A Guerra na Ucrânia — “Ucrânia: a Guerra biológica e o roubo de milhares de milhões”, por Joseph Mercola

Seleção e tradução de Júlio Marques Mota

20 m de leitura (excl. vídeo)

Ucrânia: a Guerra biológica e o roubo de milhares de milhões

 Por Dr. Joseph Mercola

Publicado por  em 6 de Agosto de 2022 (original aqui)

Publicação cruzada por em 6 de Agosto de 2022 (ver aqui)

 

 

A história em poucas palavras

  • Durante anos, a Ucrânia foi reconhecida como uma das nações mais corruptas da Europa, se não mesmo “a” mais corrupta de todas elas. Manteve essa reputação até ao dia em que a Rússia a invadiu, altura em que os media de todo o mundo começaram subitamente a reescrever a história.
  • Alguns dias após ter demitido vários altos funcionários, Zelensky também publicou uma lista negra de “propagandistas pró-russos” americanos, que inclui o Senador Rand Paul, R-Ky, o antigo Representante Tulsi Gabbard, D-Hawaii, e o jornalista independente Glenn Greenwald.
  • Depois de receber milhares de milhões de dólares dos contribuintes americanos, Zelensky quer agora silenciar políticos e jornalistas americanos que questionam a utilização de fundos por parte do governo e o envolvimento contínuo da América no conflito da Ucrânia – um movimento que levanta questões sobre a Ucrânia ser um bastião da democracia e da liberdade
  • A ajuda dos EUA à Ucrânia pode ser um esquema corrupto para roubar fundos dos contribuintes, lavar o dinheiro através da Ucrânia, e depois canalizar o dinheiro de volta para as mãos da elite de segurança transnacional.
  • Outro ângulo que pode ajudar a explicar o apoio dos EUA ao regime autoritário da Ucrânia é que temos uma série de bio laboratórios na Ucrânia, cujos objetivos o governo dos EUA está interessado em obscurecer. A Rússia afirma que irá publicar um relatório abrangente antes das eleições intercalares nos EUA, detalhando como Democratas de topo facilitaram a investigação ilegal em matéria de guerra biológica na Ucrânia, em colaboração com a Big Pharma, o que por sua vez canalizou contribuições massivas de campanha para os democratas.

 

Branqueamento da Corrupção e Autoritarismo da Ucrânia

Como notado por Ted Galen Carpenter, um alto dirigente para estudos de defesa e política externa do Instituto Cato, num artigo sóbrio e de visão clara, publicado em Abril de 2022 [1]:

“Declarações dos EUA e de outras autoridades de países ocidentais, bem como relatos generalizados nos meios de comunicação social, criaram uma imagem espantosamente enganadora da Ucrânia. Tem havido um esforço concertado para retratar o país não só como vítima da brutal agressão russa, mas também como um nobre e corajoso baluarte da liberdade e da democracia…

Os promotores dessa narrativa afirmam que a guerra em curso não é apenas uma querela entre a Rússia e a Ucrânia sobre as ambições de Kiev de aderir à NATO e as reivindicações territoriais de Moscovo na Crimeia e nos Donbas. Não, eles insistem – a guerra faz parte de uma luta global entre a democracia e o autoritarismo…

A noção de que a Ucrânia era um modelo democrático tão apelativo na Europa de Leste que a mera existência do país aterrorizava Putin pode ser um mito reconfortante para os políticos e os especialistas norte-americanos, mas é um mito. A Ucrânia está longe de ser um modelo de capitalismo democrático …

A realidade é mais obscura e preocupante: A Ucrânia é, há muito tempo, um dos países mais corruptos do sistema internacional… O historial da Ucrânia em matéria de proteção da democracia e das liberdades civis não é muito melhor do que o seu desempenho em matéria de corrupção. No relatório de 2022 da Freedom House [2], a Ucrânia está listada na categoria “parcialmente livre”, com uma pontuação de 61 de um total possível de 100…

Mesmo antes da eclosão da guerra, existiam exemplos feios de autoritarismo na governação política da Ucrânia… O Batalhão neonazi Azov era parte integrante do aparelho militar e de segurança do Presidente Petro Poroshenko, e manteve esse papel durante a presidência de Zelensky…

Pode-se condenar as ações de Putin e até aplaudir a resistência militar da Ucrânia sem promover uma falsa imagem do sistema político da Ucrânia. O país não é um símbolo de liberdade e democracia liberal, e a guerra não é uma luta existencial entre democracia e autoritarismo. Na melhor das hipóteses, a Ucrânia é uma entidade corrupta, quase democrática, com políticas repressivas preocupantes.

