8. As ideias.
Que exprimo no texto, são o mais puro da minha lembrança. Anos volvidos, até nem tem sido, para mim, fácil separarem Paulo Freire, de Meyer Fortes, de Jack Goody, os meus mestres. É daí que eu próprio tenho desenvolvido, a partir dessas pedras, no meu trabalho pessoal. Que até posso não distinguir o meu de o deles, os meus mestres, esses que moram no altar dos meus ancestrais. E que transmito no trabalho com as minhas equipas de diversos sítios do mundo.
O terramoto social de 1973, no País denominado Chile, afastou-nos para sempre. Ficamos a saber uns dos outros, mas nunca mais tivemos o prazer saber freiriano de nos ver. Faz um ano, enquanto reestudava uma aldeia galega 25 anos depois, avisam-me da sua morte.
Escrevi um obituário. Era um 1º de Maio de 1997. O dia justo para morrer, esse homem que lutou, epistemologicamente pelos trabalhadores. Para dar ideias aos que lutavam politicamente por eles. É estranho, mas enquanto escrevo, a lembrança do que com ele aprendi, faz-me recordar a Teologia da Libertação. Essa que aplicamos no Chile de Allende – quando lá estive-, no movimento Cristãos para o Socialismo.
E que, retornado à Europa, tenho falado aos cristãos de cá, o que me permitiu trazer centos de chilenos que o Primeiro-ministro Britânico (Billy Callaghan) dos anos 70 me solicitara escrever numa lista. Quer Paulo Freire, quer eu, pertencemos à cultura de amar-se a si próprio para amar ao próximo, essa cultura cristã à qual, no Ocidente, todos pertencemos.
Foi daí que Paulo Freire retirou o seu material mais primário, para construir a sua obra teórica, em prol do socialismo. As ideias estão vivas em nós, e em milhares de pessoas que fabricaram o seu texto mental próprio, a partir do Silabário para Alfabetizar, que escreveu primitivamente no Brasil dos anos 60. Quantos, hoje em dia, nem sabem que sabem que Paulo Freire entrou na Historia pela porta largo e grande, esgotado por tanta procura de tanta pessoa. Essa admiração que mata para enterrar a semente que floresce. Freire, a raiz alemã do conceito latino libre. Liberdade que o fez trabalhar também no Portugal de Abril.
Bibliografia do texto Fortes, Meyer, 1938, Sociological and psychological aspects of education in Taleland, in Africa, 1938, Vol.XI, N 4. Site para pesquisar o facto:
http://www.google.pt/search?hl=pt– &q=Meyer+Fortes++Fortes+Sociological+and+psychological+aspects+of+education+in+Taleland&btnG=Pesquisar&meta= 1983, Oedipus and Job in West African Religion, Cambridge University Press. Site com texto:
http://www.questia.com/PM.qst?a=o&d=53364421
1987, Religion, morality and the person, Cambridge University Press Freire, Paulo: A obra está citada na Revista. Site para investigar:
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Meyer+Fortes++Religion%
2C+morality+and+the+person&btnG=Pesquisar&meta= Goody, Jack, 1977, Memoire et aprentissage dans les sociétés avec et sans ecriture:
La transmission du Bagré, in L’Homme, Vol XVII (I), site para investigar
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Jack+Goody+&btnG=Pesquisar&meta= 1980, Les chemins du savoir oral, in Critique, Vol.XXXVI, N394, Paris, Minuit. Sítio para investigar : http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Jack+Goody+Les+chemins+du+savoir+oral&btnG=Pesquisar&meta= Iturra, Raúl, 1973 El paro de Los conchenchos in Revista do Centro de Estudios de agricultura y sociedad (C.E.A.S.), Chile Hoy, Santiago de Chile. Não há site nem há texto: todo ardeu em 1973. 1990: A construção social do insucesso escolar, Lisboa, Escher. Motor de pesquisa:
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Raul+Iturra+A+constru%C3%A7%C3%
A3o+social+do+insucesso+escolar&spell=1 1996: O saber das crianças, Setúbal, I.C.E. (org. e escritor). Motor de pesquisa, como o prévio. 1997: O imaginário das crianças. Os silêncios da cultura oral Lisboa, Fim do Século, 1ª edição; 2ª edição 2007, Motor de pesquisa:
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Raul+Iturra+%09O+imagin%C3%A1rio+das+crian%C3%
A7as&btnG=Pesquisar&meta=
1998: Como era quando não era como sou O crescimento das crianças, Profedições, Porto. Motor de pesquisa: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Raul+Iturra++1998%09Como+era+quando+n%C3%
A3o+era+como+sou+O+crescimento+das+crian%C3%A7as&btnG=Pesquisar&meta= 2004: A religião é a lógica da cultura, em Rodrigues, Donizeti (0rg) Em ome de Deus. A religião nas sociedades contemporâneas Afrontamento, Porto. Motor de pesquisa para o meu texto;
http://aventar.eu/2011/04/05/a-religiao-e-a-logica-da-cultura-2/ Vídeo La Marseillaise:
http://www.youtube.com/watch?v=L1QVeKN1oyM