UMA CARTA DO PORTO – POESIA – Por José Fernando Magalhães (460)

 

 

OLHAVA POR NÓS, SIMPLESMENTE

.

Com um olhar que escondia

A sua luz,

Olhava através e

Para além dela,

Da janela da miragem

Transportando a sua cruz.

Olhar perdido

Longínquo

Comprido,

Abrangente

Sem qualquer paragem.

Olhava sem querer

Olhava simplesmente

E sem ver

Olhava,

Olhava a paisagem.

Um dia, o seu ser

Começa a afastar-se

Do seu corpo finito

Encetando a viagem

Vogando leve e

Livremente

Pelo espaço infinito,

Largando a sua cruz.

Estava sem estar

E sem ver, via

Toda a engrenagem.

Libertara-se lentamente

Dos valores terrenos

Em busca da luz

E dos saberes plenos.

Marcara o dia

Para a sua passagem

E partiu calmamente

Sendo o que sempre foi,

A energia

Que nos protege

E dá coragem

 

 

 

 

Leave a Reply