Dado que a realidade é grave, o que nos deve obrigar a refletir, os apelos para que os americanos “apoiem a Ucrânia” são descabidos. Preservar a independência e a integridade territorial da Ucrânia não vale certamente a pena que os Estados Unidos possam arriscar uma guerra com uma Rússia armada com armas nucleares”.

 

Os meios de comunicação social ‘redescobrem’ o passado corrupto da Ucrânia

Dada a forma como os meios de comunicação social têm vindo a bajular Zelensky, imaginando-o como um orgulhoso e heroico lutador pela democracia, foi surpreendente ver a The Associated Press e a NPR a rever subitamente a história de corrupção da Ucrânia. Um artigo, publicado originalmente pela AP e republicado pela NPR, de 20 de Julho de 2022, afirma [3]:

“A demissão pelo Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy de altos funcionários está a lançar uma luz inconveniente sobre uma questão que a administração Biden tem ignorado em grande parte desde o início da guerra com a Rússia: a história da corrupção desenfreada e da governação instável da Ucrânia.

Ao avançar com o fornecimento de dezenas de milhares de milhões de dólares em ajuda militar, económica e financeira direta à Ucrânia e ao encorajar os seus aliados a fazer o mesmo, a administração Biden está agora mais uma vez a braços com preocupações de longa data sobre a idoneidade da Ucrânia como beneficiária de infusões massivas de ajuda americana”.

A súbita crítica está ligada à demissão imposta por Zelensky do seu procurador principal, do seu chefe dos serviços secretos e de vários outros altos funcionários, alegando que são espiões ou colaboradores da Rússia.

Zelensky também arrastou os pés quando se trata de nomear um novo procurador anticorrupção, algo que deveria ter ocorrido em Dezembro passado, e que, segundo a Embaixada dos EUA em Kiev, “mina o trabalho das agências anticorrupção”.

 

Zelensky Coloca Americanos na Lista Negra depois de Conseguir Milhões dos Contribuintes

Alguns dias após ter demitido os seus altos funcionários, o Centro do governo ucraniano de Luta contra a Desinformação – estabelecido em 2021 – também publicou uma lista negra de “propagandistas pró-russos” americanos, que inclui o Senador Rand Paul, R-Ky, o antigo Representante Tulsi Gabbard, D-Hawaii, o jornalista independente Glenn Greenwald, o Coronel Douglas Macgregor reformado e o professor da Universidade de Chicago John Mearsheimer [4].

Como notado pelo apresentador da Fox News Tucker Carlson, “Agora o governo ucraniano decidiu que pode impor a censura no nosso país”. Carlson questionou como é que o Presidente Biden pode afirmar que estamos “a defender a democracia” ao enviar milhões de dólares dos contribuintes americanos para a Ucrânia.

Isto está a ser feito enquanto Zelensky proíbe todos os partidos da oposição – 11 no total – e coloca na lista negra políticos e jornalistas americanos que questionam a utilização dos fundos dos contribuintes americanos e o nosso envolvimento no conflito da Ucrânia [5]. Parece antes que estamos a ajudar o autoritarismo, não é verdade? Greenwald, que apareceu no programa de Carlson para discutir a lista negra afirmou [6]:

“Os ucranianos têm um conflito com o seu país vizinho, a Rússia. São totalmente livres de prosseguir as políticas de guerra que quiserem. Podem lutar contra a Rússia nos próximos 10 anos, se assim o desejarem. Mas não é isso que eles estão a fazer.

Estão a implorar e, de certa forma, a exigir que outros países, incluindo o meu, os Estados Unidos, lhes proporcionem um fornecimento aparentemente infinito de armas e dinheiro, o que significa que não só temos o direito, mas também a obrigação de debater isso e perguntar se isso é do interesse do povo americano”.

