Posted: 24 Feb 2012 08:09 AM PST
Longe vão os tempos em que a pedofilia era predominantemente incestuosa, habitualmente entre pai e filha. Actualmente existem redes mafiosas espalhadas por todo o mundo, altamente organizadas e lucrativas.X
Com o aparecimento da internet, desenvolveu-se uma nova forma de pedofilia destinada a satisfazer uma clientela cada vez mais doentia, onde são utilizadas, para fotografias e vídeos, crianças por vezes bebés em cenas cada vez mais violentas, acabando frequentemente por serem mortas.
A pedofilia em Portugal.
90% dos abusos sexuais de menores têm lugar no seio da família, em 9% dos casos o abusador pertence ao meio de contacto da família e em apenas 1% não existe qualquer laço de conhecimento entre a vítima e o abusador. Na maioria dos casos, a pedofilia está associada à incapacidade de estabelecer relações íntimas com adultos. Na esmagadora maioria dos casos (95%) os pedófilos são homens.
A pedofilia não é só um processo autor-vítima, mas é cada mais um processo de redes bem organizadas e altamente lucrativas.
O tema dos abusos sexuais sobre menores só ganhou estatuto de interesse público em Portugal em 1996 com a descoberta de uma rede de pedofilia na Bélgica. Mais tarde, com os acontecimentos da Casa Pia, criou-se um consenso generalizado na condenação da pedofilia.
No final dos anos 90 os serviços secretos portugueses investigaram e elaboraram um relatório intitulado: “A pedofilia em Portugal: ponto da situação”, esse relatório ficou estão esquecido nas gavetas. Já na altura, chamava-se a atenção para o facto de nosso país ser um dos roteiros das redes de pedofilia na Europa, juntamente com a Espanha e a Roménia.
As regiões mais afectadas pela pedofilia são a Madeira, o Porto, os Açores e Lisboa. Na região de Lisboa, as crianças têm maioritariamente entre 10 e 14 anos de idade e muitas são engariadas, para além dos abusos sexuais, para participar em filmes que serão vendidos a peso de ouro.
Nas zonas da Baixa, da Praça da Alegria e do Bairro Alto muitas destas práticas ocorreriam com a cumplicidade de vários proprietários de pensões. Já na altura o SIS referia que a zona do varandim contíguo ao Play Center, no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, era um local de abordagem de menores por parte de pedófilos.
As zonas do Rossio e dos Restauradores eram referidas pelo famoso roteiro gay, “Spartacus”, como sendo uma zona de “caça” relativamente fácil. O Parque Eduardo VII era uma zona frequentada por pedófilos geralmemente de nível social elevado. Por fim a zona da Avenida 25 de Abril, na Costa da Caparica, ainda é, hoje em dia, um local de engate e de compra de favores sexuais com menores.
A explosão da pedofilia com a chegada da internet.
Transnacional, a Internet oferece aos pedófilos um sistema de comunicação extremamente eficaz. À simples distância de um teclado de computador, os pedófilos têm a possibilidade de oferecer e adquirir fotografias e vídeos nos cantos do mundo e a possibilidade de contactar directamente com crianças ou adolescentes. Este negócio tornou-se tão rentável como o da droga ou o da venda de armas.
Estas rede de pedofilia são extremamente complexas e coordenadas, necessitam (além das crianças) de actores pedófilos que aparecem nas imagem como abusadores, de produtores dessas imagens, de agentes técnicos que realizam a edição do material e de distribuidores desse material destinado aos consumidores.
Em 2011 foi desmantelada a maior rede internacional de pornografia infantil na internet: 670 suspeitos identificados, 184 presos, 230 crianças identificadas. O fórum “boylover.net” tinha 70 000 membros que trocavam entre eles fotografias e vídeos de pornografia infantil.
Em 2007, em França, 132 pessoas foram acusadas de possuir e divulgar imagens e vídeos de pedopornografia a 10 000 membros, no total 1,4 milhões de fotografias e 27 000 vídeos. A França é o segundo maior país europeu no consumo dessas imagens, logo atrás da Alemanha, e o quinto a nível mundial.
(Conclui amanhã)