A RUA DOS PRAZERES
Ao passear pela cidade, seja qual for a freguesia, encontramos muitas vezes nomes bem curiosos. Foi o caso deste meu passeio pela Foz do Douro.
Dirijo os meus passos pelos Pinhais da Foz em direcção ao Passeio Alegre. Rua Bartolomeu Velho, rua Padre Luis Cabral, e aí encontro uma ruela com um nome curioso; rua dos Prazeres. E por aí enveredo enquanto me pergunto que prazeres teriam sido aqueles, que ditaram um nome para uma rua.
Ao descer a rua dos Prazeres, encontro o último dos lavradores da Foz junto a um dos campos onde ainda cultiva as suas hortaliças. O Sr. Almeida, o seu cavalo castanho e a sua carroça, chegavam depois de mais um dia a vender, casa a casa, o que ele cultiva. Simpático, de cima dos seus cerca de oitenta anos, não nos deixa sem uma palavra afável. Adora o que faz, o cultivo de hortaliças, e o passeio pelas ruas da Foz a vender os artigos acabados de colher, aos seus muitos clientes. Mas da origem do nome da rua, nada sabe.

E abalo com um cumprimento, recebendo um amigável aceno.

A rua não acaba nas escadas com que parece terminar. Do outro lado da (“Estrada Nova”, como é conhecida pelos que há muitos anos habitam naquele local) rua de Diogo Botelho, ainda lá está a rua dos Prazeres, com cerca de vinte metros e duas casas de habitação. Termina na rua de Montebelo, junto ao final do aqueduto.

Encontro mais três pessoas, que ao que apurei, ali viveram a vida toda. Uma na rua da Quinta, outra na da Santa Escolástica e outra na rua Alegre. Sabiam muito sobre as ruas onde ainda vivem; da quinta (Quinta do Vareta) para onde o aqueduto levava a água, do parentesco da Santa Escolástica com o São Bento e do local, no Gerês, onde está a imagem da Santa, e diziam que a rua Alegre era assim chamada porque os seus habitantes assim o eram, muito alegres. Mas ninguém sabia que até 1891, a rua Alegre se chamara rua Nova dos Prazeres (Blogue Ruas da Minha Terra – Porto), muito embora, na Monografia da Foz do Douro, de Óscar Fangueiro, diga que a rua Alegre assim é chamada desde 1860 e que entre 1836 e 1853, se chamava “da Alegria”. Curiosidades sobre as quais provavelmente nunca chegaremos a saber a verdade e os nomes a que chamavam às ruas ou aos locais, na altura.
Mas voltando à rua dos Prazeres. Que prazeres seriam aqueles?

Sabemos que estamos numa zona que foi até há poucos anos, rural (numa pequeníssima parcela junto à rua dos Prazeres, ainda assim é nos dias de hoje), com campos agrícolas rodeados pelos Pinhais da Foz. Era um local provavelmente bucólico, prazenteiro, florido, e nas cercanias tínhamos e temos a rua das Laranjeiras, de Montebelo, Alegre e dos Olivais. Não sei explicar a origem do nome, mas os prazeres referidos “só” podem dizer respeito aos que referi, da mesma forma que não sei a razão, ou o critério, da troca do nome de rua Nova dos Prazeres para rua Alegre (assumindo que era assim, como se diz no blogue a que acima referi, e não a troca de rua da Alegria para rua Alegre, facto que facilmente se entende por causa da anexação da Foz do Douro à cidade do Porto, e por já aí haver uma rua com o mesmo nome).
De uma forma ou de outra, bem que me era agradável saber realmente o porquê do nome da rua dos Prazeres.
Esta sessão também será transmitida através da plataforma ZOOM, com ingresso livre, e os links de acesso são:
Dia 2 – Manhã https://zoom.us/j/91795828954?pwd=cktQbi91K2xNSm1XWC8vVENsNHJaQT09
Dia 2 – Tarde https://zoom.us/j/96761034082?pwd=V3k2Vy90dmhTcmRNdUY5UjUvcTBLZz09
Dia 3 – Manhã https://zoom.us/j/99021758791?pwd=bHdUOG9pR3ZJRnpoL0NVd1E5N3dsUT09
No dia 3, Sábado, às 10h., este vosso amigo fará uma intervenção neste 5º Encontro Nacional de Literaturismo. Espero vê-los por lá.
1 Comment