 

A Ucrânia não é um Defensor da Democracia

No vídeo no topo deste artigo, incluí três episódios do “The Jimmy Dore Show” em que Dore discute esta e outras notícias em torno da guerra da Ucrânia. No primeiro segmento, ele revê artigos de notícias passadas que discutem a corrupção da Ucrânia. Repetidamente, em 2014, 2015 e mais tarde, a Ucrânia foi declarada o país mais corrupto da Europa.

No segundo segmento, Dore analisa que era suposto que Zelensky limpasse a corrupção e desse início a uma nova era de boa governação. No entanto, isso não aconteceu.

Os Panama Papers [7], [8] – descritos como “uma fuga gigantesca de mais de 11,5 milhões de registos financeiros e legais [que] expõe um sistema que permite o crime, a corrupção e as transgressões” – revelaram que Zelensky, a sua esposa e vários associados possuem “ativos offshore escondidos”, levantando suspeitas de que Zelensky possa ser tão corrupto como os seus precursores.

O terceiro segmento do Dore Show analisa a lista negra de jornalistas pró-russos da Ucrânia, que, como mencionado, inclui Greenwald, Scott Ritter, Jeffrey David Sachs e muitos outros. O aspeto positivo de ser desacreditado pelos principais meios de comunicação social é que eles nos revelaram quem está realmente a dizer a verdade.

 

O que acontece com as armas dos EUA na Ucrânia?

Perguntamo-nos se a “ajuda” dos EUA à Ucrânia poderá também ser um esquema corrupto em si mesmo. Como admitiu a CNN [9], o governo dos EUA não sabe o que acontece aos milhares de milhões de dólares de material militar e munições enviados para a Ucrânia.

Os fornecimentos não podem ser rastreados, e o risco óbvio é que as armas possam ir parar às mãos de milícias e terroristas. No entanto, este é “um risco consciente que a administração Biden está disposta a correr”, diz a CNN. Entretanto, os Estados Unidos e a NATO estão simplesmente a enviar o que quer que Zelensky afirme precisar. De acordo com a CNN [10]:

“Camiões carregados com paletes de armas fornecidas pelo Departamento de Defesa são apanhados pelas forças armadas ucranianas – principalmente na Polónia – e depois conduzidos para a Ucrânia, disse Kirby, “cabendo depois aos ucranianos determinar para onde vão e como são atribuídos dentro do seu país”.

 

Roubo Através da Guerra sem Fim

Como notado pelo fundador do Wikileaks Julian Assange em 2011, o objetivo da guerra afegã – a guerra mais longa da história dos EUA, que durou desde 1999 até 2021 [11] – não era subjugar o Afeganistão. Era branquear dinheiro através da guerra.

“O objetivo era utilizar o Afeganistão para lavar dinheiro da base tributária dos Estados Unidos, da base tributária dos países europeus, através do Afeganistão, de volta para as mãos da elite de segurança transnacional. Esse é o objetivo. Ou seja, o objetivo é ter uma guerra sem fim; não uma guerra bem-sucedida”, disse Assange.

Será a Ucrânia apenas mais uma repetição deste mesmo esquema? Está a começar a parecer que sim. Em vez de enviar diplomatas e exortar a Ucrânia a negociar a paz, a aliança da NATO insiste em que a Ucrânia lute até ao último homem, e envia armas e ajuda financeira que rapidamente desaparecem num proverbial buraco negro.

 

Qual é o Objetivo em Ajudar a Ucrânia?

O problema que a NATO e os EUA enfrentam é que as pessoas estão cada vez mais conscientes do facto de que as coisas não batem certo. Porque é que estamos envolvidos neste conflito? Não estamos claramente a defender a “democracia”; bem pelo contrário. Estamos a ajudar e a ser cúmplices de um regime autoritário – e de verdadeiros adeptos do mundo real nazi.

Como relatado por Jeff Childers, presidente e fundador do escritório de advogados Childers, num texto de blogue de 19 de Julho de 2022 [12]:

“The Economist publicou ontem um artigo intitulado “A América está a ficar cansada da longa guerra na Ucrânia?” Bem. Suspeitei imediatamente, porque a guerra na Ucrânia não tem sido assim há tanto tempo…

Por fim, no artigo, The Economist pôs o seu dedo bem manchado de tabaco mesmo no ponto que marca o verdadeiro problema: ‘O objetivo de Biden na guerra não é claro. A sua administração deixou de falar em ajudar a Ucrânia a ‘vencer,’ e em vez disso fala em evitar que seja derrotada’.

