IMAGEM E POESIA – Por José Magalhães (64)

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SINTO-ME CANSADO

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Sinto-me cansado

Não sei porquê ainda

Acordei assim

Logo pela manhã, cansado.

Não é por certo da chuva, que a vida pinta,

Nem das nuvens negras, de que gosto, enfim,

Sinto-me triste, acabrunhado,

E acordei cansado,

Não sei porquê ainda,

Sinto-me assim.

 

-Que se passa afinal?

 

-Não sei, acordei cansado,

Passei o dia assim!

 

 

3 Comments

  1. Hoje não farei uma apreciação à fotografia deste belo final de tarde com a presença impar de 5 barcos rabelos (dos autênticos), símbolo magnifico do saber anónimo, mas continuado, de muitas gerações de carpinteiros navais fixados ao longo do curso final do rebelde rio Douro.
    Tem o valor da VERDADE, tal como a absorção que teve Nicolau Nasoni (no plano do saber erudito, lógico) quando da sua Toscana natal chega ao Porto e imediatamente compreendeu o granito, como parceiro fundamental para legar ao Porto o que legou.
    O rabelo foi a resposta única, possível, e que uniu a configuração do casco com a enorme área vélica capaz de resultar na capacidade de “levar a carta a Garcia”, mesmo lançando mão a formas rudes mas seguramente funcionais.
    Esta lengalenga é só para manifestar mais uma vez, o nojo que me faz aqueles abortos que navegam para cá e para lá na Ribeira, com a espadela cortada, a caranguejola substituída por uma cabine fechada, que são oferecidos aos turistas como sendo um dos ex-libris da Invicta.
    E a Direcção-Geral do Turismo não se revolta contra esta interpretação pacóvia, até dizer chega?
    O respeito que o turismo de qualidade exige, deveria ser traduzido por uma embarcação com motor e portanto com hélice, com um desenho condizente com a sua função e ….a história naval, desde a pré-história nunca nos mentiu.
    Estamos numa época do faz de conta……e ninguém, mesmo ninguém abre o bico.
    Havemos de falar de viva voz, não para discutir este “provincianismo” de que fazemos gala – já assim o interpretava Fernando Pessoa – mas sim para dialogar um pouco sobre a história do porto fluvial do Douro, de que me lembro ainda actuante nos anos 50, para a exportação do nosso Vinho Fino e muito para a descarga do carvão de Cardiff, ou da entrega da safra do bacalhau nos mares da Terra Nova.
    Não estamos perante uma situação de saudosismo….estamos sim perante uma nova configuração de aproveitamento económico e cultural do nosso rio Douro

    Oportunamente melhor explicarei este meu interesse…não páro em pesquisar o património construído no nosso pais e agora este tema cresceu de interesse para mim.
    Antecipadamente grato
    António Menéres

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