O DESEMPREGO, O CRESCIMENTO, OS DÉFICES: A TRIPLA FALÊNCIA DE FRANÇOIS HOLLANDE – por JÚLIO MARQUES MOTA

Uma montagem feita a partir de textos enviados por Philippe Murer,

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Membro do bureau do Forum Démocratique, Presidente da associação Manifeste pour un Débat sur le libre échange

Durante a sua campanha presidencial, Hollande tinha estabelecido  metas em matéria económica: relançar o crescimento , reduzir os défices para os rácios de 3% do PIB e inverter a tendência do desemprego. A publicação dos números do desemprego em Dezembro mostra que falhou em todas as frentes .

Munique Social- a capitulação

Michel Sapin deu o tom, no domingo passado, ao falar agora de  “estabilização” do desemprego e não  da  inversão da curva quando se tornou claro que o objectivo de inverter a curva, defendida contra todas as probabilidades por  François Hollande, se tornou evidente que não  seria atingido. A utilização de contratos assistidos e do tradicional  aumento das radiações permitiram, de facto, retardar o crescimento do número de desempregados por vários meses. Mas em Dezembro, o número de desempregados em Classe A aumentou de 8.200 pessoas para  3.563.000 enquanto que as  categorias e A, B e C aumentaram de 19 800 pessoas, para 5.194.000 pessoas .

A redução do desemprego é somente ela a prioridade do governo? Certamente, há contratos ditos de futuro  e contratos ditos  de geração assim como a baixa dos custos de trabalho, com o CICE (Crédit d’impôt pour la compétitivité et l’emploi?) e o pacto de responsabilidade, mas essas acções são marginais e mal concebidas. Os dois tipos de  contrato não têm tido um grande sucesso e dificilmente podem  alcançar os seus objectivos.

Hollande - falência - I

Estes contratos visam apoiar pessoas jovens de  16 a 25 anos sem qualquer diploma nem  qualificação, fornecendo formação  e o ministro da Cidade François Lamy, explica o meio-falhanço do dispositivo, pelo facto de que os jovens em causa estão “muitas vezes na situação de terem saído muito cedo no sistema de ensino” e que assim  é difícil ir procurá-los, “porque eles não estão registados no Instituto de Emprego de França (Pôle Emploi) “.

A CICE é uma fábrica de gás que não interessa particularmente as  empresas que realmente precisam e de que os efeitos são diminutos  relativamente aos movimentos monetários.  Gérard Filoche levanta boas perguntas sobre o significado do novo pacto.

Um problema de prioridades

Enquanto que a França precisava de um Roosevelt pronto a tudo para colocar os seus compatriotas a trabalhar e tentar eliminar este cancro da sociedade que é o desemprego, Hollande comporta-se  como Guy Mollet, abalado  pelos acontecimentos  e, finalmente, assumindo a sua traição às  classes trabalhadoras. O pior é que a prioridade,   que foi escolhida pelo próprio Presidente da República, a redução do défice, com um plano de austeridade de 30 mil milhões de euros em 2013, em grande parte já falhou tanto quanto a  França foi forçada a dilatar o prazo de dois anos para  alcançar a meta de défice de  3% do PIB, devido ao rendimento profundamente  desastroso da política de  austeridade.

Na verdade, tudo isso é devido à má direcção económica feita pela equipa  no poder, a mesma política que foi  escolhida  pela equipa anterior, acrescente-se. Apesar de fraco crescimento, este governo  tem posto em prática  uma política de austeridade que tem sufocado a economia, o plano de crescimento europeu  negociado à sua   chegada não sendo afinal mais do que uma ” pistola de água a disparar contra um rinoceronte ” para usar a feliz expressão de  Paul Krugman . A única solução consistia em relançar a máquina, o que teria, por fim, contribuído mais seguramente para reduzir os défices e ter-nos-ia evitado um novo disparar no aumento do desemprego..

Quase 21 meses depois de sua eleição, histórico econômico do presidente é o crescimento desastroso colapso em 2013 , sappant uma grande parte do esforço para reduzir os défices. O pior é que tem agravado a situação no domínio do emprego, como infelizmente os números mostram dezembro.

Près de 21 mois après son élection, le bilan économique du président est désastreux : la croissance s’est effondrée en 2013, sappant une grande partie de l’effort de réduction des déficits. Pire, elle a encore aggravé la situation sur le front de l’emploi, comme le montrent tristement les chiffres de décembre.

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