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AGORA FALO OUTRA LÍNGUA
Por estranhas línguas corre o mundo, e é nesse mundo que as pessoas dão às suas línguas em ruidosa confusão (de engano), à procura da palavra exacta, à procura da mentira justa. Línguas que separam, constroem, pensam, são pensadas, unem; línguas que são a representação do poder, mas também da resistência. Falas quotidianas, as mesmas onomatopeias de cansaço ou surpresa, músicas e proclamações, pregões, ameaças e afagos, essa linguagem de quem fala todas as línguas.
Mas, se pior que não gritar é gritar só porque um grito algures se levanta, é preciso pensar o grito, e gritar o pensamento. A língua pode ser pensada, debatida, experimentada, traduzida, cantada, falada. A isso nos propomos nestes três primeiros meses do ano na Casa da Achada.
Catalão: uma língua… e outras coisas
Uma língua mostra um povo? Não é apenas escrever e falar de maneira diferente. É amar, lamentar uma perda, ralhar, insultar, alegrar-se, comer e beber, inventar, imaginar e criar de outro modo. A história de um povo molda uma língua e uma língua contém também essa história, entrelaça-se com ela, modifica-se com ela. Quando surgiram os irmãos australopithecus de Lucy, há mais de 3 milhões de anos, éramos todos muito parecidos e usávamos provavelmente os mesmos fonemas. Hoje, curiosamente, num mundo ultraglobalizado, somos portugueses e catalães, somos muitas coisas mais, somos bem diferentes e mais iguais do que supomos. Que diferenças são estas? E tendem a desaparecer? Ou enriquecem-nos? Porque lutam os catalães pelas suas diferenças? Ou lutam por e contra o quê?
Conversa com Bertran Romero Sala, Fátima Freitas Morna e Pedro Ferré.
Sábado, 20 de Janeiro, às 16h
Ciclo de cinema: línguas de perguntador
Os filmes são apresentados no início e debatidos no fim.
Segundas-feiras às 21h30.
22 de Janeiro: O AMOR É UM LUGAR ESTRANHO [Lost in translation] (2003) de Sofia Coppola
29 de Janeiro: O MENINO SELVAGEM (1970) de François Truffaut
Oficina: Tradução sem língua (oficial)
Quatro domingos de Janeiro para aprendermos a desmecanizar a língua, para fazermos exercícios de tradução literária de línguas que sabemos ou não sabemos para outras línguas que falamos ou que gostaríamos de falar. Vamos abordar a tradução de poesia, de literatura em geral e de cinema fazendo também incursões na obra de Mário Dionísio. Com Serena Cacchioli e outros/as tradutores/as literários.
Domingos 21 e 28 de Janeiro das 15h30 às 17h30
21 de Janeiro: Tradução para legendagem, com Sara David Lopes
28 de Janeiro: Tradução para dobragem, com Susana Ramalho
E também:
Vamos à caça do livro!
Começamos pela descoberta livre da Biblioteca Pública da Casa da Achada e cada um escolhe um livro para levar para casa. Desse livro, cada um escolhe um excerto. A partir daí, em cada domingo, tudo pode acontecer com os livros e os leitores. Com Ariana Furtado.
Domingos 21 e 28 de Janeiro, às 11h
Primeiro encontro de Leitores Achados
Quem gosta de ler, falar sobre livros, trocar ideias, ou por exemplo sente que precisa muito de reatar a sua vida com a leitura pode vir experimentar este primeiro encontro de Leitores Achados, incentivado pela Biblioteca Pública da Casa da Achada. O primeiro de muitos encontros?
Quinta-feira, 25 de Janeiro, às 18h30
Ciclo A Paleta e o Mundo V: Encontros em Paris
Uma hora semanal de leitura colectiva de textos de Mário Dionísio relacionados com A PALETA E O MUNDO de Mário Dionísio, com paragens para comentários e projecção de imagens: ENCONTROS EM PARIS (entrevistas feitas por Mário Dionísio aos artistas Lurçat, Léger, Fougeron, Taslitsky, Pignon, Orazi, Morado e Scliar).
Todas as segundas-feiras às 18h30
Exposição: «Um grande comício sem palavras» – A partir da II Exposição Geral de Artes Plásticas de 1947
A Casa da Achada – Centro Mário Dionísio inaugura uma nova exposição, 70 anos depois da 2ª Exposição Geral de Artes Plásticas (EGAP), famosa por ter sido «visitada» pela PIDE que apreendeu 11 quadros (um dos quais de Mário Dionísio) porque considerados «anti-nacionais» e subversivos. As EGAPs têm uma importância fulcral (e nem sempre reconhecida) na história da luta contra o fascismo em Portugal; foram exposições de artistas portugueses unidos num compromisso político e não estético: os participantes nas EGAPs comprometiam-se a não mais colaborar com as exposições organizadas pelo regime. Esta exposição quer lembrar este acontecimento marcante na história da resistência ao fascismo mostrando alguns dos quadros que foram apreendidos, acompanhados com fotos e documentos existentes no Centro de Documentação do Centro Mário Dionísio.
De 30 Setembro de 2017 a 16 de Abril de 2018
Visita guiada com Eupremio Scarpa: sexta-feira, 26 de Janeiro, às 18h30.
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CASA DA ACHADA – CENTRO MÀRIO DIONÍSIO
Rua da Achada, n.º 11, r/c
1100-004 Lisboa
Telefone: (+351) 218 877 090
Email: casadaachada@centromariodionisio.org
Página: www.centromariodionisio.org
BIBLIOTECA E MEDIATECA PÚBLICAS DA ACHADA
A Biblioteca Pública da Achada tem secções de
Literatura, Arte, Cinema, Teatro, História, Ciência, Literatura Infanto-Juvenil, etc…
Pode-se ler no local ou requisitar livros.
Na Mediateca estão disponíveis os filmes que temos vindo a projectar nos nossos ciclos de cinema.
O catálogo da Biblioteca e Mediateca está disponível na internet, aqui.
Segundas, quintas, sextas, das 15h às 20h
Sábados e domingos, das 11h às 18h
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
Constituído pelo arquivo de Mário Dionísio e pela sua biblioteca e de Maria Letícia Clemente da Silva
(mais de 6000 volumes e mais de 200 publicações periódicas).
O catálogo pode ser consultado na internet, aqui.
Por marcação: 218 877 090 ou casadaachada@centromariodionisio.org