UMA CARTA DE UM VELHO QUE SOU EU A UMA AMIGA MINHA A PROPÓSITO DE DINHEIRO – por JÚLIO MARQUES MOTA – II

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júlio marques mota

Coimbra, 7 de Março de 2016

 

Minha amiga

(continuação)

….

Investir em títulos da dívida pública na Áustria:

Aqui também não. O nosso homem bem vestido e ainda melhor calçado lembra-se de uma história exemplar em que o Estado quer anular a obrigação de ter de respeitar as suas  próprias garantias, não se responsabilizando por aquilo que garantiu ao nível das emissões de dívida feitas sob a sua garantia. E isto no Far-Oest europeu onde entrar em incumprimento pode não ser incumprimento se o falido assim decidir! Um pouco dessa história, então.

Viena foi um dos mais ferozes adversários da reestruturação da dívida grega. Mas, ao mesmo tempo, organiza a reestruturação da dívida do Hypo Alpe Adria Bank, nacionalizada em 2009,  à custa, em especial da  Baviera…

Velho - V

Enquanto a Europa se recusa a discutir a dívida grega e que algumas pessoas se  preocupam  com  os efeitos negativos da reestruturação de dívidas da Grécia  para as poupanças dos  aposentados da Baviera, a Áustria – um dos países mais activos nesta recusa – decide à sua maneira na sua casa … e reestrutura a sua dívida. A República alpina de facto chegou a acordo na terça-feira, 7 de Julho, com o estado da Baviera, relativamente aos créditos deste Land sobre o banco nacionalizado  austríaco  falido, o  Hypo Grupo Alpe Adria (HGAA).

A loucura de Hypo Alpe Adria

Para compreender  a situação, é conveniente vir um pouco atrás.  O banco Hypo Alpe Adria tem sido um dos bancos mais activos da Áustria desde o  início de 2000. Propriedade do estado austríaco da Caríntia, então dominado pelo político de extrema-direita Jörg Haider (cujo partido participou  no governo federal, desde  2000 a 2005), HGAA tem crescido significativamente no sudeste da Europa. Também não há dúvida. Em Março de 2007, poucos meses antes da eclosão da crise dita de subprime, Caríntia vende a maioria das acções do banco ao banco público regional da Baviera Bayern LB.

A compra por  Bayern LB

Depois da  falência do Lehman Brothers em Setembro de 2008, Bayern LB  ficou em  apuros, porque na mesma maneira que  muitos outros bancos regionais alemães, tinha andado  a ser  muito descuidado nos  seus investimentos. E HGAA não é a menor das suas preocupações. Os empréstimos concedidos pelo banco nos Balcãs tornaram-se rapidamente não recuperáveis. Em Dezembro de 2008, o estado da Baviera teve que  socorrer Bayern LB com um valor na ordem de 10 mil milhões de euros. O banco bávaro  tenta ajudar a sua subsidiária de  Caríntia e concede-lhe um crédito de 2,3 mil milhões de euros. Mas em vão,  descobre-se então a dimensão da gestão desastrosa e do  clientelismo de HGAA durante a década de 2000. Em Dezembro de 2009, Bayern LB atira a toalha ao chão  e HGAA é nacionalizado pelo governo federal austríaco apenas  por um euro simbólico.

