Seleção e tradução de Francisco Tavares
Enquanto o mundo se mobiliza para lutar contra o coronavírus, Trump considera essa mobilização um exagero, culpa os chineses, a Organização Mundial de Saúde e tutti quanti… e mobiliza o seu material bélico contra aqueles que lhe fazem frente.
FT
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Donald Trump envia navios de guerra para as Caraíbas
Por Caroline Popovic
Publicado por em 03/04/2020 (ver aqui)
Trata-se do maior destacamento militar dos EUA para as Caraíbas desde a invasão do Panamá em 1989 para prender o Presidente Noriega sob a acusação de tráfico de droga. Hoje os EUA querem deter o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, acusado de tráfico de droga.
Donald Trump tentou várias vezes pôr de joelhos o regime de Nicolas Maduro, sem sucesso. As forças armadas na Venezuela continuam leais ao Presidente.
Hoje, os americanos oferecem uma recompensa de 15 milhões de dólares pela detenção do Presidente venezuelano, acusado de tráfico de droga com os seus cúmplices colombianos, os guerrilheiros das FARC.
A determinação de Washington em retirar o Presidente venezuelano desencadeia uma importante operação militar nas águas das Caraíbas com navios de guerra, aviões de vigilância e forças especiais terrestres. A flotilha dirigir-se-á para o sul do Mar das Caraíbas, perto da costa da Venezuela.
O destacamento é apoiado por 22 países, aliados de Donald Trump, incluindo Santa Lúcia, Haiti, Panamá, Colômbia, Costa Rica, Honduras e Guatemala, todos situados em torno da bacia das Caraíbas.
Ironicamente, é através da Guatemala que a maioria dos estupefacientes transita para os Estados Unidos. A Venezuela é considerada um “pequeno operador” no sector do tráfico de droga.
Ao mesmo tempo, a Grã-Bretanha, próxima de Washington, envia o seu navio, o RFA Argus, para as Caraíbas. Este navio, com um complemento de marinheiros e aviadores, era esperado na região para a época dos furacões. Equipado com um hospital de 100 camas, a sua missão seria ajudar as colónias britânicas a lidar com o Coronavírus. Londres não explicou porque é que o navio navegava sem uma equipa médica.
Um destacamento difícil de justificar
Hoje, coloca-se a questão do calendário deste destacamento, numa altura em que o COVID 19 está a causar grandes estragos nos Estados Unidos. Segundo os analistas, Donald Trump precisa de um desvio da atenção pública para levar as pessoas a esquecerem a sua má gestão da crise de saúde.
Outros explicam que Trump está a trabalhar para a sua reeleição em Novembro próximo. Ele quer seduzir os exilados cubanos e venezuelanos que votam na sua maioria na Florida.
A Rússia, aliada do regime venezuelano, considera que os americanos vão derrubar Nicolas Maduro.
“Bruno Rodriguez, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, afirmou que o destacamento ameaça a paz na região.”
Enquanto se aguarda a chegada das forças norte-americanas às nossas águas, Nicolas Maduro ordenou a detenção dos associados de Juan Guaido, um líder da oposição. Este autoproclamou-se Presidente da Venezuela, com o apoio da comunidade internacional.
Numa altura em que as Nações Unidas e as organizações humanitárias pedem a suspensão das sanções contra países como a Venezuela e Cuba durante a crise do Coronavírus, os americanos optaram pelo que parece ser uma declaração de guerra.
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A autora: Caroline Popovic, jornalista independente e escritora, licenciada pela Universidade François Rabelais de Tours (França).
*ESTAMOS PERDENDO NOSSO PAÍS, E DEIXANDO NOSSO PAÍS DESCER A LADEIRA*
> https://gustavohorta.wordpress.com/2020/04/19/estamos-perdendo-nosso-pais-e-deixando-nosso-pais-descer-a-ladeira/
*ESTAMOS PERDENDO NOSSO PAÍS*
> https://youtu.be/S1uhUk7P7aE
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