BREXIT: UM EXEMPLO DA ENORME NUVEM DE FUMO A PAIRAR SOBRE A REALIDADE EUROPEIA – 11. BREXIT – SERÁ QUE HÁ RAZÕES CREDÍVEIS PARA CONTINUARMOS NA UE? – por LOST LEONARDO

 

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Selecção e tradução por Júlio Marques Mota

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Brexit- Há uma razão que seja, e credível, para que se defenda permanecer na UE?

INDEPENDENT BRITAIN-Campaigning to leave the EU

13 de Junho de 2016

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Os Remainers têm tido todas as oportunidades para se apresentarem aos eleitores com uma visão positiva sobre o referendo para o futuro da Grã-Bretanha dentro da UE supranacional. No entanto, eu ainda não ouvi nenhuma razão credível que me leve a aceitar que devemos aceitar a UE como a suprema autoridade na elaboração de leis nas Ilhas Britânicas. Cada justificação apresentada ou se refere ao mercado único- em que a Noruega, a Islândia e o Lichtenstein participam através do acordo EFTA/EEA – ou então como prémio pelas concessões que foram duramente conquistadas pelo fleumático povo britânico ao longo dos tempos à burocracia da UE.

Para este efeito, a campanha lamentavelmente negativa de MAIS FORTE tem procurado subornar as batalhas do povo britânico quanto aos direitos dos trabalhadores, o nosso orgulho quanto à história de filiação sindical e da solidariedade entre os trabalhadores de forma mais geral; a luta pelos direitos das mulheres, a partir das Sufragistas através do Castelo de Barbara e Equal Pay Act 1970 e daí em diante até hoje; bem como o nosso compromisso profundo quanto à protecção do ambiente e quanto ao nosso carinho pela Inglaterra profunda, o meio rural, a que deram forma poética Shelly, Byron e Wordsworth e, mais tarde, forma jurídica quanto aos Parques Nacionais e à Countryside Act 1949 sobre o meio rural.

O que temos testemunhado em vez de uma visão positiva sobre o futuro é um estúpido abuso, uma enorme desconfiança e condescendência. Embora as palavras possam mudar, a mensagem é sempre a mesma,: saiba qual é o seu lugar, as pessoas que tratam das coisas importantes já decidiram por si.

Assim, encontrei-me ainda a ler um artigo escrito por Simon Tilford, que de forma petulante é intitulado, “Se deixarmos a UE, outros países vão pensar que somos um bando de crianças mimadas. Eles poderão ter razão. ” Isto, senhoras e senhores, é o que os psicólogos chamam de “projecção”.

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Até mesmo a ideia de que a Grã-Bretanha deixe a UE- ainda há muito trabalho a ser feito – é suficiente para muitas pessoas entre o contingente dos Remainers ficarem de tal forma desnorteadas que passam a lançar as suas coisas para fora do carrinho. O artigo de Tilford, tal como tantos outros, não, não tenta sequer defender o governo supranacional da UE, é apenas uma litania de auto-piedade, de tédio e de desespero.

Se ao menos todos os outros fossem tão “inteligentes” ou “iluminados” quanto ele, ou que poderiam ter-se esforçado para o serem. Agora, há aqui uma questão a levantar. Porque é que nunca abordam as perspectivas infames da plebe quando as instituições supranacionais acima do estado-nação tradicional podem tirar o eleitorado da equação?

O centro da crítica de Tilford é a recusa de nós, plebe humilde, aceitarmos que o governo comum é necessário para ter acesso e participar no mercado único (somente isto, não é assim):

Embora os eurocépticos britânicos estejam determinados a ver as coisas de forma diferente, o Reino Unido estará extremamente bem fora da UE. Graças à sua capacidade de negociação e de provocação a Grã-Bretanha goza de um estatuto especial: o país é membro de pleno direito, com acesso irrestrito ao mercado interno – a característica de maior sucesso da UE – mas não é um membro da zona euro, o que é sem dúvida o maior fracasso da UE. O resto da zona euro não tem levado a que se imponham condições prejudiciais sobre a Grã-Bretanha, como aconteceu com a Itália e a Grécia. Nem a Grã-Bretanha é um membro do espaço Schengen, uma zona livre de passaportes, apesar de que seria difícil informar sobre isto dada a cobertura histérica da crise de refugiados na imprensa britânica.

