À MESA – “VACCARUM” SURPREENDENTE – por Soares Novais

 

 

É no “839” da rua que invoca Fernandes Tomás (1771-1822), figura central do vintismo e da Revolução Liberal do Porto de 24 de Agosto de 1820, que está instalado o mais recente templo gastronómico da baixa do Porto – o “Vaccarum”.

O “Vaccarum” abriu as suas portas em Fevereiro por (boa) culpa de Guido Arraoil que, apesar do nome italianizado, é português da Madeira.

Guido abalou para a Venezuela apenas com um ano e ali viveu até aos 29. Trabalhou com o pai, que tinha uma rede de talhos, e foi aí que nasceu o gastrónomo apaixonado pela boa carne.

Durante anos a fio, Guido fundou e dirigiu vários restaurantes de carne na Venezuela, mas é no Porto que agora coloca à disposição dos clientes do “Vaccarum” todo o seu saber e experiência. Sim, pois, no “Vaccarum” a carne de vaca é rainha e senhora.

Carne que chega da Austrália e do Uruguai, por via da excelência da raça black angus, e pela forma específica como é cortada. Aliás, na base da carta do “Vaccarum” estão as carnes maturadas e as “especialmente boas”, que são grelhadas por mãos sábias.

Não se pense, porém, que no “Vaccarum” só se pode comer carne grelhada. Nada disso: ali também há a icónica francesinha, polvo à galega, pataniscas, gambas ao alho, ameijoas à Bulhão Pato, alheiras, e a histórica e popular “punheta de bacalhau” para petiscar. E muito em breve também haverá atum e peixe espada, pescado nas águas madeirenses para ali ser grelhado.

A carta de vinhos é recheada por bons exemplares do Douro, Alentejo, Bairrada e Península de Setúbal, mas as seis cervejas artesanais disponíveis também são uma boa opção.

Resumindo: este “Vaccarum”, que Guido Arraiol acaba de instalar na baixa portuense, surpreende pela positiva. Pela excelência do que serve, por ser acolhedor e ter pessoal competente e simpático. Isto é, o “Vaccarum” tem tudo para fazer história na Invicta. Tal qual a sua vizinha do lado – a bicentenária Casa Natal.

 

Leave a Reply