Selecção e tradução por Júlio Marques Mota
Simone Foxman, Business Insider
(CONCLUSÃO)
Parte III
Resgatar o sistema bancário europeu envolverá provavelmente que se venha a gastar mais dinheiro na Grécia.
New York TImes Syndicate
De um recente texto do economista Nouriel Roubini lê-se :
As perdas que os bancos da zona euro sofreriam seriam geríveis se os bancos fossem correcta e ostensivamente recapitalizados. Para evitar uma implosão na pós-saída do sistema bancário grego, no entanto, pode exigir-se medidas temporárias, como feriados bancários e controles de capital, para evitar uma corrida desordenada aos depósitos. Através do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira ou do Mecanismo Europeu de Estabilidade (FEEF/MEE) deve ser feita a necessária recapitalização dos bancos gregos através de injecções directas de capital. Os contribuintes europeus devem efectivamente tomar posição sobre o sistema bancário grego, mas isso seria uma compensação parcial para as perdas impostas aos credores pela dracmatização, drachmatization, levada a cabo.
Outros analistas são cépticos relativamente à hipótese de que os dirigentes da União Europeia tomarão as medidas necessárias para impedir que os efeitos da crise afectem a restante Europa.
A saída da Grécia significaria exactamente mostrar que “os países credores da zona euro sem dúvida que vêem o custo do apoio incondicional e/ou ilimitado ou aberto a países que do ponto de vista orçamental e financeiro estão vulneráveis como sendo um preço incalculável e inadmissível a pagar para ter no seu seio um país membro que não está em conformidade com o conjunto dos países da zona euro “, escreveu Buiter no ano passado.
Embora o BCE tenha o poder de tomar alguma acção, as medidas sobre a enorme liquidez a que se comprometeu no início deste ano só provam que a lançar dinheiro para os problemas da zona euro não se vai longe.
O euro também se desvalorizaria a curto prazo, embora muito menos do que o novo dracma.
Markusram on flickr
Uma saída da Grécia da zona euro levaria imediatamente a que aumentassem os temores dos investidores de que poderia haver mais países a poderem abandonar a zona do euro. E isto, tendo em conta as consequências inflacionistas prováveis da acção do BCE, levaria possivelmente no curto prazo à desvalorização do euro contra as outras moedas importantes.
“O aumento da aversão ao risco (incluindo, pelo menos temporariamente e logo a seguir à saída da Grécia, um medo ainda maior de no futuro haver uma ruptura da zona euro) e alguma fuga dos capitais para zonas mais seguras que a zona euro bem como prováveis medidas adicionais de atenuação pelo BCE no quadro de um cenário de saída da Grécia implica que o euro provavelmente cairia em relação ao dólar e em relação a outras moedas de porto seguro, como o Franco suíço ou o iene ou mesmo a libra Sterling, “escreveu Buiter do Citi.
Um outro incumprimento grego poderia resultar em longas batalhas legais com os credores estrangeiros
daneimp via YouTube
A incapacidade da Grécia para pagar as suas dívidas pode resultar em dez anos de batalhas judiciais, especialmente se esta decide pagar a alguns credores e a outros não.
Os chamados “vulture funds”, empresas que se especializam em especular sobre a dívida soberana conturbada e que levantam processos jurídicos quando não são pagos, provavelmente irão instigar batalhas legais para se certificarem de que a Grécia honra os seus compromissos. Dart Funds, uma delas que recentemente recebeu aproximadamente €390 milhões na data de vencimento da dívida grega que compraram barata (95 milhões), ainda anda envolvido numa batalha jurídica com a Argentina depois do país entrar em incumprimento em 2002, segundo o New York Times.
Mas um país poderia estar no caminho de uma resposta adequada à crise…
Simone Foxman, GET READY: This Is What Happens If Greece Exits The Euro, Business Insider, 17 de Maio de 2012, disponível em :
http://www.businessinsider.com/this-is-what-happens-if-greece-exits-the-euro-2012-5?op=1