba quanto vai pagar todos os meses – Expresso sapo (07/01/2016)
Descida da sobretaxa de IRS vai refletir-se já nos descontos mensais. Governo aprovou esta quinta-feira as novas tabelas. Veja o simulador do Expresso – basta inserir o seu rendimento mensal e verá de imediato quanto irá pagar[…]
A sobretaxa de IRS passa a ser assim para os vencimentos brutos mensais
SOLTEIROS E CASADOS (DECLARAÇÃO SEPARADA)
Até €801 – 0%; Até €1.683,00 – 1%; Até €3.054,00 – 1,75%; Até €5.786,00 – 3%; Superior a €5.786,00 – 3,5%
CASADOS QUE ENTREGAM DECLARAÇÃO CONJUNTA
Até €1.205.00 – 0%; Até €2.888,00 – 1%; Até €6.280,00 – 1,75%; Até €10.282,00 – 3%; Superior a €10.282,00 – 3,5%
SIMULADORES DO EXPRESSO
CLIQUE AQUI ( http://cdn.impresa.pt/687/317/7512449/SimuladorExpresso_SOBRETAXA.xlsx )
PARA DESCARREGAR O SIMULADOR NA VERSÃO MAIS RECENTE DO EXCEL
CLIQUE AQUI ( http://cdn.impresa.pt/fe5/cbd/7512450/SimuladorExpresso_SOBRETAXA.xls )
PARA DESCARREGAR O SIMULADOR COMPATÍVEL COM VERSÕES MAIS ANTIGAS DO EXCEL (PODERÁ HAVER ALGUNS ERROS DE COMPATIBILIDADE)
Quando abrir a calculadora, pode ter de clicar no botão “Ativar Edição” (aparecerá no topo do ficheiro Excel). Depois basta inserir o seu vencimento bruto mensal (não inclua o subsídio de alimentação caso o receba em vales ou em cartões de refeição) e a calculadora mostra-lhe o salário líquido a partir deste ano e compara com o de 2015.
Refira-se que a sobretaxa é sempre alvo de acertos no momento de entrega da declaração do IRS, facto que não é contabilizado no simulador do Expresso – que tem por base as medidas divulgadas pelo governo e conhecidas até ao momento.
Ler o artigo em: http://expresso.sapo.pt/economia/2016-01-07-Governo-anuncia-tabelas-de-retencao-da-sobretaxa.-Saiba-quanto-vai-pagar-todos-os-meses
10 – Petróleo em mínimos históricos mas combustíveis não mexem. Porquê? – Observador (8/1/2016)
Os preços do petróleo chegaram aos valores mais baixos na última década. Mas os valores dos combustíveis mantêm-se inalterados. Porquê? O Jornal de Negócios fez as contas.
Foto de Andy Rain/EPA – Numa semana em que os preços do petróleo continuaram a cair no mercado internacional atingindo os valores mais baixos na última década, a descida do preço do gasóleo e da gasolina deveria ser uma consequência natural. Mas isso não vai acontecer. O Jornal de Negócios fez contas e explica que apesar da queda do petróleo no novo ano as oscilações do seu preço pouco ou nada vão influenciar o preço dos combustíveis.[…]
Na prática, e segundo a estimativa do Negócios, a gasolina valoriza 1,2% o que pode resultar numa subida do preço entre 0 a 0,5 cêntimos por litro. No caso do gasóleo este recua 2,1% permitindo que se poupe entre 0,5 e 1 euro nos postos de abastecimentos. Para se chegar a estes resultados foram necessários cálculos que poderá encontrar aqui. (http://www.jornaldenegocios.pt/mercados/materias_primas/detalhe/petroleo_afunda_mas_combustiveis_nao_mexem_na_proxima_semana.html )
Ler o artigo em: http://observador.pt/2016/01/08/petroleo-minimos-historicos-combustiveis-nao-mexem/
11 – A luta pela supremacia no mundo árabe-islâmico – Artigo de opinião de José Pedro Teixeira Fernandes (investigador)/Público (07/01/2016).
Nos séculos XIX e XX, eram as guerras intra-europeias que se projectavam no mundo árabe-islâmico e fora dele. Com a Europa em declínio demográfico e de poder, é esta que sofre agora sequelas de conflitos exteriores.
