SOU UM BARCO COM VELAS
Sou um barco com velas
Que no mar agitado do meu pensamento
Entre o desejo da partida
E a delonga da chegada
Nunca mais chega.
Não anda sem ti
Que és água e vento
e sol e estrelas.
És tu quem me tiras do desalento
E com passo lento
Quase imperceptível
Me guias
Pelos bons caminhos
Aplainados e sem remoinhos
Da sabedoria e do crescimento
Contigo
Enfuno as velas
Contorno descaminhos
Galgo as ondas do mar imigo
E esqueço o meu lamento.
Fico mais forte
Dispenso sentinelas
Olho o destino que persigo
E preparo a alegria da chegada
De uma viagem de que ninguém sabe
As lutas para vencer a sorte
E os sonhos, olhando as estrelas
Para enganar a morte.
Caro José Magalhães,
ofereço às tuas velas a minha
Penélope
Não teço a espera, o meu tapete/ é aquele mágico entre nuvens/ que leva o longe, conduz sonhos/ e inventa o vento e a nova vida.
Contudo é densa a escura noite/ em que não ter-te é não crescer/ e é viver menos sem morrer/pois que és de mim outro começo/ sou tua fronteira e tu não sabes.
E enquanto teces teu tapete/ de aventuras sem me ver,/ sou Odisseia, eu também./ – Eu sou Viagem!
E é em alto mar que as tuas ondas/ – Velas ao vento! -/ as minhas ondas vão tocar.
abraço da
Rachel
Obrigado minha querida Rachel. Lindíssimo este teu poema.
Grande abraço
José