PRECISO DE ESPAÇO PARA TALVEZ QUERER
Preciso de espaço para talvez querer
O que não sei.
A minha atitude é de recusa
Resignação e revolta.
Mesmo sem o saber
O que não quero, já dei
Num dia, ao fim da tarde, à luz difusa
No avesso de uma vida que já não volta
Repleta de sombras que nunca quis ver
Feitas de uma luz pálida de que nunca gostei
E dos sons miseráveis de uma vida confusa
Que por ali andavam, sozinhos, à solta.
Preciso de espaço para talvez querer,
Preciso de subir um degrau
E de dar o passo que ainda não sei.
Preciso de sair das sombras de um poder nunca vivido
E de me afirmar com a recusa ao não aprender,
Não perdoar do rio que não passei a vau
Ganhar cumplicidades nos silêncios que abandonei
E na finita eternidade de um destino cumprido.
Preciso de espaço para talvez querer
O que se não vê mas está ali,
Interiorizar e apreender
A energia de que me vali,
A essência da vida e do nosso ser.
Que sorte ter afinidade com estas duas artes que em conjugação devem fazer as delícias de um ser humano sensível. Parabéns, amigo José Magalhães.
Obrigado Daniel Moreno, de facto é uma felicidade poder navegar entre elas.
Tenha uma Santa Páscoa!