por Rui Oliveira
Cordas sobresselentes (2ª parte)
Na Sexta 4 de Maio, o Ciclo Wagner + promove no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, às 21h30, um concerto de entrada livre onde os solistas da Orquestra Gulbenkian Tera Shimizu violino, Jorge Teixeira violino, Samuel Barsegian viola, Raquel Reis violoncelo, Kenneth Best trompa e Eric Murphy trompa irão tocar de Wolfgang Amadeus Mozart Divertimento nº 10, em Fá maior, K. 247 e Divertimento nº 17, em Ré maior, K. 334.
Pode antecipar-se o prazer destes trechos ouvindo o 1º andamento Allegro do Divertimento K. 247 :
Na mesma Sexta 4 de Maio, integrado no FATAL (13º Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa) a decorrer de 4 a 25 de Maio, realiza-se na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, às 21h30, um Concerto Cénico sobre a Crise Académica de 1962 com a participação do Coro (geral) e do Coro de Câmara da Universidade de Lisboa (dir. Luís Almeida) e o apoio ao piano de Maria Pedro Silveira onde serão interpretadas canções heróicas de Fernando Lopes-Graça, obras de Eurico Carrapatoso, Filipe Pires e Ronaldo Miranda.
Continuando a seguir o INDIE Lisboa’12 chamaríamos hoje, Sexta 4 de Maio, a atenção para a secção Indie Music da qual relevaríamos dois filmes a exibir no Cinema São Jorge. Às 19h15m, na Sala Manoel de Oliveira, é projectado Wild Things de Jérôme de Missolz (França, 2011), um filme que “nos leva até aos momentos mais marcantes da música dos anos 60 até à actualidade, de Chuck Bery à no wave, com um extenso depoimento de Iggy Pop”. O outro, na Sala 3 às 0h00, é Andrew Bird: Fever Year de Xan Aranda para quem o não viu (por ir aos Dias da Música…) no passado Domingo (como aconselhámos no anterior Pentacórdio).
Às 18h45 no mesmo São Jorge (Sala 3) há um filme polémico na Competição Internacional “que aborda um segredo chocante e que mostra o quão pouco podemos saber uns sobre os outros” mas que a crítica elogia: trata-se de Stilleleben/Still Life de Sebastian Meise (Áustria, 2011).
E na mesma Competição Internacional concorre L’estate di Giacomo de Alessandro Comodin (Itália/França/Bélgica, 2011), também elogiado, “uma história de amor e iniciação à idade adulta entre Giacomo um adolescente surdo e a sua melhor amiga Stefania, onde o presente é misturado com a memória do passado…”, que é exibido agora no Cinema Londres às 16h45 (mas também a 3/5 e a 5/5 às 19h) .
Mostra-se o respectivo filme-anúncio :
Nessa Sexta 4 de Maio, conclui-se o curso livre «Três Revoluções em Geometria» na mesma Sala 8.2.23 da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com a terceira conferência, das 16h-19h, “A Terceira Revolução: a geometria e o engendramento de formas naturais e perceptivas (D’Arcy Thompson, Thom e os neo-gestaltistas)” por Luciano Boi.
Por último, inicia-se a 4 de Maio (Quinta) a 12ª edição do Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas – FIMFA Lx 2012 que a Tarumba-Teatro de Marionetas organiza até 20 de Maio, com direcção artística de Luís Vieira e Rute Ribeiro. Durante dezassete dias o grande palco das marionetas e das formas animadas regressa a Lisboa, que se transforma no centro desta expressão artística. Desenhado numa perspectiva de transversalidade artística, o FIMFA desenvolve uma programação que integra uma enorme diversidade de técnicas e propostas estéticas, estabelecendo ligações entre a marioneta, dança, vídeo, circo, teatro, instalações plásticas…
Está prevista a participação de cerca de vinte companhias e criadores, provenientes de vários países, como a Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Israel, Itália, Reino Unido e Portugal, com mais de cinquenta representações que envolvem espectáculos de sala, de pequenas formas e de rua. Os espaços de apresentação são o Teatro Maria Matos, o Teatro São Luiz, o Museu da Marioneta, o Teatro Nacional D. Maria II, o Centro Cultural de Belém, o CAMa – Centro de Artes da Marioneta e, é claro, as ruas de Lisboa.
O vídeo seguinte explicita bem o âmbito desta iniciativa :
No Sábado 5 de Maio, a sessão mensal do Concerto Moderno (uma orquestra de cordas formada por jovens instrumentistas da área de Lisboa) no São Luiz Teatro Municipal, às 18h30 no Jardim de Inverno, é sobre “Tempos Modernos” onde, com a participação da solista convidada Natalia Tchitch viola, serão tocadas obras de César Viana, Toru Takemitsu e Dobrinka Tabakova.
Também a 5 de Maio (Sábado), na Sala Principal do Maria Matos Teatro Municipal, às 21h30, dois performers, Mireille & Mathieu com o seu espectáculo ARM “oferecem (ao público) um momento de pura fantasia trash … cheio de gags e poético como o inferno” (diz um crítico) “uma experiência radical e puramente visual com um humor excessivo revelador duma humanidade presente”. ARM integra-se já na programação do FIMFA Lx 2012 (o Festival de Marionetas).
A criação, encenação einterpretação são de Kathleen Wijnen e Erik Bassier com música de Helder Deploige. A representação repete-se no Domingo 6 às 18h.
