UMA CARTA DO PORTO – Por José Magalhães (227)

O ENTÃO EPIDÉMICO

Começou, timidamente, meses atrás. Um (a) jornalista lembrou-se de usar como “muleta” nas suas notícias em directo, a palavra ENTÃO.

Nada de mal, daí, viria ao mundo. Era mais um (a) que usava desnecessariamente uma palavra no meio de uma frase. Não estava ali a fazer nada, mas não fazia mal algum que estivesse.

Mas, tal como uma epidemia, a moda-mania começou a alastrar-se a outros jornalistas, comentadores e locutores das nossas rádios e das nossas televisões, não poupando regiões, estações, enviados especiais a qualquer lugar do País ou do mundo (sim, que eles vão aos magotes, equipas inteiras por cada estação de televisão que existe … somos um País rico!…), etc..

Hoje, não há personalidade da classe dos jornalistas, e até já o cidadão comum, que se preze, que não utilize a palavra ENTÃO, pelo menos uma meia dúzia de vezes quando tem de falar em directo para todos nós, contando-nos um qualquer acontecimento.

E, então ele fez isto … vai daí a testemunha, então, disse aquilo … o assaltante veio, então, de arma em punho, e, então, desferiu o golpe fatal … o Presidente falou, então, aos jornalistas, dizendo, então, que… o ciclista vinha, então, desgovernado, atingindo, então, a senhora idosa que, então, sofreu, então, um golpe profundo  no pé, e foi, então, tratada pelos enfermeiros que, então, depois, a levaram, então, para o hospital …

E por aí fora num chorrilho de entãos que cansa só de os ouvir, chegando ao ponto de nem sequer ouvirmos as notícias ou as conversas, entretidos que estamos a contar os entãos que o falador / palavroso nos diz.

Não é caso virgem este, de usar uma muleta na linguagem falada, mas é mais um que conviria que passasse de moda e acabasse bem depressa.

 

O PORTO EM IMAGENS (52)

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ESCADAS DO ROLETO

 

TORRE DE PEDRO SEM

 

FONTE DA COLHER

 

MIRAGAIA

 

VELÓDROMO MARIA AMÉLIA

 

CASA DOS 24

 

PRAIA DE GONDARÉM

 

ANGEIRAS

 

ANGEIRAS

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