EM COMBATE – 87 -por José Brandão

 

2 VIAGEM

17 Julho: às 11h00, embarque no “Niassa”. Seguiram no mesmo navio os Comandos e CCS dos BCaç 512 e 513, além de três CArt. Com cerca de 1500 homens sob o comando do tenente-coronel Fernando Cavaleiro e levando como comandante de Bandeira o capitão-de-mar-e-guerra Ferrer Caeiro, o navio desamarrou às 12h00.

 

Durante a viagem o pessoal teve instrução de armamento, familiarizando-se com a G-3, arma que viram pela primeira vez. Foram transmitidas ao pessoal algumas informações sobre a Guiné, nomeadamente clima, usos e costumes. Projecção de filmes, concursos de tiro e exercícios de salvamento ajudaram a passar os dias. Na véspera da chegada os militares apresentaram uma sessão de variedades.
22 Julho: chegada a Bissau, pela manhã.

 

3 DESEMBARQUE E INSTALAÇÃO

Devido à falta de alojamentos em Bissau o Batalhão só desembarcou em 27 de Julho, ficando alojado em barracões [sem portas nem janelas] sitos na Bolola.

 

Dezembro de 1963: mudança para a Amura, de pouca dura, uma vez que foi atribuída ao Batalhão a missão de entrada em sector no Norte.

 

Na deslocação da unidade para Farim, Sector 02, as condições não permitiram que a bagagem seguisse com o pessoal [estava prevista uma missão operacional com a duração prevista de 20 dias, que acabou por não se realizar].

 

O pessoal entrou em Sector com uma muda de roupa.

Devido a problemas vários, a maioria dos elementos do Batalhão recebeu as respectivas bagagens 8 meses depois.

 

4 ACTIVIDADES NO CTIG

 

Após o desembarque foi-lhe atribuída a missão de intervenção à ordem do Comando-Chefe.
Manteve-se em Bissau até 2Agosto 1963, escoltando embarcações e efectuando patrulhamentos.

 

A região do Oio, na altura, uma das zonas sob maior pressão da guerrilha estava à responsabilidade do BCaç 512, com a sede em Mansoa. A partir de 2 Agosto e até 29 Dezembro de 1963, duas Companhias do BCav 490 passaram a colaborar em permanência nesta região. Eram rendidas uma de cada vez pela outra Companhia estacionada em Bissau.

 

Bissorã e Mansabá, principalmente, foram as zonas onde as Companhias mais actuaram, levando a cabo patrulhamentos, emboscadas, remoção de abatizes e operações de maior envergadura.
Entre estas, destacam-se: 27 Setembro, operação “Adónis”, na zona compreendida entre as povoações de Mindodo-Sansabato-Iracunda-Fajonquito-Maca, efectuada pela CCaç 487.

 

Depois da divisão das forças executantes, foi cercada, ainda de noite, a povoação de Sansabato. Capturados diversos elementos que estabeleciam a ligação à guerrilha. O chefe da tabanca de Sansabato era um dos guias. População e sentinelas fugiram à aproximação das tropas.

 

À entrada da mata de Mindodo foram recebidas com fogo nutrido e a curta distância [o relatório refere a cerca de dez metros]. Os prisioneiros não amarrados escaparam-se no meio da confusão. As tropas recuaram para a orla da mata, espalhando toalhas brancas para assinalar a posição ao apoio aéreo que tardava. Deficiências da ligação rádio impediram a comunicação com uma Auster que sobrevoava a área.

 

Às 11h15, sem apoio aéreo, foi decidido pelo comandante das forças, o capitão de Cavalaria Romeiras da CCav 487, retirar em direcção ao Olossato. Durante a retirada manteve-se a troca de tiros. Dois quilómetros andados apareceu uma parelha de T-6. Assinaladas as posições, foi decidido regressar. Sob fogo intermitente do IN as NT entraram na mata. Emboscadas à queima-roupa, reagiram, abatendo quatro guerrilheiros e capturaram uma PM e uma pistola. Nesse mesmo local foi encontrado morto o chefe da tabanca de Sansabato.

 

2 Novembro 1963, operação “Adónis B-3”. Zona de Morés, a cargo da CCav 489, sob o comando do capitão de Cavalaria Pais do Amaral, participando ainda na acção o comandante do BCav 490. Trata-se de um relatório com 8 páginas.

 

Saída de Mansabá às 23h00 de 2 Novembro. Repartidas as forças, enquanto umas emboscavam, as outras marchavam em busca do acampamento de Morés. Cerca das 04h30 os dois homens da frente da força atacante abriram fogo de G-3. Progredindo encontraram um ferido armado com uma PM. À medida que lhe prestavam os primeiros socorros sacavam-lhe informações. Avistado outro guerrilheiro ferido em fuga, a uma distância que não foi possível tentar a perseguição.

 

 

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