Mais uma vez encontramos um defensor da permanência na UE a querer que esta seja vista mais como uma Organização comercial do que como um Governo que determina as políticas para a Grã-Bretanha e para os outros Estados-membros e que pretende cada vez mais substituir a nossa representação Independente a nível internacional. Isto também é mais um bom exemplo de como os defensores do Permanecer ( os defensores da permanência, os Remainers) argumentam que as melhores partes das relações da Bretanha com a UE são áreas em que os britânicos estão menos bem integrados que outros Estados-membros. Há uma certa lógica se Tilford gostasse de a seguir até a sua conclusão.

Permanecendo na UE significa mais tomadas de decisões e mais remotas e menos responsáveis e se há uma razão de fundo para impor uma abordagem única para uma vasta área geográfica tão grande quanto o continente europeu, então eu ainda gostaria de ouvir falar nisso e eu não tenho ouvido ninguém no campo dos defensores da permanência da Grã-Bretanha tentar explicar esta questão.

Não, isto é tudo medo, mentiras e desespero. Ainda, às vezes na mesma frase passa também a ideia de a Grã-Bretanha é muito pequena, muito fraca e burra demais para exercer o mesmo nível de independência como, por exemplo, países como o Suriname, Barbados ou Panamá, muito menos ainda que a Austrália, Nova Zelândia ou os EUA. Os Remainers também dirão que a Grã-Bretanha ao deixar a UE poderia levar a que se acabe com a civilização ocidental e se provoque uma recessão global. Com os diabos, quando é que estas pessoas são capazes de nos mostrar que os nossos argumentos não são firmemente sustentados ?

O facto é que os Remainers se recusam a envolverem-se e a discutir os nossos melhores argumentos que temos para lhes apresentar e, em vez disso, enredam-se com as idiotices que lhes são apresentadas pelo núcleo duro da Campanha vote Leave.

O resto do artigo são ainda alusões mais entediantes e irrelevante para “a nostalgia imperial” como se isso significasse alguma coisa para alguém a votar em 2016. Esta é apenas outra varinha de mágica retórica que Tilford gosta de utilizar contra as pessoas com quem é totalmente incapaz de discutir.

O artigo conclui: “o prejuízo que Brexit pode vir a infligir sobre a UE e sobre o Ocidente em termos de ordem internacional será visto pela UE e pelos EUA como um ato de vandalismo estratégico e o Reino Unido dificilmente será perdoado por isso. O país será justamente visto como não sério e muito incerto.” Então aqui temos de novo Tilford mais preocupado com os “danos” que o povo da Grã-Bretanha, afirmando o seu empenho total com a democracia do estado-nação, poderá ter sobre um outro Estado soberano e ou uma organização supranacional. Não estou nem impressionado e nem estou convencido. Estas tácticas de intimidação próprias de menino petulante realmente não são suficientemente boas.

A maioria dos países não são da UE. O Reino Unido tem um papel limitado na UE, fora do euro e fora de Schengen. e nenhum dos Remainers sequer tentou até agora argumentar o contrário. O objectivo a fusão devem ser deixados nesse campo. A Grã-Bretanha será muito melhor amigo e aliado da UE a trabalhar como um parceiro cooperativo do que a ser uma subunidade subordinada.

Países sérios são autónomos e é isso que a Grã-Bretanha precisa ser.

INDEPENDENT BRITAIN-Campaigning to leave the EU. Are There Any Credible Reasons To Remain?

Texto disponível em:

https://independentbritain.wordpress.com/2016/06/13/are-there-any-credible-reasons-to-remain/

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