NADA
Quero seduzir-te
Fazer-te parte de mim
E levar-te por bons e por maus caminhos,
Quero usar as minhas ironias
Apreciar as tuas graças
E utilizar a subtileza das palavras,
Mas, nada.
Fico à espera de uma palavra tua
E, nada,
Torturas-me com o teu silêncio
Feito de nada.
Como companhia só tenho um telefone mudo
Uma folha vazia
Um jornal antigo
E uma caneta
Que escreve palavras feitas de cinza.
Todos te olham
E tu olhas de volta
Todos falam para ti
E tu respondes
Ouço-te em toda a parte
Por toda a parte
Mas não é comigo que falas
Nem uma palavra
Ou que olhas
Comigo é só silêncio, mudez, desprezo,
Nada!
(In “Uma, Duas Vezes e Três”)
Boa tarde Sr. José! magnífico texto que demonstra grandes sentimentos, conseguimos sentir tudo que o escritor transmite… Obrigada por continuar a escrever como sempre maravilhosamente bem!
Obrigado Soraia.
Espero que tudo esteja bem com vocês.
Sou eu quem agradece o continuarem a ler-me.
Bj
Poesia na que o significado e significante se encontran fácilmente.
Palabras e significado não são metáforas de
de dificil interpretação.
Poesia com predominio dos verbos: querer,seduzir-te,levarte-te, fazer-te….
Sintagmas verbo substantivais querer-te a ti.
Nos leva a pensar que a primeira pessoa e a que fala, deseja, pensa, sofre
a segunda é nada, silêncio , mudez,
Ritmo musical com predominio do T. …Gostei Levou-me a sentir o silêncio
e tive medo da solidão. *Azucena Villarreal *
Obrigado pela visita e pelo comentário, Azucena Villarreal.
É bom “ver” a poesia, assim, dissecada.
Abrç