O incumprimento de Viena

O problema poderia ter ficado por aqui.  Excepto que Viena  deixou apodrecer a situação e não recapitalizou  HGAA. É necessário  esperar pelo  final de 2013, para que o governo austríaco reaja. A situação tinha-se  deteriorado  nos Balcãs, a factura aumenta.  Viena decidiu criar uma “estrutura de acantonamento” ou Bad Bank, um banco que irá reunir todos os activos maus  de HGAA. Esta estrutura é chamada HETA. Em Março passado (2015), é  descoberto  um novo buraco nas contas da HETA de 7,6 mil milhões de euros, ou 2,3% do PIB austríaco,  o que força  Viena a utilizar a arma  atómica. Todos os pagamentos aos credores ficam suspensos até Março de 2016. Isto não é incumprimento! Não é sequer um evento a desencadear a activação dos CDS. Não,  isto não foi na Grécia, foi num país do núcleo duro da zona euro.  Uma moratória de quase 11 mil milhões de euros de dívidas o tempo para encontrar uma resolução, ou seja, uma reestruturação da dívida de HETA, portanto indirectamente da República da Áustria. Tecnicamente, isso não é um incumprimento soberano. Mas na verdade, disso tem todas as aparências: um  Estado da zona euro decide suspender os seus compromissos. Tanto quanto não há re-estruturação, as  garantias do Estado de Carintia , em teoria, poderiam ser aplicadas. No entanto, este Land não tem com que pagar.  Portanto, estamos até  mesmo perante um duplo incumprimento. Sem memorandos de entendimento,  sem discussão, sem reacção  internacional… É a regra do pari passu recusada: o que é permitido a uns é recusado a outros. Isto é o espelho do que se passa em Bruxelas, onde cada caso é um caso.

O governo da grande coligação  entre Sociais Democratas  do SPÖ e os conservadores do ÖVP anuncia   a apresentação de um projecto de lei para resolver uma das maiores falências bancárias da  República alpina. O banco Hypo Alpe Adria (HAA) tinha feito  investimentos a partir dos anos 2000 por todo o lado, graças às garantias estabelecidas pelo  estado austríaco da Caríntia, na época liderada pelo famoso Jörg Haider, mas também graças à protecção do seu accionista, o banco regional alemão Bayern LB,  pertencente as  terras da Baviera.

Um banco salvo “in extremis”

Em 2009, HAA  tinha estado à beira da falência e teve que ser nacionalizado pelo Estado federal austríaco que, então,  não tinha mediatamente  desmantelado este banco , como foi feito com o banco  Hypo Real Estate (HRE) na Alemanha. De repente, HAA começou  a acumular perdas e a ficar caro  para o contribuinte austríaco. De repente,  Viena gastou cerca de  5,5 mil milhões de euros para evitar a falência do banco. E deverá ainda gastar mais uns  € 4 mil milhões para pagar as perdas e as necessidades de refinanciamento  deste ano. Uma soma colossal, mas o governo austríaco sempre quis evitar uma bancarrota formal da instituição, a fim de evitar a eclosão de cerca de 12 mil milhões de euros de garantias do Land de Caríntia . Neste caso, na verdade, o problema  tornar-se-ia  político e institucional pois que o Land de Caríntia teria de ser declarado em  falência .

Criação de um Banco Mau

O ministro federal das finanças, Michael Spindelegger,  preferiu então pagar para acabar com esta espada de Dâmocles. A Áustria eventualmente irá separar  HAA  em duas entidades. A primeira conterá a parte sã das suas actividades, será o Banco Bom , e irá principalmente manter as suas  actividades nos Balcãs. Este deve ser vendido antes do final de 2015, conforme é  exigido por Bruxelas. A segunda identidade  será um banco’ MAU, uma estrutura de acantonamento contendo os  activos podres de HAA. Esses bens seriam armazenados nesta estrutura esperando que cheguem à data de  vencimento. As perdas  serão então registadas e assumidas pelo “banco ruim”.

Dividir os custos mas como?

Mas um “banco ruim” é caro, muito caro mesmo. Viena aumentou  o montante disponível para resgate de 15 para 22 mil milhões de euro do seu fundo de resgate dos bancos. Só HAA apresenta um prejuízo de 18 mil milhões  de euros. Certamente, nem todo o seu balanço será anulado  mas o estado federal deve ter que assumir  a maioria das perdas da estrutura de anulação dos activos. No entanto, o Estado Federal não estará sozinho a pagar a factura.  A lei, portanto, irá anular  uma série de dívidas de HAA. Assim, quase 864 milhões de euros serão cobradas  aos  anteriores accionistas do banco. Bayern LB terá a maior deste valor, 800 milhões de euros. Caríntia vai precisar de dispor de  500 milhões de euros. Mas acima de tudo, os portadores de títulos subordinado HAA, ou por  outras palavras, aqueles que compraram títulos de liquidação não prioritária de dívidas do banco, verão o valor destes títulos  pura e simplesmente anulados.  Isto irá reduzir a dívida de HAA de 890 milhões de euros. Ao todo, os encargos do governo federal deverão aliviar-se em 2,2 mil milhões de euros.

