UMA CARTA DO PORTO – Por José Fernando Magalhães (152) – Reposição

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20 de Outubro de 2016

 

CAPELA DOS ALFAIATES

NOSSA SENHORA DE AGOSTO

Quase passa despercebida a capela que, se olhássemos, veríamos à nossa esquerda. Ali encaixada entre duas ruas e a uma escassa trintena de metros da rua por onde estávamos a passar. Nunca para ali vamos a pé, e hoje fomos porque queríamos mostrar o Funicular a uns amigos. Mas naquele dia, olhámos e a curiosidade mandou que ali fossemos espreitar. Descobrimos mais um tesouro escondido à vista de todos. E há tantos na cidade. Ali mesmo á beira está outro, a Igreja de Santa Clara, de que já aqui falei, e o acesso à muralha Fernandina.

 

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Capela simples, rectangular, e de três frentes, é considerada como monumento nacional desde 1927, e tem como principal interesse o facto de constituir a marcação, no Norte de Portugal, da transição do estilo arquitectónico gótico para as formulações de inspiração flamenga. Construída em 1554, não o foi, no entanto, naquele lugar. Esteve durante muitos anos (até 1935) em frente à Sé, data em que, devido às obras de demolição programadas para a abertura do Terreiro da Sé, foi expropriada e desmantelada pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Em 1953, foi reedificada na sua actual localização, no gaveto das Ruas do Sol e de São Luís (junto ao Recolhimento da Porta do Sol, actual Universidade Moderna), e pela mesma época foram restaurados pelo pintor Abel de Moura, os painéis da Epístola, os quais representam a Anunciação, a Adoração dos Reis Magos, a Visita a Santa Isabel, Natividade, o Menino Jesus entre os Doutores e a Fuga para o Egipto.

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É uma capela muito interessante que pertencia à Irmandade dos Alfaiates, que desde o início do século XVI  venerava como padroeiros e protectores São Bom Homem e Nossa Senhora de Agosto. Não tendo capela própria, a confraria iniciou em 1554-1555 a construção de um templo dedicado à Virgem em espaço fronteiro à Sé, cedido pelo bispo D. Rodrigo Pinheiro. A 15 de Agosto celebram a sua Padroeira.

 

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A capela é precedida por um adro delimitado por um gradeamento de ferro. Tem um portal, de gosto maneirista, e um nicho que alberga uma imagem de Nossa Senhora de Agosto. No cimo deste conjunto foi aberta uma grande janela com grade de ferro.

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Conversas em Surdina 9

Máscaras

(Para ouvir, p.f. “clique” na ligação abaixo.

https://open.spotify.com/episode/2S5C0BJOZLUMah2lrZ1Jez?si=9t4z1WP7ToqJVR2aLqoMQQ&dl_branch=1

 

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Assista no próximo Sábado, 2 de Outubro, a partir das 15 horas, presencialmente ou via Zoom.

Participação gratuita até ao limite dos meios indicados de acordo com as normas sanitárias em vigor

Para entrar na reunião Zoom, “clique” em
https://us02web.zoom.us/j/87398230307?pwd=aWNQanh5Q0tseDNXWldBamQxOU12dz09

 

 

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3 Comments

  1. Adorei. Eu nunca a apanhei aberta! A foto é um achado! É das duas igrejas mais antigas do Porto, esta e a das Verdades. O estilo dos retábulos… note-se… Claro que a Sé e muitas outras são mais antigas, mas como essas tem dinheiro, o estilo dos retábulos vai mudando, fazendo-se ao gosto da moda da época. Adorei como sempre!

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