AINDA BEM por Luísa Lobão Moniz

olhem para  mim

Refugiados em Portugal é um tema cuja abordagem não é muito fácil, pois os refugiados têm todos as suas identidades, as suas culturas, os seus hábitos diários…as suas preferências sobre os países para onde desejam ir.

Claro que têm esse direito!

Tiveram que fugir das suas terras, das suas casas deixando tudo para trás, menos o corpo e a alma.

Há quem esteja sozinho em Portugal enquanto a sua família está na Suécia. Porque razão as entidades que fazem o acolhimento destas pessoas, que já sofreram o que está para além do nosso conhecimento, obrigam à separação da família. Mulher e filhos vivem na Suécia e o pai aqui em Portugal.

Não, não teve direito a juntar-se à família. Se não aceitasse ficar em Portugal voltaria para trás ou seja para a morte!

Regra geral os refugiados gostam de estar em Portugal, consideram os portugueses simpáticos e amigos de os ajudar. Ainda bem.

Mas a vida devassada pelos tiros, pelo barulho das rajadas das metralhadoras, pelas pedras a caírem desfazendo as suas casas, a subterrar quem não conseguiu fugir, novo, velho, homem, mulher, criança, bebé.

É horrível, é demasiado horrível para ser verdade.

Os portugueses têm sabido acolher estas pessoas, mas a vida delas não se resume a uma casa repartida por várias, a uma ajuda a nível da alimentação, da saúde, da habitação… falta-lhes a liberdade de viver no seu país, ao pé dos seus familiares, vizinhos… falta-lhes o calor humano dos que são mais iguais a eles.

Os refugiados lutam pela sua sobrevivência, por uma sobrevivência feita de trocas de olhares, de sorrisos com quem os recebem.

A Europa vive um tempo de incerteza quanto ao futuro, vive um tempo de um tremor social permanente, dia a dia.

Os portugueses têm uma alta taxa de desemprego. Vivem no nosso país imensos desempregados, refugiados ou não… Todos eles merecem ter um emprego para poderem viver com dignidade, para poderem ver sorrir os seus filhos.

Em Portugal não há zonas específicas para refugiados, os trezentos que já cá estão vivem em 48 municípios, sendo Lisboa e Guimarães os mais populosos.

 Foi dado aos refugiados conhecimento de todos os seus direitos e deveres e foi-lhes permitida autorização para aprenderem a Língua Portuguesa.

Os problemas referidos vêem-se agravados pelo tráfico de seres humanos, em que “a maior parte são crianças”.

Portugal é um país frágil, com muitos pobres, violência em casa, muitos sem-abrigo, mas fez da fragilidade solidariedade, não ergueu muros nem pôs arame farpado.

Talvez não se tenha esquecido de quando homens e mulheres fugiam da guerra e da fome… sendo tão ilegais como os que agora chegam a Portugal.

Ainda há tanto a fazer pelos imigrantes e pelos refugiados em termos de inclusão na sociedade maioritária!

Portugal está também a defender uma união europeia que não fecha fronteiras e que é solidária.

 

Leave a Reply