1.Arábia Saudita versus Irão. Está em curso uma grande confrontação pela supremacia do mundo-árabe islâmico. Ocorre sob diversas formas. Por vezes, de uma forma directa. Mais frequentemente, através de interpostos actores. Segue linhas divisórias religiosas: sunitas versus xiitas. Estas são também, ou sobretudo, linhas de fractura política. Propaga-se, ainda, segundo divisões étnicas: árabes versus iranianos (persas). Tem múltiplos terrenos de confrontação. Na guerra da Síria, o Irão suporta o regime de Bashar al-Assad e a minoria alauita próxima do xiismo; a Arábia Saudita financia os grupos islamistas-jihadistas que se opõem a este, incluindo, de forma indirecta, o Daesh (Estado Islâmico).[…]
- Num certo sentido, a confrontação que opõe a Arábia Saudita e o Irão tem raízes tão profundas quanto o próprio Islão. As divisões entre sunitas xiitas datam dos primeiros tempos da era islâmica e da luta fratricida sobre a sucessão do Profeta Maomé, no século VII da era cristã — o termo xiita designa os partidários de Ali nessa sucessão. Frequentemente, as divisões religiosas e disputas teológicas encobrem fracturas étnicas e/ou culturais profundas e lutas de poder bem políticas. Aconteceu isso na história do Cristianismo.[…]
- Ao contrário do Irão, a Arábia Saudita é um Estado sem tradição histórica enraizada, que só surge tardiamente no mapa político do século XX. Nos séculos anteriores, o seu território e população encontravam-se essencialmente incorporados no Império Otomano. Só o simbolismo de Meca e de Medina lhe davam relevância no contexto do Islão. A população era diminuta e largamente tribal. No século XVIII, a aliança entre a família / tribo dos Saud e o pregador Muhammad ibn Abd al-Wahhab criou o embrião de uma estrutura estadual. Ao longo da segunda metade século XX a situação transformou-se radicalmente. O wahhabismo, uma forma purista e retrógrada de Islão sunita — também designada por salafista —, com origem na Arábia tribal do século XVIII, tornou-se religião de Estado.[…]
- A recente execução do clérigo xiita, Nimr al-Nimr, na Arábia Saudita, e o subsequente corte de relações diplomáticas entre os dois países, deve ser analisado à luz deste contexto histórico-político e da luta pela supremacia em curso. As minorias religiosas têm um papel pouco invejável na confrontação. São vistas com extrema desconfiança por ambos os lados. Uma espécie de reservatório de recrutamento, dentro do território nacional, potencialmente ao serviço dos interesses externos. Os xiitas sauditas são apóstatas aos olhos do Islão sunita wahhabita dominante e o rosto mais visível do inimigo interno.[…]
Quanto à Europa, tem uma posição frágil. Pela sua proximidade geográfica, dependência energética e ligações e demográficas, nela se projectam, de forma bastante nítida, algumas das suas piores consequências. Parte substancial das vagas de refugiados que se dirigem a território europeu — e se intensificaram em 2015 — tem origem, de forma directa ou indirecta, em países ou territórios em conflito, onde se luta por esta supremacia. Por outro lado, os europeus não têm, nem os meios políticos, nem militares, dos norte-americanos, para pressionarem a solução de guerras como a da Síria ou do Iémen. A grande ironia histórica é que, na memória europeia recente, dos séculos XIX e XX, eram as guerras intra-europeias que se projectavam no mundo árabe-islâmico e fora dele. Com a Europa em declínio demográfico e de poder, é esta que sofre agora sequelas de conflitos exteriores. Resta saber a dimensão futura das consequências desse confronto, que parece arrastar a Europa para um passado longínquo pré-moderno.
Ler todo artigo em: http://www.publico.pt/n1719457
12 – Canadá justifica manutenção do acordo de venda de armas à Arábia Saudita – Diário Digital / Lusa (08/01/2016)
O governo canadiano de Justin Trudeau, que está sob ataque dos defensores dos direitos humanos, justificou hoje a manutenção de um importante contrato de venda de armas para a Arábia Saudita.[…]
Dion entende que está completamente fora de causa questionar o contrato no montante de 13 mil milhões de dólares dos EUA (12 mil milhões de euros). Assinado em 2014 pelo anterior governo, o contrato contempla a venda de veículos blindados ligeiros à Arábia Saudita, que vão ser fabricados pela filial canadiana do grupo General Dynamics, dos EUA.