O problema da dívida subordinada

Viena  baseia-se  para cancelar a dívida subordinada de HAA  sobre uma directiva Europeia de 2001, que a autoriza. Esta acção também está no espírito do mecanismo de resolução da união bancária que no próximo ano, fará participar no ‘resgate’ primeiramente os credores subordinados do banco e, depois,  os credores prioritários ou seniores serão postos  a pagar também a partir  de 2016. Mas isso não é tão simples, porque Caríntia também tinha dado garantias  a esses empréstimos. A lei vai  anular esta garantia, mas a Áustria vai definitivamente ter que enfrentar  várias reclamações em tribunal. Porque para muitos credores  Viena terá na verdade entrado em incumprimento nesta questão.

Os Länder e a educação são postos a pagar a factura

Onde encontrar o dinheiro quando se tem a necessidade de  salvar um banco falido? A ‘grande coligação’ do governo austríaco tem uma solução: reduzir  o orçamento para a educação. Em todo o caso  é a única parada que Viena tem até agora  encontrado  para preencher o financiamento necessário de “resgate” de Hypo Alpe Adria, um banco nacionalizado em 2009 e cheio de  dívidas.

O “resgate” de HAA  também coloca graves problemas políticos. Em primeiro lugar, a Áustria, saída relativamente incólume até ao o momento da crise Europeia e que acaba de sair da situação de Procedimento por Défice Excessivo pela Comissão Europeia, terá de fazer poupanças para compensar os custos de criação deste bad bank. O governo já anunciou  enormes cortes  no sistema educação  que tem colocado  muita gente a ranger os dentes.  Por outro lado, a contribuição da Caríntia provavelmente assumirá a forma de uma mudança na afectação  de receitas fiscais entre a Federação e os Estados federados. Uma possibilidade que preocupa aí  também as agências de rating como a  S & P, que entretanto anunciou ter colocado  sob vigilância negativa a notação dos  Länder  (Styria, Alta-Áustria, Viena e Burgenland), considerando que este acto “enfraqueceu o quadro institucional austríaco ” e torna menos previsíveis as receitas dos Estados federados. Tudo isso deve tornar mais difícil a capacidade de empréstimo dos Lander  que, eles também, devem estar a ranger os dentes.

Esta liquidação de HAA é, contudo,  arriscada. Ela mostra que um banco, mesmo muito modesto em dimensão, pode envenenar a vida económica, financeira e política de um país, embora forte, durante muito tempo. A Áustria foi  enfraquecida por este caso, mas o governo praticamente não tinha escolha: ele tinha de se livrar deste buraco sem fundo, minimizando o mais possível  a carga para o contribuinte. Nos próximos anos vai-se ver  se esta estratégia foi correta.

Uma pequena síntese da Reuters,   Declínio e queda do  Hypo Alpe Adria, símbolo de ambições da Áustria sobre os Balcãs publicada em Julho de 2015:

A Áustria na  terça-feira  (7 de Julho de 2015) estendeu um ramo de oliveira à   Baviera, propondo-lhe um acordo  para o litigio  transfronteiriço sobre “o banco mau austríaco” Heta, o antigo  Hypo  Alpe Adria, pagando ao  seu vizinho pelo menos 1,23 mil  milhões de  euros .

Vejamos as etapas importantes da história de Hypo contadas por Reuters:

Com a dívida garantida  à   maioria dos seus  credores pela Lander austríaco  de Caríntia o banco Hypo desde os anos 90  nadava  em  dinheiro barato e expandia-se agressivamente nos Balcãs. Caríntia, cujo  orçamento é de cerca de  2,2 mil milhões de  euros, serviu de garante para as emissões feitas por Hypo   que no seu pico atingiram mesmo os  25 mil milhões de  euros. As últimas dívidas de Hypo  deverão chegar à maturidade em  2017.

