O ACORDO ORTOGRÁFICO – O QUE POR AQUI SE TEM DITO

Vamos dar por encerrado este debate que o artigo de Pedro Mexia desencadeou. Ontem tivemos outro valioso testemunho de Manuel Simões. Ambos vão no sentido de pôr em causa a oportunidade e, mais do que isso, a utilidade de um Acordo que parece só agradar a grupos  e lóbis cujas motivações não são de índole linguística, mas onde prevalecem interesses políticos e de política editorial, respeitáveis, mas que deviam ser defendidos sem usar a língua portuguesa como instrumento. Infelizmente, quem defende o Acordo, não se pronunciou. Estamos dispostos a reabrir este espaço de debate, acolhendo todaa as opiniões, desde que formuladas de forma correcta e respeitando quem não pensa da mesma maneira. E vamos deixar uma lista de algumas das intervenções feitas neste blogue sobre o tema.

Não é uma lista exaustiva, pois muito mais se tem dito sobre este assunto. Quando nos foi proposto usarmos o símbolo de rejeição do Acordo, logo recusámos. Talvez a maioria dos nossos colaboradores seja contra a aplicação do AO. Sabemos que, no entanto, há entre nós quem  defenda o documento com grande convicção. Podem expor os seus argumentos.

Eis a lista que vos deixamos, por ora:

Em 3 de Outubro de 2011 – O centenário do 1º Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa e suas (possíveis) relações com o atual”, por Sílvio Castro

O ACORDO ORTOGRÁFICO – 1

Em 5 de Outubro de 2011 – Acordo Ortográfico ou Aborto Ortofágico? – por Paulo Rato

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/03/o-acordo-ortografico-2/

Em 6 de Outubro de 2011 – O Acordo Ortográfico – Visão desde o Norte da Raia, por Carlos Durão

http://aviagemdosargonautas.net/2011/10/06/o-acordo-ortografico-visao-desde-o-n-da-raia-por-carlos-durao/

Em 7 de Outubro de 2011 – O Acordo Ortográfico é um tigre de papel, por Carlos Loures

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/06/o-acordo-ortografico-5/

Em 8 de Outubro de 2011 – José Saramago e o Acordo Ortográfico

http://aviagemdosargonautas.net/2011/10/08/jose-saramago-e-o-acordo-ortografico/

Em 8 de Outubro de 2011 – Acordo?, por Magalhães dos Santos

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/09/o-acordo-ortografico-8-2/

Em 8 de Outubro de 2011 – Um instrumento para todos se compreenderem, por Fernando Cristóvão

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/10/o-acordo-ortografico-8/

Em 11 de Outubro de 2011 – Será necessário haver um Acordo Ortográfico? – por João Machado

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/11/o-acordo-ortografico-9/

Em 13 de Outubro de 2011 – O Acordo Ortográfico a Norte da Raia, por Carlos Durão

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/04/o-acordo-ortografico-3/

Em 29 de Dezembro de 2011 – O Acordo Tortográfico, por Miguel Esteves Cardoso

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/13/o-acordo-ortografico-12/

Em 27 de Fevereiro de 2012 – O Acordo Ortográfico, por Henrique Monteiro

http://aviagemdosargonautas.net/2012/02/27/o-acordo-ortografico-por-henrique-monteiro/

Em 4 de Abril de 2012 – Ainda o Acordo Ortográfico, por José Manuel Fernandes

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/16/o-acordo-ortografico-15/

Em 17 de Maio de 2o12 – Valentim Paz Andrade, por Carlos Durão

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/17/o-acordo-ortografico-16/

Em 31 de Agosto de 2012 – O Acordo Ortográfico e a Constituição, por Ivo Miguel Barroso

https://www.facebook.com/notes/ivo-miguel-barroso/inconstitucionalidades-das-normas-do-acordo-ortogr%C3%A1fico-bem-como-das-resolu%C3%A7%C3%B5es-/429398320435720

Em 6 de Fevereiro de 2013 – A posição da SPA

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/20/o-acordo-ortografico-19/

Em 18 de Abril de 2013 – Argumentos favoráveis ao AO, por D’Silvas Filho

http://aviagemdosargonautas.net/2013/04/18/argumentos-favoraveis-ao-acordo-ortografico-dsilvas-filho/