O vídeo junto introduz bem o puppet show :
No Sábado 5 de Maio, no bar Ondajazz, toca o Quinteto M. Hulot, às 22h30, uma formação encontro de duas gerações diferentes de músicos que neste concerto vão tocar temas associados ao grande trompetista Clifford Brown (1930-1956). Compoem-na Gonçalo Marques (trompete), Bruno Santos (guitarra), Filipe Melo (piano), Romeu Tristão (contrabaixo) e João Pereira (bateria).
Por último, às 15h deste Sábado 5 de Maio, o INDIE Lisboa’12 mostra na sua secção Observatório na Culturgest uma nova adptação que a cineasta Andrea Arnold fez do único romance de Emily Brontë com o filme Wuthering Heights (O Monte dos Vendavais) (Reino Unido, 2011) em que se despe dos clichés da adaptação literária para recriar o drama histórico, abordando temas contemporâneos como o racismo e a submissão.
No filme-anúncio transparece um pouco essa nova abordagem de Andrea Arnold :
No Domingo 6 de Maio, a Fundação Calouste Gulbenkian retoma os seus Concertos de Domingo no Átrio da Biblioteca de Arte, às 12h com entrada livre.
Com interpretações da soprano Lúcia Lemos e do pianista João Paulo Santos, será prestada uma homenagem aos 150 anos passados sobre o nascimento de Claude Debussy através dos poemas de Charles Baudelaire postos em música por Debussy, Duparc, Séverac, Freitas Branco e Sauguet.
Também no Domingo 6 de Maio, o Palácio Foz oferece (com entrada livre) na sua Sala dos Espelhos dois concertos diferentes.
Às 16h30, numa iniciativa da Embaixada da Bélgica (integrado na Semana da Bélgica em Portugal) e em homenagem ao Fado património imaterial da humanidade haverá um Recital de Canto, Clarinete e Viola pelo Trio Lágrima composto por Barbara Tollenaere, canto, Isolde Van der Goten, clarinete e Alexander Van Gysel, viola. Propôem-se interpretar uma mistura de fados tradicionais (com arranjos do Trio) e de canções próprias de inspiração flamenga (belga), cujo elo de ligação (dizem) “é o sentimento comum : a saudade”.
Às 18h30, haverá um Recital de Violino, Violoncelo, Viola e Cravo pelo agrupamento La Spagna (dirigido por António Ferreira) criado em 2009 por Alejandro Marías que deve o seu nome à melodia popular que, com esse título, soou por toda a Europa entre os séculos XV e XVIII.
Com instrumentos originais ou cópias adaptadas a cada época e estilo, irão interpretar obras de Henry Purcell “Abdelazer ou a Vingança do Mouro – Suite orquestral”, Carlos Seixas “Sinfonia em Si b M”, Arcangelo Corelli “Concerto grosso” op. 6 nº 10, G. P. Telemann Suite “Don Quixote” e Vivaldi “Concerto para cordas RV 157”.
No INDIE Lisboa’12 deste Domingo 6 de Maio, aconselharíamos na secção Cinema Emergente o filme de Jeff Nichols que é exibido na Culturgest às 21h30 : Take Shelter (EUA, 2011). Trata-se dum thriller psicológico e poderoso, onde Curtis (Michael Shannon) tem sonhos assustadores, fruto duma tensão que se acumula no seu casamento e dentro da comunidade a que pertence, canalizando a sua ansiedade para a construção obcessiva de um abrigo no seu quintal mas…
Veja-se através deste trailer o ambiente criado :
Aos amadores do Indie Music, há neste Domingo 6 de Maio um filme elogiado de Keith Jones e Deon Maas que é projectado no Cinema São Jorge (Sala 3) às 21h30. Trata-se de Punk in Africa (República Checa/África do Sul, 2011), a história do movimento punk multi-racial inserido nas recentes agitações políticas e sociais vividas em três países da África Austral : África do Sul, Moçambique e Zimbabwe.
E, porque o prometido é devido, terminamos com mais alguns dos 1ºs Prémios do World Press Photo 2012 cuja exposição noticiámos no último Pentacórdio estar aberta em Lisboa na Fundação EDP até ao próximo dia 20 de Maio (a visitar).
Aproveitamos para lembrar que abriu já a exposição do World Press Cartoon Sintra 2012 no Museu de Arte Moderna local, a qual encerrará a 30 de Julho. Oportunamente divulgaremos os seus premiados (promessa !).
1º Prémio “General News – singles” para Alex Majoli (Itália, Magnum Photos para Newsweek)
Mubarak é deposto. Manifestantes na Praça Tahir reagem ao discurso televisivo onde Mubarak diz que não abandona o poder
1º Prémio “General News – stories” para Rémi Ochlik (França, IP3 Press)
Batalha na Líbia Depois de forças de segurança terem disparado sobre manifestantes em Benghazi,
a revolta contra Muammar Gaddafi estendeu-se à escala nacional
1º Prémio “People in the News – stories” para Yasuyoshi (Japão, Agência France Press)
Tsunami A 11 de Março, um sismo de magnitude 9.0 ocorreu a 70 Km da costa de Tōhoku no nordeste do Japão
Caros leitores : Foi tudo o que pudémos recolher de uma semana não abundante.