Ler o artigo em: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=806199
13 – “Dinheiro de sangue” é o que os republicanos andam a fazer com as armas (Spike Lee). – Expresso sapo (07/01/2016)
Foto de Shannon Stapleton/Reuters – Segundo o realizador, 90 norte-americanos morrem por dia devido à violência com armas de fogo. Lee concorda com o endurecimento no controlo do comércio de armas decretado pelo Presidente Obama[…]
Para Spike Lee, todos os políticos que se opuserem a esta medida são “conservadores” e “estão em conluio com os fabricantes de armas”. Em entrevista ao “The Wrap”, Lee referiu que 90 americanos morrem diariamente devido à violência com armas de fogo, permitidas pela Constituição dos Estados Uniudos. “Isto não é brincadeira. Eles [os opositores políticos] estão a fazer dinheiro, dinheiro de sangue”, aponta.[…]
“Chi-Raq” é um filme que retrata de forma satírica a violência de gangues em vários bairros de Chicago.
Ler o artigo em: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-01-07-Spike-Lee.-Dinheiro-de-sangue-e-o-que-os-republicanos-andam-a-fazer-com-as-armas
14 – Bomba H. Porque é tão temida, quem a tem e outras ameaças – Rui Cardoso/Expresso sapo (06/01/2016)
Kim Jong-un, líder norte-coreano, acaba de anunciar que testou a bomba H, (que é incrivelmente superior (até 4000 vezes) à bomba de Hiroshima)
A Coreia do Norte diz ter testado uma bomba de hidrogénio (a bomba H) com maior poder detonante, que reforça o arsenal nuclear já existente e o parque de mísseis balísticos de médio alcance. Tem um poder destrutivo incrivelmente superior ao da bomba de Hiroshima
O acesso da Coreia do Norte à bomba de hidrogénio cria novas ameaças à paz no Sueste Asiático mas não representa um salto tecnológico significativo, já que os Estados Unidos e a ex-União Soviética possuem este tipo de ogivas, respetivamente desde 1952 e 1953. Enquanto as bombas atómicas lançadas em agosto de 1945 pelos EUA sobre Hiroshima e Nagasaki se baseavam em reações de fissão de elementos radioativos (respetivamente urânio e plutónio), a bomba H baseia-se numa reação de fusão de isótopos do hidrogénio, libertando quase mil vezes mais energia, logo com muito maior poder destruidor.[…]
Nos termos do Tratado de Não Proliferação Nuclear de 1970, cinco potências possuem oficialmente armamento atómico, sujeito a acordos de limitação: EUA, Rússia, Reino Unido, China e França. A África do Sul abandonou o programa nuclear bélico após o fim do Apartheid, tal como a Ucrânia e a Bielorrússia após o fim da União Soviética. O Irão assinou o ano passado um histórico acordo internacional de limitação do seu programa nuclear, enquanto Israel, Paquistão, Índia e Coreia do Norte possuem bombas atómicas e não são subscritores do acordo de não proliferação.
Os conflitos entre Índia e Paquistão, a instabilidade neste país e a promiscuidade entre altas patentes militares e os talibãs, bem como o comportamento errático da liderança norte-coreana são algumas das principais fontes de inquietação.
A tragédia ocorrida em Hiroshima continua a não ser esquecida 70 anos depois do ataque norte-americano Junko Kimura/Getty Images
Ler o artigo em: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-01-06-Bomba-H.-Porque-e-tao-temida-quem-a-tem-e-outras-ameacas
15 – Provas de aferição já este ano para os alunos do 2.º, 5.º e 8.º. Exames nacionais só no 9.º – Clara Viana e Bárbara Wong/Público (08/01/2016)
Ministério da Educação apresentou novo modelo de avaliação para o ensino básico e garante que ano lectivo não será perturbado. Documento já foi enviado às escolas
Foto de Ana Banha – O novo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou mais uma “revolução” na avaliação dos alunos do ensino básico, com efeitos a partir deste ano lectivo, apesar deste já se encontrar a meio. No ensino básico voltará apenas a existir um exame, que será realizado no final do 9.º ano, anunciou nesta sexta-feira o Ministério da Educação (ME), tal como o PÚBLICO já havia antecipado no início desta semana. Tiago Brandão Rodrigues regressa assim ao modelo em vigor antes da entrada de Nuno Crato, que em 2012 alargou a realização de exames nacionais ao 6.º ano e, no ano seguinte, ao 4.º.