Em 28 de Maio de 2013, O Aleijão, por Pedro Mexia

http://aviagemdosargonautas.net/2013/05/28/o-acordo-ortografico-em-debate-comentarios-ao-artigo-de-pedro-mexia/

Em 31 de Maio de 2013, Fantasias e Enganos para justificar o Acordo Ortográfico, por Manuel Simões

http://aviagemdosargonautas.net/2013/05/31/o-acordo-ortografico-ate-ja-rascunho/

3 Comments

  1. Engraçado isso de “pôr em causa a oportunidade e, mais do que isso, a utilidade de um Acordo que parece só agradar a grupos e lóbis cujas motivações não são de índole linguística, mas onde prevalecem interesses políticos e de política editorial”.
    Mas, caros, ainda não percebestes, todos, uns e outros, que a ORTOGRAFIA como a LÍNGUA não são (só?) objeto de uma ciência pura, imaculada, asséptica? São manifestações e sobretudo instrumento de PODER, sobre os “linguados”, os reais e os declarados (digo-o desde o reino bubónico, que declara hispanófonos todos os seus súbditos), face ou contra os “linguados” e as línguas e as ortografias dos OUTROS.
    Por isso ando muito espantado perante estas regueifas (é palavra galega) de anti-acordistas (ou anti-acordeonistas) e acordistas… Ainda não perceberam como s\ao e funcionam as outras línguas nacionais e transnacionais, como a castelhana, a francesa, mesmo a inglesa, por não dizer a italiana e a alemã? (São essas de que tenho alguma noção: poderia assinalar o caso da chinesa, mas ignoro tudo do chinês… Apesar de tudo, seria uma preciosa referência: unidade “ortográfica” para garantir a unidade de cinco ou mais “línguas” diversas e mesmo divergentes…)

    1. De momento, não didponho de tempo para responder a este comentário que incide sobre um comentário meu ao artigo de Manuel Simões. Amanhã responderei ns caixa de comentários ou com um post. Digo só que há muitas coisas engraçadas em torno desta questão. Uma delas é o atávico sentimento que os súbditos do reino “bubónico” perfilham de que os portugueses nada percebem dos seus próprios assuntos até que um espanhol lhos venha explicar.

    2. Caro Antonio Gil Hernández: não sou um ant-acordista militante. Compreendo algumas das motivações que estão por detrás do apoio ao documento e não estou preocupado com a pureza da língua – afinal, todas as línguas novilatinas resultam da corrupção do latim e os idiomas têm processos de evolução que também são condicionados pelas condições políticas. O que não faz sentido é que se imponha em Portugal uma ortografia próxima da norma brasileira. A ortografia brasileira tem a ver com um percurso que não fizemos. E a Galiza também não. Por outro lado, o entendimento entre os falantes cultos de ambas as normas é perfeito. As diferenças mais relevantes são de natureza sintáctica e essas não é o Acordo que as resolve. Por isso dizia, no meu comentário ao artigo do Manuel Simões que as esperanças dos editores portugueses são infundadas – as edições portuguesas vão continuar a não ter mercado significativo no Brasil. Os brasileiros com maior índice cultural não têm qualquer dificuldade em ler as edições portuguesas; o público, em geral, não vence a barreira da diferença. Não deves ter lido o artigo de Manuel Simões – ele expõe com seriedade e consistência a sua posição anti-acordista. É essa falta de seriedade e de rigor que caracteriza a tua posição. E, no entanto, podias dar a tua opinião de uma forma séria de modo a que percebêssemos qual é o teu objectivo. Fizeste parte da Delegação da Comissão Galega do Acordo Ortográfico, no Encontro de Unificação ortográfica, realizado em Lisboa no ano de 1990 e vejo que tens publicado livros na área da linguística – portanto, tendo sido já por diversas vezes convidado a colaborar, custa a entender porque insistes em comentários fortuitos. Será que não merecemos a atenção de uma explicação com pés e cabeça e só temos direito a ironias sem graça? Não precisamos que nos expliques a nossa posição – que aliás não é consensual no blogue e, muito menos, no País. Gostávamos que de uma forma séria, com argumentos e não com ironias, explicasses o que verdadeiramente pensas. Com blagues de graça duvidosa não chegamos a nenhum lado.

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