Ainda a Venezuela, ou a ajuda humanitária dos EUA e seus aliados latino-americanos e da União europeia

america latina 1

Seleção e tradução de Francisco Tavares

O extrato que a seguir se apresenta consta do relatório As consequências económicas do boicote à Venezuela, de 08/02/2019, do celag – Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica, e é uma demonstração, que mais clara não pode ser, sobre os inescrutáveis caminhos dos “paladinos” da democracia e dos direitos humanos, comandados pelos Estados Unidos e seus aliados da União Europeia e da América Latina, quando falam sobre a necessidade e a urgência de ajuda humanitária à Venezuela. Será possível ser-se mais hipócrita?

FT

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” (…) Segue-se uma lista cronológica de obstáculos específicos enfrentados pela Venezuela:

  • Abril de 2016: Instituições financeiras começam a deixar de receber pagamentos em dólares de instituições venezuelanas
  • Maio de 2016: Commerzbank Bank (Alemanha) fecha contas bancárias venezuelanas e da PDVSA
  • Julho de 2016: o Citibank fecha contas correspondentes de instituições e bancos venezuelanos, incluindo o Banco Central da Venezuela. O fecho das contas correspondentes reduz a capacidade de efetuar pagamentos em dólares, impondo custos adicionais para realizar transações em outras moedas.
  • Agosto 2016: o Banco Novo de Portugal proíbe transações com bancos e instituições venezuelanas.
  • Julho de 2017: a empresa Delaware, agente de pagamento da PDVSA, recusa-se a receber fundos da companhia petrolífera venezuelana.
  • Julho 2017: o Citibank recusa-se a receber fundos venezuelanos para importar 300.000 doses de insulina.
  • Maio de 2017: empresas de origem russa, empreiteiras encarregadas de elaborar a cadeia de blocos Petro utilizando o código NEM, desistem de continuar com o contrato argumentando razões de força maior após terem sido pressionadas pela Security Exchange Commission dos Estados Unidos.
  • Agosto 2017: Os bancos chineses informam que não podem realizar operações em moeda estrangeira em favor da Venezuela devido à pressão do Departamento do Tesouro dos EUA, e a Rússia relata a impossibilidade de realizar transações com bancos venezuelanos devido à restrição dos bancos correspondentes dos EUA.
  • Agosto de 2017: o banco correspondente do banco chinês BDC Shandong paralisa durante três semanas uma transação de 200 milhões de dólares sacados pela China.
  • Agosto de 2017: devido à pressão da OFAC, a empresa Euroclear retém 1.200 milhões de dólares sem possibilidade de mobilização.
  • Outubro 2017: o Deutsche Bank fecha as contas correspondentes do Citic Bank chinês para processar pagamentos da PDVSA, o que demonstra a pressão sobre a banca internacional.
  • Outubro 2017: A entrada de vacinas no país é adiada por quatro meses porque o bloqueio dos EUA torna impossível fazer pagamentos ao banco suíço UBS.
  • Novembro 2017: a Venezuela faz pagamento para comprar primaquina e cloroquina (para tratamento antimalárico), solicitado ao laboratório médico da BSN na Colômbia. O governo colombiano bloqueia a entrega de medicamentos.
  • Novembro 2017: o Deutsche Bank, principal correspondente do BCV, encerra definitivamente as contas correspondentes desta instituição.
  • Dezembro de 2017: foram devolvidos 29,7 milhões de dólares de bancos na Europa para pagamento a fornecedores de alimentos através do programa alimentar CLAP. Também nesse mês, as autoridades colombianas impediram a transferência para a Venezuela de mais de 1.700 toneladas de perna de porco.
  • Maio de 2018: o pagamento de 9 milhões de dólares para a compra de material de diálise foi bloqueado.
  • Novembro 2018: A partir deste mês, o Banco da Inglaterra reteve 1,2 bilhão de dólares que o governo venezuelano havia depositado nessa entidade.”

(*) Os realces a negrito são da responsabilidade do editor.

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