Esse é que é o problema. Qual é o objetivo, Joe Biden? Se é ‘vencer’, como é que isso se parece e como é que lá chegamos? Parece que os ucranianos pró-guerra querem que os EUA simplesmente saltem para a guerra e entrem em guerra direta com os russos, para lhes dar uma lição ou algo parecido.

Mas os russos têm mísseis nucleares e submarinos capazes de nos levar ao dia do Juízo Final e até torpedos nucleares, por amor de Deus. Uma guerra global totalmente cinética não vai ajudar em nada os ucranianos. Provavelmente é exatamente o contrário. É um pensamento mágico”.

 

A Ascensão do Totalitarismo na América

O apoio dos EUA a um regime autoritário como a Ucrânia talvez se explique melhor pela constatação de que os próprios EUA se deslocaram nessa mesma direção. Segundo o filósofo, crítico social e linguista americano Noam Chomsky [13], que apareceu no podcast de Russell Brand em Julho de 2022, os EUA “vivem sob uma espécie de cultura totalitária, que nunca existiu na minha vida e que é muito pior em muitos aspetos do que a União Soviética antes de (Mikhail) Gorbachev”.

A causa desta mudança cultural, pensa Chomsky, pode ser rastreada até à censura das notícias globais. Basicamente, a maioria dos americanos vive numa câmara de eco, onde não há diversidade de pontos de vista, especialmente não dos que são vistos como adversários:

“Se hoje, nos Estados Unidos, quiser saber o que diz o Ministro (Sergey) Lavrov da Rússia, não o pode fazer. Está barrado. Aos americanos não é permitido ouvir o que os russos estão a dizer”, disse Chomsky a Brand. “Não se pode ter televisão russa, não se pode aceder a fontes russas…

Queremos saber o que dizem os adversários, o que é da maior importância… Mas os Estados Unidos impuseram restrições à liberdade de acesso à informação, que são espantosas e que, de facto, vão além do que se fazia na Rússia pós Estaline e pós Rússia soviética.”

 

O ângulo dos laboratórios da Guerra biológica

Outro ângulo que pode ajudar a explicar o apoio dos EUA a um regime claramente autoritário e antidemocrático é o facto de termos vários laboratórios de guerra biológica na Ucrânia, cujos propósitos o governo dos EUA está interessado em obscurecer. Childers também aborda esta questão [14]:

“A próxima história pode ser possivelmente a notícia mais significativa que alguma vez relatei, e não me parece que esteja a exagerar. A notícia é que a vice-presidente da Duma (congresso) do estado russo Irina Yarovaya deu ontem uma atualização sobre a investigação oficial da Rússia sobre os Biolabs dos EUA na Ucrânia.

O que os russos estão a dizer não é bonito. E eles afirmam ter uma montanha de provas. Até agora, os EUA não se dignaram a responder a nenhuma das acusações mortalmente graves.

Lembre-se que em Maio, os russos apresentaram provas ao Conselho de Segurança da ONU argumentando que os EUA tinham estado a desenvolver armas biológicas ilegais – e a testarem-nas – na Ucrânia, incluindo acusar as últimas três administrações democratas de trabalharem com George Soros, Bill Gates e a Big Pharma para quebrar tratados, desenvolver tecnologia de armas ilegais, libertar armas biológicas na Ucrânia, testar as armas em soldados e doentes mentais, e – o mais significativo – infetar o povo russo e as colheitas agrícolas…

Um diagrama notável mostra todos os alegados atores que vão muito além dos mencionados acima, e inclui a Pfizer, a Fundação Bill e Melinda Gates, e outros.

Os russos acusaram os principais democratas de facilitarem a investigação ilegal para fins militares em ligação com as grandes farmacêuticas, que eram trazidas sempre que havia testes ou fugas de informação, para desenvolver tratamentos lucrativos para as novas doenças.

