Por MARIE CAROLINE PORTEU
Selecção e tradução por Júlio Marques Mota
Há algumas semanas atrás, Joseph Stiglitz comparava as decisões da Comissão Europeia com as de uma economia de vampiros (economia vudu) e Nigel Farage comparava estas decisões às de uma seita… É a nova seita de vampiros…
Os membros da seita perderam toda e qualquer consciência, toda e qualquer moral, toda e qualquer racionalidade.
O Tribunal Constitucional alemão finalmente pediu finalmente alguns meses para uma reflexão sobre a validade dos pactos orçamentais para a Europa .
O SPD começa a despertar e Médiapart também, sublinhe-se.
Enquanto isso, continua a falar-se do MEE como se a sua assinatura fosse já garantida, no mais absoluto desrespeito não apenas da democracia, mas também de todas as instituições jurídicas europeias, em especial, o Tribunal Constitucional alemão.
Estamos agora totalmente perante um cenário de loucos em que os bancos, cujas fraudes estão agora mais que confirmadas, continuam a fazer Lei impondo taxas de juro inacreditáveis… que eles têm manipulado… Aos banqueiros nem sempre são instaurados processados. E é às populações que estes pactos orçamentais vão impor o resgate destes escroques que entretanto já arruinaram essas mesmas populações!
Na verdade, tendo em conta a transferência de capital e a opacidade das operações feitas graças aos com pequenos robôs dos banqueiros, é agora impossível saber onde é que estão esses capitais, a que paraísos fiscais é que eles pertencem e quanto custam aos Estados. As consequências são provavelmente mais ligadas às actividades dos bancos que à dos indivíduos! Da França ainda se tem uma pequena ideia:
A Comissão de inquérito do Senado sobre “a fuga de capital e de activos de França e as suas implicações fiscais”, apresentou ontem o seu relatório, o resultado de seis meses de trabalho e de 90 audiências. O documento cifra entre 30 e 36 milhares de milhões de euros o custo mínimo para o Estado francês resultante de evasão fiscal, incluindo 20 mil milhões devido à tributação específica das empresas (edições Francis Lefebvre)-.
Em suma, empenha-se em resgatar pessoas a quem no mínimo devem ser sujeitas a inquérito fiscal e policial pelas perdas em que não se sabe como é que estas foram feitas, e especialmente em quanto é que elas nos vão ficar
Mas como se a seita não tivesse já feito suficientemente mal ainda se pretende continuar: continuar a defender o mesmo sistema, as mesmas políticas.
Países como a Espanha já deixaram de ter acesso a estes mercados de vampiros “, porque não há dinheiro suficiente nos fundos europeus para se ser credível e assim fazer baixar as taxas .”!
O Director Geral do Deutsche Bank acaba de solicitar uma anulação da acusação em troca da sua imunidade sobre a manipulação de LIBOR… e talvez em prova de gratidão, este Director é a seguir nomeado para estar à frente de uma companhia de seguros.
E Berlim quer obter uma licença bancária para o MEE (!) o que permitiria que este mecanismo louco, garantido pelo trabalho dos povos europeus, pelas suas economias, pelos seus rendimentos, pelos seus impostos, possa pedir emprestado sem limites para salvar automaticamente os bancos criminosos assegurando a imunidade aos seus dirigentes… Em princípio a capacidade de endividamento de bancos é determinada pelo seu rácio de solvabilidade e os seus próprios fundos… Aí, os fundos próprios do MEE não são nada mais do que os fundos públicos que pertencem aos povos europeus.
O esquema de Ponzi não é outra coisa que não seja distribuir os fluxos financeiros hoje usando as entradas futuras… Está-se, portanto, a praticar um esquema de Ponzi, um esquema de Ponzi para compensar as perdas que se ignora por quem foram feitas , como é que elas foram feitas, e o qual o valor a que estas ascendem ao contarem com os aumentos das contribuições dos povos europeus para compensar essas perdas… Mais ainda, sabendo que o próprio texto do MEE prevê pedidos adicionais de aumentos de fundos próprios por efeitos de margem (artigo 8.4), sem que os Estados se possam opor… Madoff era realmente um pequeno vigarista ao lado destes loucos furiosos que gerem actualmente as decisões da Comissão Europeia e devemos imediatamente pedir a aplicação da Justiça sobre este esquema de PONZI tão sabiamente fabricado… Madoff foi condenado a 150 anos de prisão.
Vamos ser generosos: a mesma condenação sobre os três jogadores deste novo e monstruoso esquema de PONZI, ou seja, Barroso, Draghi e Juncker, iria talvez colocar alguma ordem nas finanças europeus, ou não? Ao que parece Bruxelas quer sanções penais para os mafiosos.