BAYERN LB  entra na história

Em 2007, o Bayern LB de Baviera [BAYLB.UL] compra 51 por cento da posição de  Hypo por  1,6 mil milhões. Bayern  LB aumenta mais tarde a sua posição  esperando tirar proveito do acesso do Hypo  ao mercado bancário da Europa Oriental  que naquele tempo estava em franco  crescimento.

NACIONALIZAÇÃO de emergência

O banco Hypo aceitava mesmo  iates como garantia… mas  não sabia  qual era a qualidade dos créditos que estavam a fazer,   transformando-se,  por isso mesmo,   num  pesadelo para o Bayern LB. Depois de várias injecções de capital, o banco alemão aperta o botão de saída e Hypo volta a ser austríaco  em 2009. Bayern LB vende-o por um euro simbólico e concede um perdão de dívida ao Hypo no valor de  825 milhões de euros.

Entram os contribuintes austríacos  na história de Hypo

Os contribuintes austríacos tiveram  que desembolsar  5,5 mil milhões de euros para o Hypo entre 2008 e 2014, e uma grande parte deste valor foi para pagar  a emissão de novas acções para que o Hypo satisfizesse as exigências em capital.  Este banco  teve  que vender as suas actividades operacionais  para cumprir com as regras da Comissão Europeia.

Venda das Actividades na Áustria

Em Maio de 2013, Hypo anuncia  a venda de actividades situadas na Áustria  ao investidor anglo-indiano   Sanjeev Kanoria’s Anadi Bank.

A lei sobre o corte na dívida

Em Agosto de 2014, a Áustria aprova  uma lei para resgatar Hipo relativamente aos detentores de dívida Júnior do Hypo, ou seja, os detentores de dívida subordinada viram por uma decisão do governo os seus créditos anulados, ou seja, passarem a não ter nenhum valor.  Bayern LB é forçado a participar com 800 milhões de euros. Outros credores enfrentam cortes de dívida  no montante de  890 milhões de euros. Muitos irão processar a Áustria com  base na Constituição.

Nascimento de um banco mau

Em Novembro de 2014 a Áustria coloca os activos tóxicos num bad bank, um banco Mau.  chamado  Heta Asset Resolution.

A  venda dos balcões nos Balcãs

A venda da rede dos Balcãs do Hypo, anunciada em Dezembro de 2014 ao  investidor americano Advent e ao  Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento por  cerca de  200 milhões de euros deverá fechar-se  nas próximas semanas.

Moratória sobre a dívida

Em Março de 2015,   a Autoridade para os Mercados Financeiros  da Áustria, FMA,  assume o controle do Heta e congela os  reembolsos de dívida no montante de 11  mil milhões de euros para evitar a insolvência eminente. Provoca-se  pois mais contencioso.  FMA diz que irá decidir sobre a dimensão da tesourada, da desvalorização da dívida em presença,  face aos  credores do Heta, incluindo muitas seguradoras e bancos alemães . Caríntia ainda deu garantia a cerca de  10 mil milhões de euros do valor da dívida de  Heta, de que não tem meios para pagar  no caso e na altura devida.

Uma informação do Financial Times  de 28 de Julho  de 2015

A imposição de perdas aos detentores de obrigações sobre o banco Hypo é considerada ilegal diz o tribunal.

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©Bloomberg

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Uma tentativa  feita pelo governo austríaco  para reduzir o custo para os contribuintes do resgate do banco   Hypo Alpe Adria, uma vítima europeia da crise financeira de alta envergadura, impondo perdas a alguns dos detentores de obrigações  sobre o banco em questão  foi considerada ilegal  pelos melhores juízes do país.

Numa decisão   que veio como um alívio para os investidores que temiam um precedente a ser estabelecido  para outras falências de bancos europeus, o Tribunal Constitucional da Áustria na terça-feira declarou a  lei que impunha esse cortes como sendo  ilegal, lei esta que  teria “resgatado ”  (anulado)  € 890 milhões de dívida subordinada.

