Depois de 2008 os mesmos escândalos, a mesma incapacidade de resposta, a mesma preferência pelo maior local dos crimes, a City de Londres.

Selecção, tradução e apresentação por Júlio Marques Mota

 

Crónicas sobre quem até os cães da minha infância seria capaz de  devorar

 

 

 

Conheça um pouco da história. O banco JP MORGAN perdeu recentemente muito dinheiro, muito mesmo. Estamos em plena crise, financeira primeiro, da dívida pública depois, e agora da dívida pública e financeira também. Entretanto há quem jogue ao poker, que jogue em cada lance dezenas de milhares de milhões, até à centena mesma, centena de milhares de milhões, mesmo que em cada lance possa ser um país que está sair jogado e esse país possa ser o seu. E nestes números, de muitos zeros para a minha cabeça,  não há engano, foram aplicados  em apostas, aplicações de investimento dirão  os   analistas,  apostas puras direi eu que não percebo nada disto. Conhece  as consequências, creio, bem espelhadas por um ditado africano que nos diz que quando dois elefantes combatem quem sai pisado é a relva.  Conheça um pouco como se combate, porque a relva somos nós, conhece as consequências das apostas, conhece-as diariamente, e conheça então o  que  está por detrás destas apostas, conheça um pouco a história de uma das reencarnações de Jesus, capazes de caminhar  sobre a água,  mas mais uma vez quem se afoga somos nós.  

 

 

 

Pelo meio destes textos há um avivar de memória de outras reencarnações de Jesus e em que cada reencarnação terá levado a um afogamento por mergulho, mas  do respectivo banco, claro.

 

2. As desgraças de JPMorgan relacionadas com uma tentativa de se proteger na Europa

 

Le Monde, e AFP, 12..05.2012

 

 

As desgraças de JP Morgan Chase, que anunciou na quinta-feira ter sofrido uma perda de 2 mil milhões de dólares nos mercados em poucas semanas, estão ligadas a uma tentativa deste banco americano de se  proteger contra o risco na Europa, diz Wall Street Journal na sexta-feira, 11 de Maio.

 

 

“JPMorgan Chase pediu aos seus operadores de mercado para fazerem apostas destinadas a proteger o banco contra o impacto das variações na bolsa devidas estas ao agravamento da crise na Europa”, escreve o jornal no seu site, citando fontes próximas do caso. “Mas, em vez de reduzir os riscos, as suas complicadas apostas viraram-se contra eles e deram origem a perdas que tenham já  atingido os 200 milhões de dólares por dia no final de Abril e no início do dia 1 de Maio”, acrescenta o jornal.

 

 

Citando outras fontes apresentadas como estando a par da situação, o jornal indica que “as autoridades de vigilância nos Estados Unidos e no Reino Unido, as autoridades estão a analisar o que é que correu mal e estão igualmente a procurar determinar a quem incumbe a responsabilidade e se JP Morgan não deveria ter prevenido os seus investidores mais cedo.

 

 

“Muitos erros”

 

 

“Houve muitos erros, muita falta de rigor e muitas más decisões”, disse ele, reconhecendo que o problema tinha sido descoberto na sequência de um artigo no Wall Street Journal publicado no início de Abril e descrevendo o espanto do centro financeiro de Londres, com as posições altamente arriscadas e com os enormes valores em jogo assumidas por um corretor de origem francesa a trabalhar no banco, Bruno Michel Iksil. De acordo com fontes citadas pelo Wall Street Journal, Iksil “e outros operadores [relacionados com as perdas anunciadas na quinta-feira] executaram  as instruções” de um alto dirigente do banco, Ina Drew, “responsável pelos investimentos, sob as ordens directas de Jamie  Dimon” e que “deu a ordem aos  operadores do mercado para reduzirem  o risco do banco”.


Leave a Reply