IMAGEM E POESIA – Por José Magalhães (105)

OLHAS-ME COM AQUELE OLHAR

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Olhas-me com aquele olhar

Triste, penetrante, acedente

Por cima do teu ombro direito.

Devolvo-to, firme

Sem pestanejar

Olho-te de frente

Com um olhar desfeito

Sabendo como é difícil

Voltares a sonhar.

– Dá-me o pássaro, digo,

Que em ti poisa

Como se fosses um ramo

No meio do mar,

Farei com que cante

Com que fique refeito

Farei dele um navegante

Das ondas do alto mar.

Com movimentos desprendidos

Na vontade de querer estar,

Estendo para ti a minha mão

Tocando no teu cabelo perfumado, perfeito,

E ofereço-te os meus braços esquecidos

Para que te aninhes no meu olhar

No meu pensamento e na minha razão.

– Ó meu amor de momentos revividos,

De horas e horas de um amor insuspeito

E de breves alturas de tormentos,

Voa para mim,

Deixa-te vir,

És transparente,

Vem pelo ar

Arrastada pelos ventos,

E num repente,

Recolhe-te em mim e no meu amor milenar

E salta desse espelho de fantasiosos momentos.

 

5 Comments

  1. Olá Zé Magalhães. Não tenho que lhe dizer que gosto do seu Poema, deste em particular, porque gosto sempre dos Poemas que o Zé escreve. Mais um virado ao Amor, mas o Amor é Poesia. Um forte abraço.

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