23 de Março de 2017
ALMINHAS (3)
Alberto Correia, no seu artigo “Alminhas”, publicado na Revista «Beira Alta», 1982, vol. XLI, N.º 4, como introdução do Catálogo da Exposição ALMINHAS (Museu de Lamego, 1982), escreve:
“(…) Uma cruz incisa ou relevada encimando um nicho cavado é a forma mais vulgar das Alminhas. Monumento quase sempre modesto, obra de gente de aldeia, mais, algumas vezes se enriqueceu com ligeiros lavores de arte. Nos nichos pouco profundos havia antigamente tábuas pintadas, ou folhas, ou só as pedras o eram, com a figuração popular do Purgatório, um lume em labaredas que envolvia as almas representadas por seus corpos, braços erguidos ao alto donde virá a salvação, outra vez olhando os caminhos da terra onde os vivos passavam, para lhes pedir orações com uma legenda. Ou esmolas, apontando um cofrezinho” (…)
Desta vez estivemos em Aldoar.
Por lá encontramos três desses pequenos Monumentos. Um, na parede curva que fica à direita de quem olha para a Igreja Velha, e dois a ladear a entrada antiga do Cemitério. E nada mais vimos, e nada soubemos por parte das entidades da Paróquia, a não ser a existência da alminha que está junto à Igreja Velha.
É pena, a ignorância e o quase desprezo a que estão votados estes pontos de culto, por parte das entidades oficiais, uma vez que estes pequenos Monumentos fazem parte (ou deveriam fazer) do Património Paroquial ou até mesmo Municipal, e, dessa forma, do Património de todos nós.
CONVERSAS EM SURDINA 19
Quand il ne Disait Rien, il Observait le Silence
Belas fotos de um passado sendo praticamente desprezado pelas novas gerações