Em troca, argumentaram os russos, a Big Pharma canalizava contribuições massivas de dinheiro para a campanha dos democratas, fazendo um sinistro e demoníaco ciclo de feedback viral”.

 

Segundo Yarovaya, os principais mestres desta conspiração incluem o partido democrata dos EUA, Barack Obama, Hillary Clinton, Joe Biden e George Soros. O governo dos EUA, entretanto, nada fez para contrariar estas alegações russas, a não ser rejeitá-las como “desinformação russa” indigna de uma resposta.

 

Como os russos estão a nomear indivíduos específicos, começa a parecer que os russos planeiam lançar uma queixa criminal internacional ao estilo de Nuremberga, na linha do que tantos americanos têm desejado.  Jeff Childers

 

Childers suspeita que a tentativa de Biden de criar um Conselho de Governação da Desinformação pode até ter sido um “esforço para apertar ainda mais a tampa” na história dos biolabs, vendo como Nina Jankowicz, selecionada para liderar o conselho, trabalhou anteriormente para o próprio Zelensky. Ela também trabalhou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano [15].

 

Relatório Russo a ser publicado antes das eleições intercalares dos EUA

De acordo com Yarovaya, o governo russo pretende publicar um relatório abrangente sobre os laboratórios biológicos norte-americanos na Ucrânia algum tempo antes das eleições intercalares americanas. No seu relatório de 18 de Julho de 2022, de atualização dos dados apresentado ao parlamento russo, ela declarou [16]:

Como prova disso, a comissão parlamentar pode já apresentar os factos de que os laboratórios biológicos supervisionados pelo Pentágono no território da Ucrânia não cumpriam os critérios de segurança. No modo atual da sua atividade, eles representavam e representam uma ameaça colossal para os cidadãos da Ucrânia e para todo o mundo.

A instalação não era apenas insegura. Apesar do facto de trabalharem com vírus e agentes patogénicos perigosos, houve também uma fuga. É bastante provável que isto explique o crescimento de epidemias na Ucrânia.

Mas o mais provável é que aqueles que criaram estes laboratórios estivessem interessados em assegurar que [eles] não estavam adequadamente protegidos, não só por causa da corrupção, mas também para levar a cabo uma experiência ao vivo; desta forma, para controlar qual seria a reação da população, qual seria a taxa de mortalidade, quais seriam as consequências”.

 

Os russos acusam os EUA de Negligência Intencional

Para ser claro, os russos estão a acusar os EUA de negligência intencional, o que não é coisa de pouca importância. Como notado por Childers, o mesmo parece ter acontecido em Wuhan.

A partir de 2018, o Departamento de Estado norte-americano emitiu relatórios nos quais os investigadores avisaram que o laboratório estava mal dirigido e preparado para um acidente. Rapidamente, até finais de 2019, o SARS-CoV-2 emergiu misteriosamente mesmo nas proximidades desse mesmo laboratório.

Agora, qualquer funcionário que admita que o COVID foi ou pode ser o resultado de uma fuga do laboratório também tem o cuidado de dizer que deve ter sido um acidente. Mas se um laboratório for intencionalmente negligente, será uma fuga subsequente realmente acidental?

A questão que os russos parecem apontar é que não é de todo acidental. Contudo, a negligência intencional permite à parte responsável fingir que uma libertação intencional foi acidental. Dessa forma, eles não são culpados de um crime. Mas isso não é tudo. Childers continua [17]:

“Os russos também alegaram que os culpados dos EUA se estão a esconder atrás da ‘investigação animal;’ escondendo ainda mais a sua culpa através de enxertos genéticos de infeção humana em vírus animais existentes, para que possam reivindicar origens naturais para os insetos recém-desenvolvidos. Tal como com o COVID. Ou a varíola de macaco…

Yarovaya disse que o resultado de toda esta negligência intencional têm sido “situações imprevistas em todo o mundo”. Ela apontou o dedo aos Estados Unidos no que diz respeito ao novo surto de varíola do macaco. Tudo o que está relacionado com o coronavírus e varíola do macaco, deveria ser revistado nos tubos de ensaio dos laboratórios americanos”, disse ela.