O ministério de Tiago Brandão Rodrigues não se limitou a regressar atrás no tempo, também decidiu inovar ao anunciar que vai antecipar a realização de provas de aferição para os 2.º, 5.º e 8.º anos. Ou seja, os exames do 4.º e 6.º anos não se realizarão, mas também não serão substituídos por provas de aferição (estas não contam para a nota final), conforme recomendado pelo Conselho Nacional de Educação, nesta quinta-feira.[…]
Ler o artigo em: http://www.publico.pt/n1719564
16 – Como poupar mais de 1300 euros? Aceite o desafio das 52 semanas – Sandra Almeida Simões/Dinheiro Vivo (06/01/2016)
O desafio das 52 semanas é ajustável: um euro, cinquenta cêntimos ou o valor que as famílias conseguirem poupar
Se poupar é uma das suas resoluções de 2016, aceite o desafio das 52 semanas, envolva a família e partilhe com os amigos. […]
O desafio não é rígido e, como tal, poderá ser ajustado ao orçamento doméstico da cada família. Por exemplo: é possível fazer o desafio ao contrário, começando por poupar 52 euros na primeira semana do ano, 51 euros na segunda e assim sucessivamente. Além disso, as restrições do orçamento doméstico impedem algumas famílias de poupar cerca de 200 euros num só mês. Bárbara Barroso sugere alternativas, como ajustar o desafio a 50 cêntimos. “Nesse calendário, poupa-se de 50 e 50 cêntimos. Na última semana poupa 26 euros. No final do ano terá 689 euros”. Consulte mais informações sobre o desafio aqui. ( http://asdicasdaba.blogs.sapo.pt/ )
Ler o artigo em: http://www.dinheirovivo.pt/poupanca/como-poupar-mais-de-1300-euros-aceite-o-desafio-das-52-semanas/
17 – Acordou a trautear “Vamos cantar as janeiras”? E sabe que este é o primeiro verso de uma canção de Zeca Afonso? – Rosa Ruela/Visão sapo (06/01/2016)
Chama-se Natal dos Simples, tem quase cinquenta anos e faz parte do primeiro álbum que ele gravou depois de assinar um contrato de 15 mil escudos mensais com a Orfeu
O dia de Reis é dia de “Cantar as Janeiras”, uma tradição que ainda se mantém em Belmonte e em muitas outras vilas e aldeias. Foi lá que José Afonso as terá ouvido pela primeira vez em miúdo, pela mão do tio paterno João Filomeno.
O pai fora colocado como juiz em Timor e José fica a seu cargo em Portugal. Tinha 9 anos e, mais tarde, dirá que esse ano de 1940 foi o pior da sua vida. “O tio Filomeno era dono do cartório e presidente da Câmara, e nós chamávamos-lhe, com uma certa simpleza, de ‘o tio fascista'”, conta o irmão mais velho do cantautor, João Afonso dos Santos.[…]
A canção fala de raparigas solteiras e casadas, e de como quem tinha uma candeia acesa, rabanadas, pão e vinho novo matava a fome à pobreza. “Na região de Alpedrinha e nos ambientes da Beira-Serra, lá para os lados de Folgosinho, os mendigos acercam-se dos portais dos grandes senhores para cantar as janeiras e encher os alforges de pão e castanhas”, contou, a propósito deste Natal dos Simples, que editou em 1968.
José Afonso regressara de Moçambique no ano anterior. Esperava voltar a ser professor de liceu, e chegou a ser colocado em Setúbal, mas acabou por ser expulso do ensino oficial pelo regime de Salazar. Tinha estado internado uns tempos na Casa de Saúde de Belas, com uma depressão, e recebeu a notícia quando teve alta.[…]
Para compor Natal dos Simples, Zeca Afonso inspirou-se em parte em Los Cuatro Generales e noutras canções populares espanholas, contará. “Os acompanhamentos apropriados deveriam incluir ruídos produzidos por guizos, pedras e matracas.” Mas, mesmo só acompanhado pela viola de Rui Pato, tem todo o sabor de uma canção de folclore.