“Quarto de Despejo” em discussão no Encontro de Leituras desta noite | Livros | PÚBLICO (publico.pt)
https://www.scielo.br/j/rblc/a/xTYd7Vtz6cYvGwJ6XhQFzGn/?lang=pt
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Para quem se interesse artigos no jornal Público
E no jornal espanhol El País,
Tom Farias, biógrafo de Carolina, disse à Folha de S.Paulo: “Carolina não teria a menor chance como escritora se ele [Audálio] não tivesse aparecido. Não vejo sentido nas tentativas de o demonizar agora e acho isso muito injusto com ele”.
“Se fosse uma personagem de conto de fadas, seria uma Cinderela sem frescuras. Negra. Durante seis meses, em 1960, o livro mais vendido do Brasil foi um diário em que Carolina Maria do Jesus relatava com toda crueldade sua miserável subsistência, a batalha cotidiana contra a fome, a busca incansável de papelão no lixo para reunir alguns trocados com os quais alimentar seus três filhos. Quarto de despejo é um retrato das favelas iluminado por uma moradora com dois anos de escolaridade. Foi um fenômeno editorial, um best-seller. Uma exposição recém-inaugurada em São Paulo e a reedição de seus escritos sem a ingerência dos editores trazem novamente à atualidade uma obra que abrange crônica, romance, contos, teatro, letras musicais… e vai além do clichê….
Por coincidência ou pelo impulso de renovação que os protestos antirracistas e o Me Too trouxeram também à cultura, a exposição, que fica em cartaz até 30 de janeiro, ocorre simultaneamente à reedição das obras de Carolina Maria de Jesus pela Companhia das Letras. São textos publicados agora com a grafia original, sem necessariamente seguir a norma culta da língua. Não é que ela tenha tido menos escolaridade que a média. Estudar apenas dois anos era o normal entre as mulheres negras da época, porque o futuro se limitava a catar papelão, lavar, passar ou criar os filhos dos outros…”