Seleção e tradução de Francisco Tavares
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Batalha pela região de Kharkov: a NATO ganhou vantagem?
Por em 12 de Setembro de 2022 (original aqui)
A operação ofensiva das Forças Armadas da Ucrânia e da NATO na região de Kharkov foi planeada pelo comando militar dos EUA. Cerca de 200 unidades de veículos militares pesados e cerca de 9 mil soldados estiveram envolvidos na ofensiva. Alegadamente, um em cada três soldados que operavam sob a divisa ucraniana era cidadão de um Estado membro da NATO. Estas forças eram 4-5 vezes superiores às unidades do DPR, do LPR e da Rússia, defendendo as suas posições na região.
O principal objectivo da ofensiva ucraniana era um ataque de flanco, cerco e subsequente destruição do agrupamento russo na área de Balakleya, Kupyansk e Izyum.
O comando russo previu o ataque de grandes forças da Ucrânia e da NATO nesta direcção. Estava ciente de que seria extremamente difícil conter a ofensiva do inimigo com as forças que este tinha. Era também quase impossível transferir atempadamente reforços suficientes sem enfraquecer outras áreas em outras linhas da frente.
Avaliando os riscos, as forças armadas russas decidiram abandonar as posições fracamente fortificadas e retirar as tropas para novas linhas e retificar as linhas de comunicação.
Antes do início da ofensiva ucraniana, os civis que aceitaram deslocar-se para o território da Federação Russa foram evacuados das povoações ameaçadas.
De 6 a 11 de Setembro, as unidades russas retiraram-se de forma organizada, sob a cobertura de unidades especialmente organizadas. Utilizando tácticas de defesa móveis, os militares russos destruíram o plano de Kiev e da NATO para cercar o agrupamento russo.
Ao mesmo tempo, houve erros óbvios cometidos pelas forças armadas russas. A área em frente das posições avançadas não foi minada. As unidades na linha da frente de facto não tinham mais de 30% do pessoal militar indicado. Os soldados não estavam devidamente munidos de armas anti-tanque. Também houve falhas na linha da frente da inteligência. Como resultado, a cobertura de artilharia da retirada foi ineficaz nos primeiros dias da ofensiva ucraniana.
Agora a 12 de Setembro, as tropas russas foram retiradas para novas posições ao longo da margem oriental do rio Oskol com perdas mínimas. Entretanto, ambos os lados confirmam que as unidades ucranianas e da NATO sofreram perdas significativas de efetivos.
Quase todo o território da região de Kharkov ficou sob o controlo de Kiev com prejuízos mínimos para as infra-estruturas das cidades. Imediatamente após assumirem o controlo das povoações, os militares ucranianos iniciaram repressões contra a população pró-russa, violando a Convenção de Genebra relativa à Protecção das Pessoas Civis em Tempo de Guerra. Os primeiros casos de execuções foram já relatados.
Grandes reservas russas estão a ser transferidas para os campos de batalha. A localidade de Krasny Liman, estrategicamente importante, ainda não foi tomada pelos militares ucranianos. Os combates continuam.
Ontem à noite, os ataques com mísseis atingiram as maiores instalações eléctricas do leste da Ucrânia. O colapso do sistema de energia afectou as redes nas regiões de Kharkiv, Sumy, Dnipropetrovsk, Zaporozhye, Odessa, Donetsk e Kiev. Até agora, o fornecimento de energia eléctrica ainda não foi totalmente restabelecido.
O conflito armado na Ucrânia oriental transformou-se finalmente num estado de guerra entre a Rússia e a NATO, com resultados imprevisíveis para todas as partes em conflito.
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