A CAPELA DE MONTEBELO
Subindo a rua do Amparo, vindo da Praça das Flores, encontramos à nossa esquerda a rua de Câmara Pestana. Essa rua, que já se chamou de Montebelo, tem, no seu ponto mais alto, uma das mais curiosas e despercebidas capelas da nossa cidade, a Capela do Senhor Jesus da Boa-Vista, mais conhecida pelo nome de Capela de Montebelo.
Edificada em 1767, reformada e ampliada em 1864, sofreu novas intervenções e melhoramentos na segunda metade do século XX (1979), e está associada, desde o início do século XIX, a uma outra devoção para além da do Senhor Jesus da Boa-Vista, à da Nossa Senhora do Porto, considerada por muitos como milagrosa.

Conta-se que, nos finais do século XIX, uma grande seca assolou a cidade do Porto. Por essa razão, decidiu-se fazer uma procissão, pedindo a protecção da Nossa Senhora do Porto, no sentido de ela proteger as pessoas que por aqui viviam.
A imagem saiu da Capela, desceu até ao Campo 24 de Agosto, subiu até à Igreja do Bonfim onde fez uma paragem, e regressou à Capela do Senhor da Boa-Vista. E começou a chover!
No interior da capela, está a imagem de Nossa Senhora, no lado oposto ao altar, e este, posicionado de forma estranha, na lateral da capela.

A Imagem de Nossa Senhora do Porto, que não é outra senão a Nossa Senhora da Vandoma, Padroeira da cidade do Porto a partir de finais do século XX, e que desde a idade média nos surge nas armas e no brasão da cidade, tem também associada a si uma outra lenda. A da sua vinda para esta capela.
Por ocasião da invasão francesa (a 20 de Março de 1809 dá-se o tristemente célebre desastre da Ponte das Barcas), e durante os terríveis dias em que a soldadesca invasora saciou a sua raiva nas violações e destruições, e a sua cobiça nas pilhagens que faziam na cidade da Virgem, andava um grupo de soldados das hostes napoleónicas com a belíssima imagem da actual Nossa Senhora do Porto (roubada de algum templo ou oratório) a oferecê-la, a troco de dinheiro, aos muito raros passantes que viam nas ruas da cidade do Porto. Lourenço Inverno, empregado da Câmara Municipal do Porto, ofereceu-lhes um pinto (moeda de prata no valor de 480 réis, denominado cruzado novo) pela imagem, e guardou-a, levando-a para a capela do Bom Jesus da Boa-Vista.

Esta capela tem uma curiosidade que existe desde a profunda intervenção de 1979. Mudaram o lugar do Altar. Tiraram-no do seu local, ao centro da parede do fundo, e transportaram-no para a parede lateral direita. Para além disso, a capela, que tinha três altares, sendo um, para além do Altar-Mor, à esquerda dedicado a S. José (e que agora está na Sacristia), e outro à direita dedicado à Nossa Senhora do Porto, passou a ter um só. A ideia, presume-se, seria a de dar um aspecto mais acolhedor à capela. Eventualmente até, a de reorientar a capela no sentido tradicional destes locais de culto, com o Altar-Mor virado a Nascente. De uma forma ou de outra, fica esta capela conhecida também, por esta singularidade.
A Nossa Senhora do Porto, tem lugar de menor destaque na capela comparativamente ao que teve até 1979, está à esquerda de quem entra, frente ao Altar, e, fruto de recente restauro, em muito bom estado de conservação. No terceiro Domingo de Setembro de cada ano, a Confraria faz, desde 1974, festa em sua honra.
REPOSIÇÃO DA LEGALIDADE
A verdade sobre os voos da TAP suprimidos no Porto
(ocupação média em 2015 rondou os 90%)
http://www.porto.pt/noticias/a-verdade-sobre-os-voos-da-tap
INSULTOS
DOURO – O CAMINHO DE FERRO IMPOSSÍVEL
Merece ser visto na totalidade e com olhos de ver e ouvidos de ouvir
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