DESDOBRANDO PALAVRAS
Sinto-me distante, lento, desdobrando palavras
Pleno de tédio, quiçá de tristeza.
Com natural imperfeição jorrada no papel
Rabisco uma escrita irregular, de letras cavadas
No movimento inconstante da lareira acesa
E nas palavras de fumo azul pastel.
Despejo letras em dias de confinamento
Formo palavras, frases inteiras
Distribuo-me trabalho de forma errante.
São assim os dias do isolamento
Que me falam ideias sem maneiras
Tempo inteiro, intenso, dissonante.
OBS – poema publicado no livro
“A SECRETA VIDA DAS PALAVRAS À CHUVA”
Dezembro de 2023