UMA CARTA DO PORTO – Por José Fernando Magalhães (218)

 

SÃO PEDRO DE RATES

De vez em quando acontece. Saímos do Porto. Desta vez viemos até à Póvoa de Varzim, mais propriamente até São Pedro de Rates.

 

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Pedro de Rates foi o primeiro bispo de Braga entre os anos 45 e 60, ordenado pelo apóstolo Santiago, que teria vindo da Terra Santa, martirizado quando convertia povos aderentes à religião romana no norte de Portugal.

Rates é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim.

Tem a sua sede na vila de São Pedro de Rates, que tem esse estatuto restaurado desde 2 de Julho de 1993.

Era um ponto de passagem de uma via romana, e aí começa um dos trilhos dos caminho de Santiago em Portugal.

No livro «As Mais Belas Vilas e Aldeias de Portugal», é descrita como uma das mais formosas povoações portuguesas.

É nesta vila que está sediado o Albergue de Peregrinos de São Pedro de Rates, o primeiro albergue de peregrinos do Caminho Português de Santiago a abrir em Portugal.

A 11Km do centro da Póvoa de Varzim, Rates desenvolveu-se graças ao mosteiro fundado pelo Conde D. Henrique em 1100. É uma paróquia antiga, referida no século XI com o título “De Sancto Petro de Ratis”.

Todo a vila está centrada à volta do mosteiro de Rates, e todo o centro histórico está excepcionalmente bem conservado.

 

IGREJA DE SÃO PEDRO DE RATES

 

A Igreja de São Pedro de Rates, também referida como Igreja Românica de Rates, situada junto à bacia do rio Ave, é um dos mais importantes mosteiros beneditinos clunicense, e é um dos mais importantes monumentos românicos medievais no então emergente reino de Portugal, dada a relevância das formas arquitectónicas e escultóricas.

No passado dia 18 deste mês de Janeiro, fomos até lá para ver a exposição que, no Núcleo Museológico está patente e se inaugurava, com o título de A GRANDE GUERRA E A LITERATURA.

Tendo como Comissário Geral o Dr José Valle de Figueiredo e com a organização do Dr. Paulo Sá Machado e a colaboração da Sociedade Histórica da Independência de Portugal e da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, a exposição estará patente até 28 de Fevereiro.

 

PAULO SÁ MACHADO , JOSÉ VALLE DE FIGUEIREDO E PAULO JOÃO LOPES DA SILVA (Presidente da Junta de Freguesia) NA APRESENTAÇÃO DA EXPOSIÇÃO

 

Os elementos arquitectónicos, removidos dos lugares originais aquando do restauro levado a cabo pela Direcção Geral de Edifícios e Monumentos, nos anos 40, encontravam-se depositados numa dependência pertencente à paróquia. No ano 2000, a exposição destes elementos no Museu Municipal revelou a necessidade de se criar um pólo junto à Igreja, onde os importantes elementos escultóricos e arquitectónicos pudessem ser conservados e mostrados a todos aqueles que a visitam, com carácter permanente.

Assim, esse centro de atendimento, o Núcleo Museológico da Igreja Românica de S. Pedro de Rates, extensão do Museu Municipal, foi inaugurado a 10 de Julho de 2004 e funciona como ponto de divulgação da história, lenda, arte e arqueologia do antigo mosteiro e da actual Igreja paroquial de S. Pedro de Rates.

Merecem, a exposição, a Igreja, o Núcleo Museológico e todo o Centro Histórico, uma visita!

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2 Comments

  1. Penso que RATES e todo o seu envolvimento histórico, monumental, intelectual e social é um bom exemplo para todas as iniciativas Culturais que procuram Preservar Valores e Património. Na Póvoa de Varzim nomeadamente a sua Câmara encontrou agentes nos seus quadros e fora deles, que além das suas capacidades meramente intelectuais são possuidores de dotes especiais como o amor à arte, à história desde a sua ancestralidade e procuram, na actualidade, com iniciativas viabilizar economicamente Bens imperdíveis.

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