ADÃO CRUZ – DESABAFO – A SUPREMA ARMA DA DOMINAÇÃO

 

Em nome, sabemos lá de quê, cometem-se as maiores barbaridades. Provavelmente em nome da competitividade, do mais absurdo neoliberalismo, da loucura populista, da privatização global, vomitam-se as mais repugnantes palavras sobre as estratégias de dominação por parte daqueles que sabem quem tudo ganha à custa de quem tudo perde. Tais barbaridades estão a transformar-se numa ideologia sem sentido que leva à destruição sistemática do Homem e da soberania dos povos, ao desespero, ao conformismo, à iliteracia, ao assalto às economias pelas mãos de luva branca, à perversão dos conceitos de educação e saúde, à inoperância da Justiça e à ideologia maligna do pensamento hegemónico e ditatorial.

Todos estes fenómenos se acentuam quando se desenvolvem políticas doentias de tipo paranóico-monetarista, destinadas a reforçar o poder do capital de forma profundamente patológica, através de absurdos superlucros e do esmagamento da qualidade de vida da maior parte da humanidade. Circulam no mundo muitos triliões de dólares avidamente à procura do sítio onde se lucra mais, nem que esse sítio seja o imenso cemitério para onde resvalam milhões de vítimas.

Ao elegerem o inimigo errado, muitos dos actuais pregadores da guerra, armados em defensores da paz e da liberdade, são corresponsáveis pelo engrossamento dos exércitos, pela globalização dos conflitos, pelos cruéis genocídios e extermínios, pela multidão de refugiados, oprimidos e condenados da terra. Corresponsáveis no abrir de portas e no estender de tapetes às chancelarias do crime organizado, transformam o mundo num campo de concentração. Por mais que preguem e por mais conferências que façam, não anulam o descrédito em que caíram ao pretenderem convencer-nos de que as expectativas de paz, liberdade e justiça são possíveis com os diplomáticos apertos de mão aos verdadeiros terroristas do mundo ou com as orações a deus, as quais, pelos vistos, só são ouvidas quando saem da boca dos afortunados e não quando tomam a forma de gemidos dos milhões que morrem às pilhas no deserto do silêncio e da fome ou feitos em pedaços pela chuva das bombas.

Nós andamos distraídos com os vapores de incenso que os diversos “governantes“  vão espargindo pelos canais da estupidez institucionalizada. O capitalismo selvagem dos poderosos grupos económicos, células de um cancro universal de cura muito difícil, detém todo o poder da informação, melhor dizendo, da desinformação e da mentira. Esta, a suprema arma da dominação, sem ponta de carácter e dignidade, capaz de moldar, através de mentiras e propaganda perversa, a mentalidade e o comportamento de um povo, transformando-o, de forma humilhante, numa sociedade estupidificada, impotente, amorfa e conformada.

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