Por uma coincidência totalmente aleatória, o mesmo Instituto Wuhan de Virologia onde foi desenvolvido o COVID também fazia experiências sobre a varíola de macaco … Porque os russos estão a nomear indivíduos específicos, está a começar a parecer que os russos planeiam lançar uma queixa criminal internacional ao estilo de Nuremberga, na linha do que tantos americanos têm desejado”.

 

Se Childers suspeita que os russos estão a planear uma queixa ao estilo de Nuremberga, não é de admirar que o governo dos EUA esteja a tentar manter uma tampa sobre as acusações, mesmo correndo o risco de o seu silêncio parecer incriminatório em si mesmo.

Childers também acredita que a China pode juntar-se à Rússia neste esforço, uma vez que a justificação da Rússia para invadir a Ucrânia para derrubar os perigosos laboratórios de biologia também “criaria uma boa justificação para uma invasão chinesa de Taiwan”. Acontece que Taiwan é o lar de 1.251 laboratórios de biologia que servem “necessidades médicas, agrícolas, alimentares e ambientais”.

Pelo menos 31 desses laboratórios trabalham com “virologia, bacteriologia, parasitologia, micologia e biologia vetorial”, e um, um laboratório de nível 4 de biossegurança (BSL4) no norte de Taiwan pertence aos militares. Assim, a China poderia facilmente justificar uma invasão de Taiwan, dizendo que existem lá instalações não seguras de biovigilância.

“Todas estas alegações – completamente ignoradas pelos meios de comunicação social empresariais são incrivelmente graves”, observa Childers [18]. “Os russos acusam os EUA de um ataque com armas biológicas de destruição em massa. Há muito que a política oficial dos EUA é que um ataque com armas biológicas é equivalente a um ataque nuclear, e justificaria uma resposta nuclear.

Não importa se eles têm razão. Os russos parecem acreditar que se justifica legalmente uma retaliação contra os EUA utilizando armas de destruição em massa. E estão a construir o processo utilizando muitas coisas sombrias que os EUA e os seus aliados corporativos do Estado subterrâneo (Deep State) têm andado a organizar.

Seria certamente uma boa altura para o governo dos EUA se pronunciar e se tornar totalmente transparente sobre o propósito legítimo que está por detrás de todos estes laboratórios. Assumindo que existe um propósito legítimo.

Mas os perpetradores, quem quer que sejam, arriscar-se-iam quase certamente a uma guerra nuclear para proteger os seus segredos se apenas metade do que os russos estão a dizer for verdade. Portanto, conscientemente ou não, estamos todos envolvidos num jogo mortal de galinha sobre o nuclear. E o nosso condutor é Joe Biden”.

 

Haverá uma saída?

Numa entrevista com Lex Friedman, o cineasta Oliver Stone discutiu a história da corrupção na Ucrânia – detalhada no seu filme “Ukraine on Fire” – a propaganda em torno do atual conflito Rússia-Ucrânia, e a sua compreensão da razão pela qual a Rússia está a agir da forma como está.

No final dessa entrevista, Friedman perguntou a Stone se ele pensa que podemos voltar atrás de estar à beira da guerra nuclear. Stone respondeu:

“Sim, [através] da razão… e depois da diplomacia”. Fale com o tipo. Biden, porque é que não se acalma e vai falar com Putin em Moscovo. E tente ter uma discussão sem cair em ideologias”.

Assumindo que o governo dos EUA em geral e Biden em particular não estão envolvidos em atividades criminosas de guerra biológica na Ucrânia, então a sugestão de Stone é razoável. Contudo, se as suas ações se basearem numa necessidade de proteger um segredo sujo (ou dois), então a diplomacia nem sequer estaria no menu de opções.

A Rússia iria provavelmente exigir responsabilizações. Iria querer que fosse feita justiça, o que, no caso de fabrico ilegal de produtos biológicos, poderia incluir o encarceramento vitalício de certos indivíduos. Vendo como Biden está na lista de “conspiradores-chave” da Rússia, parece razoável presumir que ele não seria facilmente libertado.

E isso leva-nos de volta à previsão de Childers, que é a de que os perpetradores “arriscariam quase certamente uma guerra nuclear para proteger os seus segredos se apenas metade do que os russos estão a dizer for verdade”.