Uma informação do grupo Squire Patton Boggs’ Restructuring and Insolvency group de 26 de Janeiro de 2016:

Heta está  a gerir os restos de  Hypo Group Alpe Adria AG.  A  15 de Dezembro de 2015, os credores de Heta, que possuem mais de 5.11 mil milhões de  EUR em obrigações sobre o banco mau, entraram   num  lock-up agreement[1], sob o qual  concordaram em não aceitar nenhuma oferta de recompra das suas obrigações  a não ser que lhes sejam  pagas ao seu valor facial tal como está na garantia assinada pelo Lander  de Caríntia. Os credores que subscreveram o lock-up agreement  incluem Commerzbank AG, Deutsche Pfandbrief AG e os membros do grupo de Par Investor Group  que consiste numa associação de catorze investidores que colectivamente detêm  EUR 1,5 mil milhões  em notas de crédito e outros  instrumentos de dívida, entre os quais estão   Helvécia Insurance, Dexia Kommunalbank Deutschland e o Deposit Protection Fund of the German Banking Association entre outros. Colectivamente, as partes que subscreveram o acordo mantêm as obrigações no valor superior a um terço  de todas as obrigações sobre  Heta.

O acordo articula-se com a posição expressa pela Autoridade para os Mercados Financeiros na Austria através da  lei  (FinStaG), que se tornou efectiva a partir  6 de Novembro de 2015  e em que cria  as condições legais para que uma oferta pública possa ser feita  aos credores de Heta para a recompra das obrigações.  Igualmente inclui um mecanismo chamado de cram-down, ou seja,  um mecanismo previsto em que as pretensões dos credores minoritários que rejeitam a oferta de recompra serão    tratadas economicamente como se tenham aceite uma tal oferta de recompra.   FinStaG exige igualmente que os credores que representem dois terços das obrigações de Heta  devam aceitar a oferta para que se torne vinculativo  o desencadear  do mecanismo cram-down. As partes envolvidas no acordo do lock-up agreament acreditam que detêm   suficientes obrigações sobre  Heta para fazer obstrução a toda e qualquer  oferta pública abaixo  do valor fácil tal como  garantido por Carinthia.

A  20 de Janeiro de 2016, Carintia apresentou-se  aos credores de Heta com uma oferta  pública aos detentores de notas de crédito seniores de 75 por cento do valor nominal e de 30 por cento do valor nominal para os detentores de obrigações  subordinadas. A oferta pública de Caríntia consiste segundo as informações recebidas em duas parcelas:

(i) a taxa de recuperação prevista na venda dos activos e com o  encerramento de Heta, que de acordo com indicações por Heta pode estar finalizada   em 2020 esta é agora   quantificada para   EUR 6,3 mil milhões e (ii) a contribuição de Caríntia, que deve ser  financiada  por empréstimos do governo federal austríaco.  Os credores de Heta terão agora até ao dia 11 de Março de 2016 para aceitar a oferta pública  de Caríntia.

Contudo, os credores indicaram previamente que uma oferta pública deste teor  não reflecte a  capacidade dos activos de Caríntia pagarem  o serviço da dívida. Os credores afirmam que Caríntia tem de pagar  o valor nominal, de aproximadamente EUR 53 milhões anualmente sobre 30 anos, com base no seu  orçamento de  despesas públicas de 2,4 mil milhões para 2016, sem impacto negativo sobre os seus cidadãos. Os credores também sinalizaram a sua  prontidão para negociar e resolver a situação que é actualmente insatisfatória para ambos os lados.

(continua)

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[1] Significa um acordo entre partes em que  os titulares de acções ou obrigações estabelecem não  exercer  durante um certo período  os  direitos  de venda dos títulos a menos que sejam satisfeitas as condições subjacentes acordadas.

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Para ler a Parte I desta crónica de Júlio Marques Mota, publicada ontem em A Viagem dos Argonautas, vá a:

UMA CARTA DE UM VELHO QUE SOU EU A UMA AMIGA MINHA A PROPÓSITO DE DINHEIRO – por JÚLIO MARQUES MOTA – I

 

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