Houve alterações no Quadro Orgânico, com a evacuação para a Metrópole do 1º Sargento de Cavalaria João Pereira e do 1º Cabo Atirador Vasco Manuel Moreira Pestana, ambos por motivo de saúde.
No decorrer do mês de Abril de 1969, após obtenção de informações fornecidas pela PIDE/DGS, apresentaram-se à nossa Companhia na zona de Caúngula (Xinganhima), os primeiros elementos inimigos do grupo «Noé», com o respectivo material de guerra, que incluíam um lança-granadas foguete, espingardas automáticas e diversas granadas de mão e munições.
Dado o mau estado das picadas para Henrique de Carvalho, verificaram-se irregularidades nos abastecimentos de géneros, com consequentes prejuízos para a Companhia.
Contrariando todos esses problemas, o pessoal da unidade, por força do seu esforço físico e empenho demonstrado em diversas operações, foi-se aureolando de boa fama pelas forças militares vizinhas e também pelas populações civis.
No mês de Maio de 1969, há a registar a apresentação de mais um elemento da UPA vindo de Shauianga, trazendo consigo duas granadas de mão ofensivas e algumas munições. Como reflexo da nossa acção psico-social junto das populações, apresentou-se o «soba» do aldeamento Funda que anteriormente havia fugido com toda a sua família para a República Democrática do Congo e também se regista o regresso dos primeiros habitantes do aldeamento Zôvo, estes sem o seu «soba». As nossas tropas deram o seu apoio a populações em assistência sanitária e no transporte de adobo, água potável e mandioca para os aldeamentos da região.
Durante o mês de Junho de 1969, manteve-se a operacionalidade dos meses anteriores. Entretanto a Companhia efectuou melhorias nas condições internas, com obras nas casernas e principalmente na cozinha e refeitório das praças, onde se conseguiu um razoável bem-estar e condições satisfatórias de higiene.
Efectuados também melhoramentos nas vias de comunicação da zona de intervenção da Companhia.
De referir que, neste mês, houve a promoção a tenente do Alferes Miliciano Médico Jorge Henriques Simões Abrantes Frazão de Aguiar, que entretanto foi substituído pelo capitão Miliciano Médico João Carlos Frota Matos Moreira.
Em Julho de 1969, a Companhia continuou com constantes e intensos patrulhamentos, a exercer o domínio completo e total de toda a sua zona de acção, reforçando o apoio às populações civis, controlando bem as apresentações das populações fugidas. Também foram fiscalizados o retorno de civis que se movimentavam na área, após o final de contrato com a Companhia dos Diamantes de Angola (Diamang).
O mês de Agosto de 1969, trouxe a apresentação de ex-combatentes do grupo «Noé» trazendo uma pistola-metralhadora, diversas granadas de mão ofensivas, munições e propaganda subversiva. Para a sanzala Zôvo, foi destacada uma secção reforçada das nossas tropas, que manteve a sua presença no aldeamento, a fim de proteger a população civil de eventuais represálias do inimigo. Nesta protecção destaca-se o apoio do Destacamento de Caúngula.
Neste período, efectivou-se a transferência para o Hospital Militar de Luanda (HML) do capitão Miliciano Médico João Carlos Frota Matos Moreira, sendo substituído pelo Alferes Miliciano Médico Luís Filipe Flores Mourão.
Finalmente em Setembro de 1969, houve uma grande melhoria no abastecimento de géneros para a nossa Companhia, pelo facto de ter sido alterada a sua proveniência. Em vez de sermos abastecidos pelo Pelotão de Intendência (P.INT) de Henrique de Carvalho, passámos a ser abastecidos pelo Pelotão de Intendência (P.INT) de Malange, que estava sempre muito mais abastecido e com melhores acessos rodoviários. Deste facto resultou uma natural satisfação do nosso pessoal, sendo a sua alimentação bastante melhorada.