Um fidalgo, velho e prepotente, é casado com uma jovem, vivendo no permanente receio de ser enganado. Um cavaleiro, jovem também, apaixona-se pela esposa do fidalgo, tornando realidade o pesadelo do homem. Logo planeia matar o rapaz. É então que um enforcado resolve intervir…
Adaptação do popular conto de Eça de Queirós “O Defunto”, este filme realizado em 1954 por Fernando Garcia, além de ter um enredo interessante e que constitui uma incursão invulgar no território do fantástico, foi muito mal recebido pelo público – foi pateado – diz Bénard da Costa – “A estreia dessa imposta e caríssima reconstituição de uma história ambientada no séc. XV, pode considerar-se uma data no nosso cinema, de tal modo a reacção do público foi hostil a tanta pompa e circunstância. Apesar da campanha crítica mais ou menos oficial e mais ou menos oficiosa de quantos, no interior do regime, haviam acariciado o projecto, o filme esteve apenas duas semanas em cartaz e foi quase diariamente pateado. Os tempos tinham de facto mudado e os sinos começavam a dobrar por obras que já ninguém queria ver e com quem já quase ninguém queria pactuar.” [Bénard da Costa; 1991: 105]
Com Carlos Wallenstein, Helga Liné e Artur Semedo nos principais papéis, logo à uma hora em ponto, VAMOS AO CINEMA ver “O Cerro dos Enforcados”