UMA CARTA DO PORTO – Por José Fernando Magalhães (217) – Reposição

 

Esta publicação tem já 3 (três) anos, Janeiro 2018, e, durante este tempo, nada foi feito em prol do reconhecimento público deste importante portuense.

Impõe-se que se faça, quanto mais não seja com uma placa na sua campa, no cemitério de Agramonte, na secção 11ª, a exemplo do que vem sendo feito com outros ilustres da nossa cidade.

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EMÍLIO LOUBET

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Faz este ano, 2018, cento e dez anos que Emílio Loubet nasceu. Fez, no passado dia 30 de Dezembro, vinte e cinco anos que faleceu.

Durante os seus oitenta e quatro anos de vida, muitas foram as dezenas que dedicou ao jornalismo.

Colaborou em dezenas de jornais e revistas de expressão regional e nacional. Dirigiu a publicação de “O Cruzeiro”, chefiou a redacção da “Indústria têxtil” e foi delegado da “Reuter”. Fez carreira nos “A Montanha”, “O Comércio do Porto”, “O Norte Desportivo” e no “Jornal de Notícias” onde foi jornalista durante trinta anos.

Emílio Loubet foi autor de folhetins radiofónicos e de produções e noticiários nos “Emissores do Norte Reunidos”, para além da edição do “Guia de Hotéis e Pensões de Portugal”. Redigiu imensos trechos revisteiros, organizou rábulas para as “Festas da Cidade”, e foi um dos impulsionadores do “Concurso do Vestido de Chita”, iniciativa que alcançou enorme popularidade. Participou ainda em filmes, nomeadamente no “A Costureirinha da Sé” onde tem o papel de jornalista, filme estreado em 11/02/1959 no Cinema Batalha e a 27 do mesmo mês em Lisboa (Cinema Eden).

Foi membro da direcção da “Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto”, da “Sociedade Protectora dos Animais” e da “Associação dos Proprietários””.

Aquando da sua morte, escreveram no “Jornal de Notícias”:

[ Emílio Loubet morreu e com ele vai a enterrar uma biblioteca de sabedoria das noites tripeiras. Ele assumiu-se como um dos últimos baluartes da boémia, percorrendo camarotes, palcos e camarins, restaurantes e cafés-concerto com uma assiduidade ímpar. Soube aliar o espectáculo ao afecto e à cultura. E no meio de tanta e tão repleta agitação, sobrou-lhe tempo para mil comparências e até para trazer ao “Passos Manuel” o Prémio Nobel Egas Moniz. ]

Emílio Loubet está hoje esquecidos das gentes do Porto, e dos mandantes Nacionais.

Merecia um outro reconhecimento público. Algo que perdurasse no tempo e ensinasse aos mais novos quem ele foi e o quanto foi importante para a nossa cidade.

Os vinte e cinco anos da sua morte, cumpridos no último dia 30 de Dezembro, ou os cento e dez anos do seu nascimento, a cumprir neste ano de 2018, a 4 de Junho, merecem ser lembrados e indelevelmente marcados.

Estará nas mãos da Junta de Freguesia da Vitória, onde nasceu, ou na de Santo Ildefonso, onde viveu (hoje reunidas na União das Freguesias do Centro Histórico do Porto), ou ainda, nas da Câmara Municipal do Porto, essa, diria, obrigação.

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