Monte, traço, Pio. Ou então Monte (sem traço) Pio.
Ou já mais modernamente, Monte (simplesmente) pio. Tudo junto.
Montepio, prontos.
Tal qual e tão santo como o Espírito Santo, por exemplo. Uma coisa assim a rondar o piedoso, a caridade, o devoto, o religioso, o caritativo, meu Deus, quão bom! Quão bom que deve ser tal Banco, a olhar pelos pobres, pelos devotos e pelos pios!
O Banco Espírito Santo, o Banco Montepio – de como é que com estes nomes de Bancos, tão bíblicos, tão afrodisiacamente religiosos e pios, se poderia alguma vez esperar o Mal?
Não pode. Não poderia.
O mal disto tudo são os comunistas, toda a gente o sabe. Heréticos sem alma, eles são e desde sempre foram a causa da maldade, do poder material, da ausência de fé, do materialismo insano e dialético, de uma devoção ingrata e estranha por guerras e revoluções sem sentido nem caridade. Uma mania, uma obsessão própria de infieis, de descrentes da palavra do Sr., dos ensinamentos da Bíblia e da Banca. Dos ensinamentos da Blanca e da Blínquia.
Provera adeus que tais afrontosas, maldosas e jornalísticas dúvidas se apartem rapidamente da gestão de tão devota e casta Banca, como é, como sempre tem sido o Montepio. Que tais energúmenas e malquistas atoardas assim lançadas por sobre o povo – um povo convicto e acreditante, desde sempre, em bíblias e bancas – sejam eficazmente reduzidos ao esquecimento, ao oblívio dos corações puros e confiantes do maralhal, banqueiros e governos, são os meus mais castos desejos e certamente os de todos vós.