Seleção e tradução de Francisco Tavares, revisão de Júlio Marques Mota
13. Análise do ciclo económico da economia europeia no verão de 2016: nenhuma recuperação em lado nenhum. Parte 2.
Por Heiner Flassbeck, publicado por Flassbeck-economics em 22 de Agosto de 2016
Em Junho, a produção industrial na eurozona manteve-se praticamente inalterada (ver figura 1). A Alemanha registou uma muito ligeira retoma, enquanto a França e a Itália viram a sua situação continuar a deteriorar-se. É indiscutível que o desenvolvimento industrial e económico se mantêm na proximidade da recessão.
Figura 1
Produção industrial no conjunto da eurozona e nos países mais importantes
Isto é igualmente verdade para a Europa do sul, que necessita recuperar urgentemente (ver figura 2). Espanha e Portugal estagnaram no baixo nível atual e a situação na Grécia é catastrófica. A Grécia parece ter caído numa irremediável recessão duradoura, apenas mitigada pelo facto de todos os gregos jovens e qualificados estarem a sair do país.
Figura 2
Produção industrial em Espanha, Portugal e Grécia
Os países do norte também estagnaram (ver figuras 3 e 4). Há uma ligeira recuperação na Áustria e na Bélgica. A Holanda não escapa à recessão que dura já há mais de cinco anos. Na Europa do norte, a Noruega caiu literalmente e a Suécia passa novamente por um retrocesso. Na Finlândia deu-se mais recentemente um muito ligeiro movimento ascendente, mas o facto é que este “país modelo” já vai em cinco anos de recessão.
Figura 3

Figura 4

Também não se observa nenhum progresso nos países bálticos. Contrariamente ao generalizado mito de que os países bálticos registam um boom devido ao seu ajustamento rápido e radical, desde 2001 apenas se pode testemunhar a estagnação (ver figura 5).
Figura 5

A situação é idêntica na Europa Central e de Leste (Figuras 6 e 7). Nos países maiores como a Polónia, a Hungria e a República Checa, a ligeira tendência ascendente inclina-se crescentemente para uma estagnação, enquanto outros países, como a Bulgária e a Roménia, estagnaram desde 2014. Na Eslováquia o movimento ascendente que durou vários anos, recentemente tornou-se claramente muito mais fraco. A Eslovénia, todavia, conseguiu superar a sua longa estagnação e mostra agora um crescimento tipo Eslováquia.
Figura 6

Figura 7

A Croácia, que tinha de superar um longo período de abstinência, registou uma subida da produção industrial de cerca de 10% no último ano. Até que ponto se trata de uma evolução estável é uma questão que permanece em aberto.
Como salientámos muitas vezes, nestes pequenos países algumas empresas ocidentais desempenham um importante papel no investimento direto na produção industrial e no crescimento do PIB. Novas infraestruturas e produções afetam significativamente a produção fabril. Todavia, isto não comprova que esteja a caminho uma recuperação duradoura.
Na terceira parte deste texto poderá ver como estão a evoluir outros parâmetros, tais como a construção e o retalho, e que conclusões de política económica se poderão retirar desta análise.
Texto original em: http://www.flassbeck-economics.com/cyclical-analysis-of-the-european-economic-summer-2016-no-recovery-anywhere-part-2/