PARANHOS, E MAIS PARA LÁ
Paranhos é a segunda maior Freguesia da cidade do Porto.
Foi integrada na cidade em 1837, passando a pertencer ao Bairro Oriental do Porto. Até essa altura, o antigo Couto de Paranhos, pertença da Igreja portucalense, fazia parte das Terras da Maia.
Paranhos existe desde antes da formação do Condado Portucalense. Nos inícios do século XX a maioria da população residente na freguesia ainda se dedicava à agricultura, uma vez que os terrenos eram férteis e abundantes em água. Constituída por aldeias e lugares, esta Freguesia foi, em tempos, marcadamente rural. Era atravessada por duas vias importantes de acesso à cidade. As actuais ruas de Costa Cabral e do Amial, eram as principais vias de entrada no Porto, para quem viesse de Guimarães e de Braga. Até 1945 havia na estrada da Circunvalação um posto fronteiriço (um em cada uma destas ruas) que servia para o pagamento do imposto indirecto municipal que se cobrava a quem pretendesse entrar na cidade.
Devido à abundância de água (a Freguesia tem sete nascentes) e à sua qualidade, era de Paranhos (do Manancial de Arca D’Água), desde finais do século XVI, que esta se distribuía para o Porto. A água era transportada através de um aqueduto, e o seu caudal ia até à actual Praça de Carlos Alberto e terminava na Porta do Olival (Cordoaria).
(Já aqui falei destas águas, na minha crónica número 13, a propósito da Arca do Anjo, que existia na actual Praça de Lisboa).
Em 1920 foi criado o Jardim de Arca D’Água.



Paranhos foi muito importante durante o Cerco do Porto.

No dia 9 de Abril de 1833 deu-se um dos combates que, durante as lutas liberais, opuseram os partidários de D. Pedro aos absolutistas fiéis a D. Miguel. A tomada do Covêlo pelas tropas liberais, constituiu um gravíssimo revés para o exército miguelista. Também existiram baterias afectas a um e outro lado em Lindo Vale, Monte Pedral e em Regado.
Paranhos, tem ainda uma particularidade.
Acompanhada pela vizinha Freguesia de Campanhã, tem, como esta, território que sai para lá da Estrada da Circunvalação. Entre a Via Norte e a auto-estrada A3, há uma língua de terreno, que não excederá os duzentos metros no seu ponto mais largo, que ainda é Porto.
Junto ao início da Via Norte, está um parque de recolha de autocarros dos serviços públicos e a Fábrica de Monteiro Ribas, implantados em terrenos da cidade do Porto.

Em frente a estas casas, há, a meio do muro do campo de futebol do Sport Progresso, um marco que delimita e separa a cidade do Porto da de Matosinhos
A rua do Amial avança até meio do campo de futebol do Sport Progresso, onde, por entrar nas terras de Matosinhos, São Mamede, muda de nome.

Até aqui, estamos na cidade do Porto, para as costas do fotógrafo fica São Mamede, Matosinhos
Em frente ao Hospital de São João, os prédios, novos, que ladeiam a Estrada Exterior da Circunvalação, estão na cidade do Porto.
Os terrenos onde funcionou uma recolha da S.T.C.P., encostados à A3 e que hoje estão com muito mau aspecto e ao abandono, também estão em terrenos da cidade.
Por estes lados, também é Porto, e estas, como as já noutras crónicas referidas terras de Azevedo, fazem parte das particularidades da nossa cidade, que afinal, não está completamente cilhada e asfixiada pela Circunvalação.
.
.
.
.
.
Neste ano de 2021, o Dia de Raul Brandão será a 10 de Março.
Assim, gostaria de contar com a sua presença nesta sessão do ciclo Foz Literária – “RAUL BRANDÃO TEM DIA(S)…”, cujo programa segue abaixo.
A entrada é livre e o acesso à Plataforma Zoom, às 17h30, será feita através do link:
https://zoom.us/j/99932657891?pwd=aDBueU16OEhMYWx5d0VkTUNpanc1UT09
1 Comment