A conjuntura que se atravessa está a fazer com que muitos se sintam como que emparedados.
Há uma ausência de auto estima. A visão que se tem do mundo é a de uma sociedade frágil, incerta, imprevisível, que cria angústias aos que vivem da reforma. Mas também aos que vivem do trabalho. Tira aos jovens, a possibilidade de fazerem a sua vida. Obriga-os a não deixarem a casa dos pais. As licenciaturas não servem para arranjar emprego, nalguns casos até atrapalham e têm de ser omitidas dos curriculuns. A prisão que os jovens sentem ao não poderem sair da casa dos pais e fazer a sua vida, acaba certamente por criar problemas de relacionamento no seio da família. , pois o mundo mudou muito nos últimos anos e as mentalidades de uns e outros são diferentes. Como se isso não bastasse muitos pais, começam a sentir dificuldades em ajudar os filhos e a dar-lhes o que eles necessitam. Uns por terem visto reduzida a sua reforma, outros porque perderam o emprego e os que o mantém para além de não terem visto aumentados os seus ordenados, vêm-nos ainda decrescer devido ao aumento dos impostos. Não admira por isso que o cérebro de muitos, esteja a parecer cada vez mais, uma espécie de emaranhado fio de pesca, arrastando com ele a lucidez dos raciocínios!
O futuro está a tomar conta do presente e o presente não é vivido com medo do futuro! As pessoas estão a retrair-se cada vez mais de tomarem decisões. Os que governam aparentam cada vez mais indefinições, onde parece que nada do que se faz é pensado. Além disso dão o dito por não dito, como quem muda de camisa. Não se apercebem de que a falta de clareza e de credibilidade impedem a economia de funcionar.
Os órgãos de comunicação social, com os seus comentadores, contribuem para aumentar os receios e a apatia em que se vive. Parece ter chegado a altura de ignorar os analistas. Eles preenchem as suas vidas com especulações e conjeturas. Nove em cada dez vezes, analisam tudo ao contrário, porque na maior parte dos casos, os seus conhecimentos são espantosamente limitados.
Parece ter chegado o momento de dentro do possível cada um redefinir as suas metas e de acordo com as suas disponibilidades lutar por elas, porque aos ciclos de depressão sucedem-se intensos e sustentados movimentos de crescimento económico.