Assim, enquanto a Terceira Guerra Mundial tem sido até agora uma guerra de informação travada contra o público, a guerra nuclear entre nações é ainda uma possibilidade – graças à corrupção aos mais altos níveis, o que impede soluções diplomáticas.


 

Notas

[1] Cato April 6, 2022

[2] Freedom House 2022

[3] NPR July 20, 2022

[4], [5] [6] Fox News July 25, 2022

[7] ICJJ.org Panama Papers

[8] Panamapapers.org

[9], [10] CNN April 19, 2022

[11] CFR.org Afghan War

[12], [14], [16], [17], [18] Coffee & Covid July 19, 2022

[13] Mediaite July 25, 2022

[15] RT May 18, 2022

 


O autor: Joseph Mercola [1954-], fundador do sítio Mercola.com (1997), é um médico americano osteopata, também conhecido como DO. Os DO são médicos licenciados que, à semelhança dos médicos, podem prescrever medicamentos e realizar cirurgias em todos os 50 estados. Os DOs e os médicos têm formação semelhante, exigindo quatro anos de estudo nas ciências clínicas básicas e a conclusão com sucesso dos exames de licenciamento. No entanto, os DOs trazem algo extra para a prática da medicina. Os médicos osteopatas praticam uma abordagem de “pessoa inteira”, tratando a pessoa inteira em vez de apenas sintomas. Ajudam os pacientes a desenvolver atitudes e estilos de vida que não só combatem a doença, mas também ajudam a preveni-la. Também certificado em medicina familiar, o Dr. Mercola foi presidente do departamento de medicina familiar no St. Alexius Medical Center durante cinco anos. Tem formação tanto em medicina tradicional como em medicina natural. Foi-lhe concedido o estatuto de associado pelo Colégio Americano de Nutrição em Outubro de 2012.

Em 1999 relatou sobre os perigos da NSAID Vioxx. Em 2004, o medicamento foi retirado do mercado pela Merck devido ao seu potencial para causar efeitos cardiovasculares adversos; em 2000 advertiu contra o cultivo e consumo de organismos geneticamente modificados (OGMs). Em 2015, a National Geographic publicou um artigo chamando aos OGMs “a maior fraude na história da ciência”; em 2000 promoveu que a falta de vitamina D é “muito mais importante para a saúde” do que as preocupações com o cálcio. Em 2015, o Science Daily promoveu a luz solar e a vitamina D como sendo necessárias para a saúde pública; em 2001 advertiu contra o uso de mercúrio na medicina dentária, que se revelou ter ligações estreitas com o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Em 2017, a Convenção Minamata sobre o Mercúrio tornou-se efectiva, proibindo o fabrico, importação e exportação de produtos que contenham mercúrio, incluindo amálgamas dentárias; em 2002 aconselhou contra a fluorização da água, uma vez que o flúor é um desregulador endócrino que pode causar problemas a todo o corpo. Em 2015, os EUA baixaram os seus níveis de flúor na água, descobrindo que danifica os dentes; em 2006 aconselhou contra o aspartame devido à sua ligação à leucemia e a 90 outras reacções adversas relacionadas. Em 2015, The Washington Post publicou um artigo sobre os perigos reais dos falsos edulcorantes; em 2012 apoiou a Proposta de Votação 37 da Califórnia (Sim em 37) que exigiria que os alimentos OGM fossem rotulados. A Prop. 37 abriu caminho para outras iniciativas estatais, como no Oregon, onde foi aprovado um projecto de lei em 2014 que proibia oficialmente o cultivo de culturas geneticamente modificadas no condado de Jackson; em 2014 apoiou o movimento da agricultura regenerativa, que visa promover a agricultura biodinâmica para reconstruir o solo superficial, proteger a biodiversidade e prevenir o desastre global; em 2014 visitou o México e estabeleceu uma parceria com a Caminos de Agua (antiga CATIS-México) para apoiar as comunidades rurais, ajudando a desenvolver um mecanismo de remoção de flúor de baixa tecnologia e de captação de água da chuva para água não contaminada.

É autor de 15 livros e de numerosos artigos em publicações médicas.

(consultado em https://www.mercola.com/forms/background.htm)

 

 

 

 

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