UMA CARTA DO PORTO – POESIA – Por José Fernando Magalhães (586)

 

 

DESDOBRANDO PALAVRAS

Sinto-me distante, lento, desdobrando palavras

Pleno de tédio, quiçá de tristeza.

Com natural imperfeição jorrada no papel

Rabisco uma escrita irregular, de letras cavadas

No movimento inconstante da lareira acesa

E nas palavras de fumo azul pastel.

Despejo letras em dias de confinamento

Formo palavras, frases inteiras

Distribuo-me trabalho de forma errante.

São assim os dias do isolamento

Que me falam ideias sem maneiras

Tempo inteiro, intenso, dissonante.

 

 

OBS – poema publicado no livro

“A SECRETA VIDA DAS PALAVRAS À CHUVA”

Dezembro de 2023

 

 

 

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